CONTRIBUIÇÕES

Amados irmãos e irmãs, a paz de Cristo. Se for da sua vontade, e direção do Senhor em sua vida, contribuir com este ministério, mantemos a conta abaixo para contribuições à nossa igreja. Antecipadamente, agradecemos a todos pelo carinho e amor, e rogamos as ricas bênçãos do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo sobre vós. Um forte abraço. Pr. Airton Williams -Banco Sicoob (756) , Agência 4332, Conta 4428-8 - CNPJ 33.413.053/0001-93 em nome da Igreja Cristã de Confissão Reformada. Quaisquer dúvidas, peço a gentileza de que entrem em contato: iccreformada@gmail.com

terça-feira, 27 de dezembro de 2016

2ª GRADUAÇÃO

Este programa de complementação pedagógica consiste em formar, com o máximo de aproveitamento, profissionais, que já tenham uma graduação, devidamente reconhecida pelo MEC, para o exercício da docência em outras disciplinas.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

sexta-feira, 30 de setembro de 2016

PALESTRA

Objetivo: Fazer uma abordagem sobre a vida de Paulo, sua teologia, formação, suas cartas e conteúdo


Data: 01/10/2016


Local: Sociedade de Estudos Bíblicos Interdisciplinares


Endereço: CNN 02 - Lote B - Sala 303 - Ed. Metro Trade Center - Ceilândia (vizinho a estação Centro do Metrô)


Horário: 9h às 12h


Taxa: R$ 25,00

Obs: Na ocasião será servido um Coffee Break no intervalo


Palestrante: Profº. Denes Izidro

Inscrições serão feitas no local.


quinta-feira, 22 de setembro de 2016

AUTOCONFRONTAÇÃO



A SEBI iniciará uma nova turma do curso de Autoconfrontação. Este curso é um dos mais, senão o melhor, programa de aconselhamento bíblico e discipulado cristão do mundo. Com material próprio, totalmente bíblico, o curso se destina a um aprofundamento da vida cristã e como lidar com relacionamentos pessoais, conjugais, educação de filhos, ira, amargura, co-dependência, depressão, pecados escravizadores e etc. Este curso é dado em duas etapas: 1 semana a cada semestre.
Autoconfrontação I: Para quem vai fazer a primeira etapa:
Data: 17 a 21/10/2016
R$ 130,00 + Manual (R$ 115,00)
Horário: Segunda a Sexta: 8h às 12h
Autoconfrontação II: Para quem vai fazer a segunda etapa:
Data: 17 a 22/10/2016
R$ 80,00
Horário: Segunda a Sexta: 19h30 às 22h30 / Sábado: 8h às 13h
Endereço: Qnd 28, Lote 4 – Taguatinga Norte

Igreja Cristã de Confissão Reformada

quinta-feira, 18 de agosto de 2016

A PRÁTICA DA GRAÇA E SEUS RESULTADOS

Amados Irmãos, este vídeo foi gravado durante o Culto do dia 14 de Agosto de 2016, ministrado pelo Pr. Joel, ministro de nossa igreja em Araraquara/SP, ele ministrou em 2ª Pedro 1.3-11.

POSSE PASTOR HILMAR

Amados, este vídeo foi gravado durante o Culto de Posse do Pastor Hilmar, ministrado pelo Pr. Airton Williams, no dia 13 de Agosto de 2016.

quarta-feira, 10 de agosto de 2016

VÍDEO - CONHECENDO A JESUS PARA UM VIVER RENDIDO A DEUS E MOLDADO POR SUA IMAGEM REVELADA EM CRISTO 12

Amados Irmãos, este vídeo que foi gravado durante o Culto do dia 07 de Agosto de 2016, ministrado pelo Pr. Airton Williams, em Hebreus 1.1-4 . Aqui retomamos nosso estudo,  desafio espiritual para o ano de 2016.

sábado, 6 de agosto de 2016

NOVO TEMPLO

Amados Irmãos, a partir do dia 07 de agosto estaremos nos reunindo em nosso novo templo, na QND 28 Lote 04 - Comercial Norte em Taguatinga. Nossas atividades começam as 19h do Domingo, no culto de Adoração ao Senhor.
Você é nosso convidado, para que juntos possamos Adorar e louvar ao Senhor. Que Deus nos abençõe nesta nossa nova jornada.

terça-feira, 2 de agosto de 2016

quinta-feira, 30 de junho de 2016

NOSSAS ATIVIDADES

Amados irmãos,  precisamos modificar algumas de nossas atividades em função da obra que realizamos no novo endereço da Igreja.

Nosso culto de estudo , na quarta feira, passa a ser na QNA 36 Lote 16 - Taguatinga Norte, sempre as 20h.

Nosso culto de adoração, no domingo, passa a ser na CNF 03 lote 03 (na IBRA - Igreja Bíblica Reformada da Aliança), em Taguatinga Norte, atrás do Supermercado Tokyo da Sandu, as 19h.

Em breve estaremos realizando nossas atividades no novo Endereço, na QND 28, tão logo isso aconteça informaremos no Blog.

Durante este período de transição, não gravaremos nossas atividades, em breve esperamos retornar as nossas atividades.

Obrigado a todos, e quaisquer dúvidas, entrem em contato.

Que Deus abençõe.

quarta-feira, 1 de junho de 2016

O PROCESSO DE MUDANÇA DE PEDRO

Amados Irmãos, este vídeo foi gravado durante o Culto da Igreja Cristã de Confissão Reformada, ministrado pelo Pr. Pedro Antônio, no dia 29 de Maio de 2016 em 1ª Pedro.

sexta-feira, 27 de maio de 2016

PROCURAMOS PELO MARCOS DO RIO DE JANEIRO

Irmãos... há algum tempo uma pessoa do Rio de Janeiro, de nome Marcos entrou em contato com o Pr. Airton. Para levar a ICCR para o Rio de Janeiro e Pr. Airton quer trazer esta pessoa para Brasília para conhecer a Igreja e quem sabe levar para o Rio de Janeiro. Airton perdeu o contato desta pessoa e pede para que, caso ela leia esta chamada entrar em contato com o seguinte email, passando seus telefones: rikesil@hotmail.com

quinta-feira, 26 de maio de 2016

O PATRIARCA ABRAÃO COMO EXEMPLO DO DISCURSO PAULINO 3

Amados, este vídeo foi gravado durante o Culto do dia 22 de maio de 2016, ministrado pelo Pr. Thiago Geraldo, na Epístola aos Romanos, capítulo 4.

quarta-feira, 18 de maio de 2016

O PATRIARCA ABRAÃO COMO EXEMPLO DO DISCURSO PAULINO 2

Amados, este vídeo foi gravado durante o Culto do dia 15 de maio de 2016, ministrado pelo Pr. Thiago Geraldo, na Epístola aos Romanos, capítulo 4.

quarta-feira, 11 de maio de 2016

O PATRIARCA ABRAÃO COMO EXEMPLO DO DISCURSO PAULINO

Amados, este vídeo foi gravado durante o Culto do dia 08 de maio de 2016, ministrado pelo Pr. Thiago Geraldo, na Epístola aos Romanos, capítulo 4, versículos 1 a 3.

quarta-feira, 4 de maio de 2016

TRÊS ATITUDES DE DAVI DIANTE DA CRISE

Amados, este vídeo foi gravado durante o Culto do dia 01 de Maio de 2016. Ministrado pelo Pr. Euzébio, da Igreja Batista Rocha Eterna, em São Luís do Maranhão.O sermão foi ministrado no Salmo 55.

quarta-feira, 27 de abril de 2016

VÍDEO - CONHECENDO A JESUS PARA UM VIVER RENDIDO A DEUS E MOLDADO POR SUA IMAGEM REVELADA EM CRISTO 11

Amados Irmãos, este vídeo foi gravado durante o Culto do dia 24 de Abril de 2016, ministrado pelo Pr. Airton Williams, em Hebreus 1.1-4 . Ele faz parte do estudo que é nosso desafio espiritual para o ano de 2016.

SE ACEITARES AS MINHAS PALAVRAS

Amados, este vídeo foi gravado durante o Culto de Estudo, ministrado pelo Pr. Airton no dia 20 de Abril de 2016. Este vídeo continua nosso estudo sobre Provérbios, Capítulo 2

domingo, 24 de abril de 2016

TEOLOGIA DO LAZER - 3

Amados, durante nosso discipulado que acontece aos domingos, as 09h; estamos estudando como glorificar a Deus com o lazer. esta é a aula 3, ministrada pelo Pr. Airton Williams.

TEOLOGIA DO LAZER - 2

Amados, durante nosso discipulado que acontece aos domingos, as 09h; estamos estudando como glorificar a Deus com o lazer. esta é a aula 2, ministrada pelo Pr. Airton Williams.

TEOLOGIA DO LAZER

Amados, durante nosso discipulado que acontece aos domingos, as 09h; estamos estudando como glorificar a Deus com o lazer. esta é a aula 1, ministrada pelo Pr. Airton Williams.

terça-feira, 19 de abril de 2016

SOBRE NÓS

SOBRE NÓS

A Igreja Cristã de Confissão Reformada, ICCR, nasceu na Páscoa de 2015 motivada pelo desejo sincero de proclamar o Evangelho do Senhor Jesus Cristo conforme expresso na fé histórica Cristã e Reformada.
Enquanto seja uma Igreja Cristã, a ICCR, subscreve, como fé essencial do cristianismo, o que ensinam o Credo Apostólico e os quatro concílios ecumênicos do cristianismo primitivo: Nicéia (325), Constantinopla (381), Éfeso (431) e Calcedônia (451).
Enquanto seja uma Igreja Reformada, subscreve os Cinco Solas da Reforma (Sola Scriptura, Sola Gratia, Sola Fides, Solus Christus e Soli Deo Gloria), os Cinco Pontos do Calvinismo, conforme afirmado nos Cânones de Dort (Depravação Total, Eleição Incondicional, Expiação Limitada, Graça Irresistível e Perseverança dos Santos), a Confissão de Fé de Westminster e seus catecismos, Maior e Menor, e o Catecismo de Heidelberg.
Devido ao pluralismo religioso de nossos dias e os desvios doutrinários constantes do cristianismo atual, entendemos a necessidade de confessar o que fora expresso na Confissão de Chicago (1978): cremos que a Bíblia é a Palavra de Deus, infalível e inerrante, sendo plenamente suficiente para tudo que diz respeito à vida e à piedade (2Pe 2.3).
A Igreja Cristã de Confissão Reformada professa a importância de uma práxis eclesiástica pautada na vida sacramental e litúrgica como expressão da aliança entre Deus e o seu povo ao longo da história e da reverência devida ao Santo Deus quando entramos para adorá-lo. Como símbolos desta fé, subscrevemos o Princípio Regulador do Culto e os ritos e orações prescritos no LOC (Livro de Oração Comum).
Sendo uma Igreja Cristã de Confissão Reformada, rejeitamos como heresia e total perversão do Evangelho de Cristo Jesus a Teologia da Prosperidade, Teologia do Processo (ou Teísmo Aberto), e qualquer forma de teologia que tenha foco em minorias (e.g. Teologia Feminista, Teologia Gay e afins), ou que não tenha fundamentos sólidos na “fé que de uma vez por todas foi entregue aos santos” (Judas 3). Que seja anátema todo aquele que professa outro Evangelho que vá além do que foi ensinado pelos Apóstolos do Senhor Jesus (Gl 1.6-9).
Como uma Igreja comprometida com a verdade das Escrituras, rejeitamos como ensino antibíblico a ordenação feminina, ordenação homossexual, os ministérios apostólicos, os ministérios judaizantes e o atual movimento gospel. Que o Senhor nos livre de todas estas perversões da verdade das Escrituras.

Por fim, declaramos que nossa identidade calvinista não nos faz inimigos de nossos irmãos que, consciente ou inconscientemente da doutrina, são arminianos. Não declaramos o calvinismo como essencial à fé, mas como um sistema de doutrinas que nos ajuda a crescer no entendimento correto das doutrinas da graça.

quarta-feira, 13 de abril de 2016

VÍDEO - CONHECENDO A JESUS PARA UM VIVER RENDIDO A DEUS E MOLDADO POR SUA IMAGEM REVELADA EM CRISTO 10

Amados Irmãos, este vídeo foi gravado durante o Culto do dia 10 de Abril de 2016, ministrado pelo Pr. Airton Williams, em Hebreus 1.1-4 . Ele faz parte do estudo que é nosso desafio espiritual para o ano de 2016.

quarta-feira, 6 de abril de 2016

VÍDEO - CONHECENDO A JESUS PARA UM VIVER RENDIDO A DEUS E MOLDADO POR SUA IMAGEM REVELADA EM CRISTO 9

Amados Irmãos, este vídeo foi gravado durante o Culto do dia 03 de Abril de 2016, ministrado pelo Pr. Airton Williams, em Hebreus 1.1-4 . Ele faz parte do estudo que é nosso desafio espiritual para o ano de 2016.

quarta-feira, 30 de março de 2016

NOSSA RESSURREIÇÃO EM CRISTO

Amados, este vídeo foi gravado durante o Culto do dia 27 de Março de 2016, Páscoa. Nele Pr. Airton ministra na Primeira Epístola de Pedro, capítulo 1 a partir do versículo 3.

VÍDEO - CONHECENDO A JESUS PARA UM VIVER RENDIDO A DEUS E MOLDADO POR SUA IMAGEM REVELADA EM CRISTO 8

Amados Irmãos, este vídeo foi gravado durante o Culto do dia 20 de Março de 2016, ministrado pelo Pr. Airton Williams, em Hebreus 1.1-4 . Ele faz parte do estudo que é nosso desafio espiritual para o ano de 2016.

terça-feira, 22 de março de 2016

TEXTO - CONHECENDO A JESUS PARA UM VIVER RENDIDO A DEUS E MOLDADO POR SUA IMAGEM REVELADA EM CRISTO 6 e 7

CONHECENDO A JESUS PARA UM VIVER RENDIDO A DEUS E MOLDADO POR SUA IMAGEM REVELADA EM cRISTO

Hebreus 1.1-4
1. Antigamente, muitas vezes e de muitas formas, Deus falou aos pais, pelos profetas. 2. Nos dias finais, nos falou no Filho a quem constituiu herdeiro de todas as promessas que Deus havia prometido ao seu povo, por meio de quem, também, criou o universo. 3. Ele, que é resplendor da glória e expressão exata de Deus, sustentando todas as coisas com sua palavra de poder, depois de realizar o rito de purificação dos pecados, assentou-se à direita da Majestade nas alturas. 4. Assim, ele se tornou tão superior aos anjos, quanto é mais excelente o nome que recebeu.
Jesus: a plena revelação de deus aos homens
1.      Antigamente, muitas vezes e de muitas formas, Deus falou aos pais, pelos profetas. 2. Nos dias finais, nos falou no Filho

Jesus é a plena revelação de Deus aos homens! Diante das dúvidas sobre a pessoa de Jesus, quem ele é, de fato, o escritor de Hebreus começa com a afirmação ousada de que “nos dias finais, (Deus) nos falou no Filho”. Todavia, esta afirmação poderia se basear em mera especulação mística ou pragmática, como já observamos.
Se este fosse o caminho adotado por nosso escritor, os judeus na comunidade para quem destinava seu escrito facilmente o rejeitariam por terem sido ensinados que Deus tinha estabelecido um modus operandi claro, discernível, sobre o reconhecimento do seu ser e sua vontade.
Assim, a fim de estabelecer que Jesus é a revelação final de Deus aos homens, o texto reestabelece aqueles que eram, e sempre foram, os fundamentos da forma de Deus falar e tornar conhecido o seu ser e sua vontade aos homens, a fim de demonstrar que Jesus é a plenitude de tal revelação.
Partindo da expressão grega o` qeo.j lalh,saj, a saber, “Deus falou”, o escritor de Hebreus reafirma que toda a verdade, principalmente a que se refere a Jesus, deve ser vista e encontrada a partir da Palavra de Deus. É interessante observar que o texto segue estruturas gramaticais gregas bem definidas, o que permite o entendimento de que ao usar o verbo “falar” no particípio aoristo o autor estava declarando compreender e aceitar que a voz do Senhor, conhecida em outras eras, fora definitiva, concluída em cada período, e que não estava aberta a novas revelações.
Tendo isto em mente, o escritor de Hebreus nos aponta as duas formas reconhecíveis do falar de Deus aos homens: aos pais, pelos profetas.

Deus falou aos pais
É interessante que nosso autor tenha começado sua linha de raciocínio por esta afirmação: “aos pais”. Digo isto porque, como cristãos reformados, somos logo tentados a afirmarmos a supremacia das Escrituras em todo processo da revelação divina. Todavia, o texto estabelece uma linha clara da forma como a Escritura chegou às nossas mãos: Deus falou aos pais.
Quando o escritor utiliza a palavra grega patra,sin, “pais” (grego pathr), ele aponta para duas questões extremamente importantes no entendimento da revelação de Deus e que hoje negligenciamos, e mesmo desprezamos, por causa do nosso preconceito com algumas doutrinas da Igreja Católica Apostólica Romana, a saber:
ü Que o falar de Deus aos homens se deu de forma escriturística por meio de uma comunidade de fé que Ele escolheu para ser a portadora e preservadora de sua Palavra.
ü Que o sentido, significado, da Palavra de Deus é encontrado não somente por meio de uma exegese acurada, mas em conformidade com a tradição hermenêutica da comunidade de fé portadora e preservadora da sua Palavra.
Examinemos, então, estas questões.

Deus escolheu uma comunidade de fé para revelar a sua Palavra
Toda a verdade de Deus foi revelada a um povo que Ele escolheu, soberanamente, para si. Todavia, quando falamos na “escolha” de Deus, é importante compreender que a mesma não se deu a partir dos povos existentes, mas a partir da sua decisão de criar um povo para si (Gn 12.1; 17.1-8), a saber, Israel.
Foi a este povo que o santo Deus decidiu revelar a plenitude da sua Palavra e nos trazer o seu Filho amado Jesus, a redenção da história humana. E este povo, por sua vez, preservou não somente a Palavra revelada, como também o significado de tal Palavra para futuras gerações.
Quando Cristo Jesus cumpre sua missão, ele entrega aos apóstolos a responsabilidade pelo término da transmissão de sua Palavra (Jo 14.25-26; At 1.1-2). A partir de então, um novo Israel assume a responsabilidade de preservar não somente os escritos, mas também o significado do colegiado apostólico, a saber: a igreja.
Ao pontuarmos isto estamos apontando para um fato importante que está presente na frase “Deus falou aos pais”: Deus sempre se fez conhecido e conhecida a sua Palavra dentro da comunidade de fé que ele escolheu para si. É isto que teologicamente chamamos de Tradição da Igreja.
Por causa do nosso ranço teológico com a Igreja Católica Romana, e também por causa do abuso da doutrina promovido por esta, quando cristãos protestantes e evangélicos ouvem falar de Tradição da Igreja lhes dá uma sensação de repúdio, de rejeição, como se fosse algo puramente humano e que se colocaria em oposição à doutrina do Sola Scriptura.
Mas quando examinamos a Escritura Sagrada, observamos que tal doutrina está em plena conformidade com os ensinos bíblicos. Paulo, várias vezes, fundamentou sua argumentação de acordo com esta tradição (Rm 1.1-2; 4.19); Pedro também fez o mesmo (1Pe 3.18-21). Além disso, Paulo a menciona de forma prática para o nosso crescimento espiritual (2Tm 2.14; ______)
Olhando para o uso que o escritor de Hebreus faz desta frase podemos compreender que ele esteja mostrando aos seus leitores que toda a sua discussão sobre a pessoa de Jesus se dará respeitando esta tradição; que seus argumentos não estariam baseados numa elucubração pessoal ou fundamentados em fontes não autorizadas. Por isso, encontramos no texto elementos de debates pautados no ensino da tradição (o caso dos anjos, 1.5-2.16; o simbolismo do sétimo dia como descanso final dos santos, 4.1-13; Melquisedeque, 7.1-3), e na fundamentação escriturística veterotestamentária (e.g. as várias citações e alusões ao do Antigo Testamento, sem apelar para nenhuma fonte extra, mas somente a que era aceita pela tradição da comunidade da fé).
Antes de analisarmos riqueza da tradição da igreja, gostaria de salientar um ponto fundamental: quando falamos de tradição da igreja nos referimos à tradição do povo de Deus, ou seja, uma tradição que inclui Israel e o cristianismo. Um entendimento correto da verdade de Deus precisa contemplar a tradição de ambos os testamentos, tendo em mente:
ü  A revelação progressiva, ou seja, que o Novo Testamento é o ápice de todo o processo da revelação, ou seja: o Novo Testamento são os óculos para se entender o Antigo.
ü  O fundamento hermenêutico do Antigo Testamento para o Novo, ou seja: o Novo Testamento só faz sentido à luz da teologia-promessa do Antigo Testamento.
Tendo considerado isto, temos condições de analisar a riqueza da tradição eclesiástica para a descoberta e entendimento da verdade de Deus que se revela de forma plena em Jesus.
A primeira riqueza diz respeito ao fato de que foi por meio desta comunidade de fé que Deus revelou os livros sagrados que dão certeza da verdade para os fiéis.
Ao longo da caminhada de fé, muitos escritos surgiram requerendo para si o status de inspirados, ou seja, que possuíam a autoridade de Deus para serem observados e praticados; todavia, quando comparados aos autênticos textos inspirados, mostravam-se falhos ou falsos em seus ensinamentos.
No Antigo Testamento temos o caso dos 7 livros a mais chamados de Deutero-canônicos pela Igreja Católica Romana e os textos apocalípticos do período interbíblico (um período marcado pelos estudiosos bíblicos a partir do ano 400 a.C., quando se percebe um silêncio na revelação das Escrituras). A questão é complexa, por isso, a Igreja Católica Romana não pode ser acusada de ter acrescentado estes sete livros, pois uma lista de 66 livros era conhecida da igreja cristã ocidental no início do cristianismo primitivo. Mas o que levou os reformadores a desconfiar que algo estava errado é que esta lista não era reconhecida pela comunidade de fé à quem o Senhor havia revelado a sua Palavra, ou seja, a comunidade judaica. Esta possuía uma lista que equivale aos 39 livros que reconhecemos como inspirados. A Igreja Católica sabe disso, mas toma para si a prerrogativa de ser a comunidade responsável pela Escritura, e não a comunidade judaica. Mas se nos mantivermos dentro da lógica, é óbvio que o texto sagrado vererotestamentário foi reconhecido e preservado por esta, e não por aquela.
No caso do Novo Testamento temos o caso dos chamados Livros Apócrifos, defendido por teólogos liberais como fonte segura e necessária para compreendermos na somente os primórdios do cristianismo, mas também sobre o Jesus Histórico. Filmes como “O Código da Vinci” e artigos que saem em revistas pseudo-científicas como “Galileu”, “Super-Interessante” e afins se baseiam neste tipo de literatura.
Neste caso, é importante frisar que a comunidade cristã primitiva, ou seja, comunidades que foram formadas, confirmadas e firmadas pelos apóstolos, não reconheciam tais textos por serem “falsos” (significado grego da palavra “apócrifo”, escritos falsos). Isto significava que tais textos não somente ensinavam outro evangelho (e.g. gnosticismo), como eram carregados de fantasias em suas histórias, longe da sobriedade das narrativas do Novo Testamento.
Além disso, podemos acrescentar outro sério problema aos escritos apócrifos: o que nos parece mais confiável, um texto que tenha sido escrito junto ou próximo aos eventos que descreve, permitindo contestação imediata, ou textos que foram escritos muito tempo depois, quando as testemunhas oculares já tinham morrido à, no mínimo, 3 gerações? Esta é outra razão pela qual os textos apócrifos não foram aceitos, pois datavam do final do primeiro século da era cristã, muito distante dos eventos que pretendia descrever.
Mas outros textos sugiram e foram usados para o crescimento e amadurecimento do povo de Deus. Tirando o aspecto revelacional, no Antigo Testamento os 7 livros a mais, os Deutero-Canônicos eram, e são até hoje, muito respeitado entre os judeus (os reformadores também os respeitavam), por serem livros considerados “inspirativos” para a fé. No Novo Testamento também tivemos este fenômeno. Livros como Pastor de Hermas, Epístola de Barnabé, Didaché, entre outros, também foram usados por cristãos primitivos como instrutivos, inspirativos. Mas como saber o que era inspirado e inspirativo?
Novamente, a comunidade da fé nos deixou a tradição clara de reconhecimento. No caso do Antigo Testamento teria que estar em conformidade com a Torá e a revelação progressiva. No caso do Novo Testamento teria que estar em conformidade com os Apóstolos e a revelação progressiva.
Penso que isto seja suficiente para entendermos a riqueza da tradição da igreja para o nosso entendimento não somente da fé, mas do Senhor Jesus. Foi por meio dos pais que Deus proveu os documentos certos para o entendimento de quem é Jesus. É neste sentido que o escritor de Hebreus usa a expressão “Deus nos falou nos pais...”. A idéia é que seu discurso (o Livro de Hebreus) estaria totalmente fundamentado nesta tradição, nada seria inventado, apenas reafirmado à luz do evento Jesus.
Por isso, se queremos, realmente, conhecer Jesus, precisamos definir qual será a fonte de pesquisa e qual sua confiabilidade. Tanto o Antigo Testamento quanto o Novo dão testemunho não somente de sua confiabilidade histórica, como também do seu selo divino, pois são livros inspirados. E se almejamos conhecer, de fato, a Cristo, precisamos nos ater à revelação das Escrituras, e tão somente das Escrituras para estabelecermos a verdade. Textos extra-bíblicos serão considerados quando em conformidade com a Sagrada Escritura, mesmo assim, como ilustrações, nunca como fonte de verdades.

A segunda riqueza diz respeito ao fato de que foi por meio desta comunidade de fé que Deus preservou o significado de suas Palavras.

quinta-feira, 17 de março de 2016

O PAPEL DA IGREJA DIANTE DA CRISE POLÍTICA

Irmãos, este vídeo foi gravado durante o Culto de nossa Igreja, no dia 13 de Março, nele, Pr. Airton nos convida a refletir, e agir, diante da crise política que assola nosso país.

VÍDEO - CONHECENDO A JESUS PARA UM VIVER RENDIDO A DEUS E MOLDADO POR SUA IMAGEM REVELADA EM CRISTO 7

Amados Irmãos, este vídeo foi gravado durante o Culto do dia 13 de Março de 2016, ministrado pelo Pr. Airton Williams, em Hebreus 1.1-4 . Ele faz parte do estudo que é nosso desafio espiritual para o ano de 2016.

sexta-feira, 11 de março de 2016

ATÉ QUANDO OS INSENSATOS ODIARÃO O CONHECIMENTO 4

Amados, este vídeo foi gravado durante o Culto de Estudo, ministrado pelo Pr. Airton no dia 02 de Março de 2016. Este vídeo continua nosso estudo sobre Provérbios, Capítulo 1, versículos 20 a 33.

VÍDEO - CONHECENDO A JESUS PARA UM VIVER RENDIDO A DEUS E MOLDADO POR SUA IMAGEM REVELADA EM CRISTO 6

Amados Irmãos, este vídeo foi gravado durante o Culto do dia 06 de Março de 2016, ministrado pelo Pr. Airton Williams, em Hebreus 1.1-4 . Ele faz parte do estudo que é nosso desafio espiritual para o ano de 2016.

segunda-feira, 7 de março de 2016

VÍDEO - CONHECENDO A JESUS PARA UM VIVER RENDIDO A DEUS E MOLDADO POR SUA IMAGEM REVELADA EM CRISTO 5

Amados Irmãos, este vídeo foi gravado durante o Culto do dia 28 de Fevereiro de 2016, ministrado pelo Pr. Airton Williams, em Hebreus 1.1-4 . Ele faz parte do estudo que é nosso desafio espiritual para o ano de 2016.

TEXTO - CONHECENDO A JESUS PARA UM VIVER RENDIDO A DEUS E MOLDADO POR SUA IMAGEM REVELADA EM CRISTO 5

CONHECENDO A JESUS PARA UM VIVER RENDIDO A DEUS E MOLDADO POR SUA IMAGEM REVELADA EM cRISTO

Hebreus 1.1-4
1. Antigamente, muitas vezes e de muitas formas, Deus falou aos pais, pelos profetas. 2. Nos dias finais, nos falou no Filho a quem constituiu herdeiro de todas as promessas que Deus havia prometido ao seu povo, por meio de quem, também, criou o universo. 3. Ele, que é resplendor da glória e expressão exata de Deus, sustentando todas as coisas com sua palavra de poder, depois de realizar o rito de purificação dos pecados, assentou-se à direita da Majestade nas alturas. 4. Assim, ele se tornou tão superior aos anjos, quanto é mais excelente o nome que recebeu.

Jesus: a plena revelação de deus aos homens 3

1.      Antigamente, muitas vezes e de muitas formas, Deus falou aos pais, pelos profetas. 2. Nos dias finais, nos falou no Filho

Em nosso último sermão declaramos que deus sempre fez conhecida a sua palavra por meio de um modus operandi claro: nos pais, pelos profetas. É por meio deste modo claro, discernível, que todo ser humano, principalmente os crentes, podem compreender quem é Jesus.
Este modus operandi é ensinado pelo autor de Hebreus na frase “Deus falou aos pais, pelos profetas. Como vimos no sermão anterior, isto ocorre dentro de um processo revelacional em que, paulatinamente, Deus vai tornando clara a sua mensagem e a revelação do messias.
Todavia, antes de considerarmos o ensinamento desta frase e entendermos, assim, como Deus procede sua revelação, convém examinarmos dois grande perigos que nos impedem, e muitas vezes nos cegam, quanto ao entendimento da verdade de Deus: o misticismo e o pragmatismo.
Numa conversa com meu irmão, pastor Alex, e com outro amigo, pastor Paulo Ribeiro, ouvi a história de um pastor na Bahia que alegava buscar uma estratégia de Deus para a evangelização de sua cidade. Então, o Senhor Deus teria falado com ele dizendo algo do tipo: “Meu filho, monte uma escola de samba na sua igreja e participe do carnaval para evangelizar as pessoas”. Assim, após ter “ouvido a voz” do Senhor, este pastor montou a escola de samba na sua igreja e a inscreveu para participar dos desfiles.
Como conseqüência de sua obediência, sua igreja ganhou o desfile das escolas de samba daquele lugar, e isto por 5 anos consecutivos. Vendo que a escola de samba daquela igreja era imbatível, as demais desistiram de desfilar e, segundo o relato, o carnaval acabou naquela cidade.
Posso ouvir um “glória” por esse tristemunho? Sinceramente, espero que não, ainda que algumas igrejas estejam se empolgando com este tipo de relato. O que há de errado com o que foi descrito aqui? Supondo que seja verdade (e eu não sei da veracidade da história, sou cético com estas coisas), por que não nos regozijamos e nos alegramos com a suposta obediência deste pastor e os resultados obtidos?
Não nos alegramos porque algo está errado na forma como supostamente Deus falou com este pastor: o modus operandi de deus falar foi totalmente ignorado. É interessante observar como a geração evangélica moderna estabeleceu novos paradigmas do falar de Deus aos homens e esqueceu de criticar, biblicamente, tais paradigmas.
O que nos foi proposto no relato acima é o que chamamos de modo místico de Deus falar. De uma forma simples, o misticismo significa uma busca de comunhão com a divindade através da experiência divina ou intuitiva. Com o ressurgimento desta prática pagã de Deus falar nas igrejas, passamos a acreditar que Deus fala diretamente conosco sem a necessidade de mediação das Escrituras Sagradas. Basta estarmos em oração, num processo de santificação e meditação que passaremos a ouvir a voz de Deus diretamente.
Interessante, ainda, é que nem precisamos examinar as motivações das nossas orações e motivações (se são aceitáveis ou não aos olhos de Deus). No caso do pastor mencionado, sua motivação e oração era o crescimento da igreja, e isto era suficiente para que ele julgasse ter sido a voz de Deus que o instigou a agir daquela forma. Mas se considerarmos as Escrituras dentro dos seus próprios contextos, não veremos Deus nos ensinando a buscarmos tal crescimento. Somos ensinados a pregar o evangelho que chame os homens ao arrependimento, levando-os a confiar suas vidas a Cristo Jesus. Crescimento de igreja não está sujeito à nossa ação, mas à ação do Espírito Santo de Deus, que agirá redimindo o número dos eleitos do Senhor (Atos 2.39). É neste sentido que devemos ler Atos 2.47b: “Enquanto isso, acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos”.
Observe que a igreja em Atos apenas pregava o evangelho do reino; não havia estratégias para crescimento e nem preocupação com isto. Como resultado da pregação, o contexto inicial diz que “perseveravam unânimes na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações” (v.42). Como resultado, havia temor em seus corações; viviam juntos e tinham tudo em comum (v.43,44). Enquanto isso acontecia entre eles, O SENHOR DEUS ACRESCENTAVA os que iam sendo salvos. Perceba, aqueles irmãos não faziam isto como estratégia, mas era o seu estilo de vida mediante o evangelho, e o Senhor Deus, por iniciativa soberana, não constrangido a isso, acrescentava-lhes os que iam sendo salvos.
Quando entendemos isto, não buscamos a Deus com orações tolas que revelam as necessidades pecaminosas de reconhecimento do nosso ministério diante dos outros. Não pediremos a Deus o que desejamos, mas pediremos aquilo que agrade ao Senhor em nossas vidas.
Muitas pessoas têm sido enganadas com supostas vozes de Deus por ignorar, totalmente, a mediação da sua Palavra, pois o que lhes basta é a mediação das ambições dos seus próprios corações, ou suas angústias pessoais. Então, seus corações produzem vozes e passam a dizer que Deus falou com elas. Entenda o que estou dizendo! Preciso ser bem claro e específico aqui! Nossos corações, por causa de suas ambições ou angústias, reproduzem vozes “audíveis” em nossos ouvidos que julgamos ser de Deus, mas que nada tem a ver com Deus, e passamos a guiar nossas vidas, nossas decisões por estas vozes interiores que nos afastam, realmente, do senhor e sua vontade.
Nenhuma revelação de Deus procederá dele sem a mediação das Escrituras Sagradas. Isto significa que se Deus falou algo, de fato, a mim, a Bíblia será testemunha da verdade desta voz. Tomando o caso, novamente, daquele pastor na Bahia, a quem Deus manda fazer uma escola de samba para a evangelização daquela cidade, como ficam os textos sagrados que nos ensinam a nos afastarmos do mundo com sua devassidão? Observemos: Dt 7.1-5; Jo 17.14-18; Tg 4.4; 1Jo 2.15-17. Onde, nas Escrituras Sagradas, temos autorização da parte de Deus para santificarmos aquilo que é pecado? Nosso chamado é para chamar para fora (grego ekbalew) deste mundo os pecadores e não para nos misturarmos com sua cultura ofensiva a Deus.
Por rejeitarmos o modus operandi de Deus falar, pastores têm prostituído a igreja do Senhor Jesus com práticas pagãs, desonrosas ao nome de Deus e permissivas sexualmente, trazendo vergonha ao bom e santo nome de Cristo, de quem fala toda a revelação das Escrituras.
Deus não fala conosco sem a mediação das Escrituras. Entenda isto. Nenhuma voz será a genuína voz do senhor sem a mediação das escrituras. Preciso afirmar isto de forma enfática, pois após esta conversa, o pastor Alex me expôs outra situação em que um pastor auxiliar, mantendo-se fiel à voz do Senhor mediante a Escritura, ouviu de seu titular algo do tipo: “Nós não podemos fazer somente aquilo que a Bíblia diz”, ao que reagiu reafirmando sua fé na suficiência das Escrituras, e provavelmente será demitido como preço do seu amor a Deus e sua Palavra.
Quando o pastor Alex me contou esta última história, lembrei de minha situação quando pastoreei, como auxiliar uma igreja no sul de São Paulo, cujo titular era um homem sem nenhum compromisso com a verdade de Deus, mas totalmente comprometido com o famigerado movimento de crescimento de Igreja. Ali, em 1998, pedi demissão na metade do ano, pois não estava disposto a aceitar falsas vozes em nome de Deus para conduzir minha vida e ministério. E posso lhe dizer que foi a melhor decisão tomei na minha vida.
Dois anos depois, aquela igreja enfrentou uma crise terrível que quase a destruiu, e fui convidado a voltar lá onde pude expor para eles a necessidade de ouvirem somente a voz de Deus mediada por sua Palavra.
Quando a voz do Senhor se confunde com o misticismo, a revelação do verdadeiro Cristo fica comprometida. Abrimos mão de uma bússola segura, infalível, clara e objetiva, a Palavra de Deus. Não é sem razão que muita coisa que se ensina sobre Jesus nas igrejas atuais não passam de devaneios de seus líderes, que sem conhecimento das Escrituras expõem um Cristo segundo as ambições e frustrações dos seus corações.
Não importa quão emocionante seja o testemunho; não importa se ele lhe toca e até mesmo lhe faz chorar; não importa a aparência de veracidade. Se não for mediado pela Escritura, que seja anátema, maldito, aquele prega outro evangelho!
Voltando ao relato do pastor na Bahia, um segundo modus operandi de Deus falar é identificado: Pragmatismo. A razão para acreditar que Deus, de fato, havia revelado aquela aberração de mensagem é que alguns anos depois o carnaval acabou naquela cidade. A lógica, então, é: Porque deu certo, só pode ter vindo de Deus. Será? Examinaremos isto no próximo sermão.

Pr. Airton Williams



quinta-feira, 3 de março de 2016

E COMEÇA A OBRA...

Há sete anos, nove pessoas se reuniram em torno de uma pergunta: “qual a igreja perfeita?”  Durante estes anos, crescemos, amadurecemos e hoje esta pergunta já não importa mais. Hoje, cientes de que a nossa necessidade não é a de uma igreja perfeita, até por que ela não existe; nossa necessidade, como igreja, é tão somente difundirmos o Evangelho do Senhor: “Conjuro-te, pois, diante de Deus, e do Senhor Jesus Cristo, que há de julgar os vivos e os mortos, na sua vinda e no seu reino, que pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina.” 2ª Timóteo 4.1-2.  Para isto, temos buscado aperfeiçoarmos nossas vidas, como Servos do Deus altíssimo, buscando seguir seus ensinamentos, através da Sua Palavra.
Hoje, se inicia mais uma parte de nossa caminhada como igreja, começam as obras para a construção de nosso templo. É uma parte importante de nossa caminhada, pois entendemos que é chegada a hora de nos apresentarmos para a comunidade, como igreja do Senhor, como Igreja Cristã de Confissão Reformada – ICCR.
Nossa igreja estará situada na Comercial Norte - Taguatinga/DF, esperamos que nosso templo tenha cara de igreja, de Templo. Claro, esperamos que possamos edificar ali, naquele local, um verdadeiro espaço para adoração ao Senhor, e que juntos, como Igreja de Cristo, possamos realizar a obra para a qual Ele nos chamou e que ao final desta caminhada, possamos fazer como Paulo, que disse: “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé.” 2ª Timóteo 4.7
Ainda há muito a ser feito, não só na construção da igreja, mas na sua condução, na condução de nossas vidas, pedimos ao Senhor que nos oriente, instrua, que Ele mesmo guie nossos passos, nossas vidas e coloque no meio de nós, aqueles a quem Ele escolheu.
Talvez você deseje nos ajudar nesse processo, se você puder, se o Senhor tocar o seu coração, entre em contato, toda ajuda será bem vinda. Sabemos que a obra é dEle e é para Ele que a realizamos, agradecemos a todos que puderem e quiserem colaborar e somos gratos, por que até aqui nos ajudou o Senhor, e temos a plena certeza, de que Ele continuará a nos ajudar.

Abaixo, desenho de como será a fachada de nossa igreja.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

VÍDEO - CONHECENDO A JESUS PARA UM VIVER RENDIDO A DEUS E MOLDADO POR SUA IMAGEM REVELADA EM CRISTO 4

Amados Irmãos, este vídeo foi gravado durante o Culto do dia 14 de Fevereiro de 2016, ministrado pelo Pr. Airton Williams, em Hebreus 1.1-4 . Ele faz parte do estudo que é nosso desafio espiritual para o ano de 2016.

ATÉ QUANDO OS INSENSATOS ODIARÃO O CONHECIMENTO 3

Amados, este vídeo foi gravado durante o Culto de Estudo, ministrado pelo Pr. Airton no dia 10 de Fevereiro de 2016. Este vídeo continua nosso estudo sobre Provérbios, Capítulo 1, versículos 20 a 33.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

TEXTO - CONHECENDO A JESUS PARA UM VIVER RENDIDO A DEUS E MOLDADO POR SUA IMAGEM REVELADA EM CRISTO 4

CONHECENDO A JESUS PARA UM VIVER RENDIDO A DEUS E MOLDADO POR SUA IMAGEM REVELADA EM cRISTO

Jesus: a plena revelação de deus aos homens
1.      Antigamente, muitas vezes e de muitas formas, Deus falou aos pais, pelos profetas. 2. Nos dias finais, nos falou no Filho

Em nosso último sermão, começamos a ver que Jesus é apresentado dentro de um contexto profético, e que tal descrição estava de acordo com as expectativas messiânicas da época, visto que Israel aguardava que seu messias fosse, de fato, um profeta também.
Também observamos que esta expectativa profética é normal e percebida em todas as religiões, pois os homens almejam, pela natureza da imago Dei neles, ouvir e serem orientados por Deus, ainda que se afastem do verdadeiro Deus por causa dos seus pecados, e busquem formas vazias de revelação para seus corações confusos e perturbados num mundo caótico.
Por fim, vimos que a expectativa profética era percebida pelo escritor de Hebreus e que era necessário trabalhar com ela para apontar para a verdade sobre o sacerdócio de Jesus, algo que parecia absurdo para os judeus (e ainda parece), quando olham para as características sacerdotais que o messias deveria ter e as mesmas não são encontradas em Cristo.
Diante destas constatações, observamos que a introdução que o escritor de Hebreus faz ao livro é extremamente importante, pois inicia apontando não somente para a pessoa de Jesus mas também para aquilo que ele representa. Neste caso, a primeira afirmação, Deus nos falou no filho, aponta para o fato de que Jesus é a plena revelação de deus, o que implica que toda a verdade está ancorada nele.
Porém, como observamos também, a revelação plena de Deus em Cristo não está ancorada em alguma experiência mística experimentada por Jesus que o tenha levado a algum tipo de entendimento de ser ele algum ser especialmente chamado para uma missão; também não está ancorada no personalismo de sua santidade, piedade e sabedoria. Ou seja, para o escritor de Hebreus, a resposta sobre a verdade em torno do sacerdócio e do messianismo não encontram resposta em Jesus por ser ele Jesus, mas porque ele é o ponto final, pleno e suficiente de um processo histórico-salvífico de revelação iniciado muito antes dele mesmo, Jesus. Daí porque o escritor sagrado diz: “antigamente Deus falou...”
Desde o início de sua criação, o Senhor já falava direcionando tudo para o seu Filho bendito, e assim, a verdade que se encontra em Jesus não dependia de provas místicas nem mesmo de uma personalidade forte e convincente. Bastava olhar para o registro da revelação que vinha desde o Antigo Testamento até encontrar em Cristo sua plena revelação. É por isso que após a ressurreição, o Senhor Jesus passou a mostrar, claramente, como toda a Escritura (ou seja, o Antigo Testamento naquele momento), dava testemunho dele (Lc 24.32;44).
Na construção de seu argumento para estabelecer que Jesus é a revelação final, plena e suficiente de Deus aos homens, estando nele toda a verdade sobre todas as coisas, inclusive o ponto de entendimento do seu próprio sacerdócio, o escritor de Hebreus traça uma linha consistente com várias teses.
De início nos lembra que ao longo de todas as eras Deus sempre fez conhecida a sua palavra. É neste sentido que devemos interpretar a frase “antigamente Deus falou”. Donald Guthrie nos lembra que esta afirmação/tese implica, diretamente, na idéia de que aquilo que será exposto no texto não tem relevância nenhuma para aqueles que não acreditam no fato de que Deus não nos deixou na ignorância do seu ser e sua vontade ao longo da história. Quem não crê que Deus tenha falado ao longo das eras não terá nenhum proveito com a verdade plena que se encontra em Jesus (Hebreus: Introdução e Comentário, p.57, Editora Vida Nova).
Isto nos ajuda a discernir um ponto muito importante para a nossa caminhada: se alguém não nos pede razão da nossa fé (1Pe 3.15), ou demonstra aversão em ouvir o anúncio do evangelho, não deveríamos perder tempo, jogando pérolas aos porcos (Mt 7.6). Às vezes, literalmente, perdemos tempo com pessoas assim por causa do orgulho ou da soberba do nosso coração que acha ter o poder de dissuadir alguém, levando-o à salvação e com isto ganhando méritos aos olhos de Deus.
Quando o escritor de Hebreus inicia seu texto inspirado, ele não perde tempo tentando provar nada do que disse, apenas declara: Deus falou, e isto é mais do que suficiente para chamar a atenção dos crêem para aquilo que ele propõe revelar, a saber, que Jesus é a final, plena e suficiente revelação de Deus aos homens desde o momento que as eras foram iniciadas.
Outra implicação importante desta tese/afirmação é que a verdade de Deus sempre se fez conhecida num processo revelacional que culminou na encarnação do Filho de Deus, por isso se diz: “Antigamente Deus falou... Nestes últimos dias nos falou no Filho”. Então, segundo o escritor de Hebreus, nós não conhecemos a verdade plena de Deus mediante um único texto, mesmo das Escrituras, mas mediante o estudo acurado do processo revelacional escriturístico que culmina na revelação de Jesus.
Este ponto é extremamente importante para nós que desejamos conhecer a Deus e fazer sua vontade, pois o que vemos no meio evangélico atual é um conhecimento de Deus e de seu Filho baseado em revelações místicas e personalistas que ignoram totalmente a linha clara da revelação progressiva das Escrituras que culmina em Jesus. É gente que alega ter estado com Cristo e o anunciam dizendo coisas bizarras e desonrosas à santidade dele, do tipo: “ele é demais; ele é um gato” (Baby do Brasil, numa entrevista ao Jô Soares). São muitas as declarações que se fazem a respeito de Jesus, sua pessoa e obra, e que não encontram amparo nenhum na clara linha revelacional progressiva das Escrituras.
Jesus não é uma figura religiosa que nasce do nada, de uma elucubração humana ou fanatismo religioso de um homem (e.g. Inri Cristo); também não se apresenta como a verdade (“Eu sou o caminho, a verdade e a vida”, Jo14.6), apresentando credenciais personalistas; também não reivindica divindade baseado em uma experiência mística, pois não são seus milagres que atestam ser ele o próprio Deus, visto que muitos curandeiros eram conhecidos na época de Jesus como também o são em nossos dias.
Jesus se revela como a plena revelação de Deus aos homens por meio de uma linha clara, verificável, da revelação progressiva tal como a encontramos nas Escrituras Sagradas. Por isso, ele não teme dizer: “Examinai as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna, e são elas mesmas que testificam de mim” (Jo 5.39).
Tudo o que Jesus é e tudo o que ele ensinou está em plena concordância com o falar de Deus por todas as eras, em todas as gerações; tudo o que Jesus é e tudo o que ele ensinou revelam a plenitude de tudo aquilo que as Escrituras falaram sobre Deus e sua vontade aos homens ao longo de todas as eras, em todas as gerações.
Não somente podemos saber, como também podemos reconhecer, quem é Jesus porque Deus nos deixou de forma clara a revelação de sua Palavra em todas as eras. Não é sem razão que o escritor de Hebreus, ao falar sobre a fé, discorre sobre o tema desde a criação passando por Abel, os patriarcas, Moisés, os israelitas em Canaã e termina apontando para os leitores de seu sermão (capítulo 11). Ou seja, tudo o que de Deus podemos saber foi registrado para que tivéssemos plena certeza da verdade de Deus. E tudo o que podemos saber sobre Jesus, foi registrado em todas as eras para que pudéssemos discernir quem ele é.
Considerando este ponto, que líder-fundador de qualquer religião que proponha nos levar a Deus tem um lastro tão grande de testemunho sobre sua vida? Novamente, o estudo das religiões comparadas nos ajuda muito, pois nelas vemos que a idéia de profecias que apontavam para algum messias libertador, de um povo oprimido, sempre existiu. Todavia, ao contrário das profecias sobre Jesus, tais profecias pagãs eram restritas a um período, não tendo elas mesmas lastros de veracidade, além de anunciar um messias redentor da opressão específica de um povo (e.g. o filme Highlander), nunca uma redenção global e cósmica, conforme vemos na pessoa de Jesus.

Retomando a primeira afirmação/tese da revelação final, plena e suficiente que Deus faz em Jesus, lembramos que isto é possível porque Deus sempre fez conhecida a sua palavra que culmina em Cristo. Mas antes de chegar nesta conclusão, o escritor de Hebreus traça uma segunda tese: deus sempre fez conhecida a sua palavra por meio de um modus operandis claro: nos pais, pelos profetas. Verificaremos isto no próximo sermão, permitindo o Senhor.

Airton Williams

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

TEXTO - CONHECENDO A JESUS PARA UM VIVER RENDIDO A DEUS E MOLDADO POR SUA IMAGEM REVELADA EM CRISTO 3

CONHECENDO A JESUS PARA UM VIVER RENDIDO A DEUS E MOLDADO POR SUA IMAGEM REVELADA EM CRISTO 

 Hebreus 1.1-4 1. Antigamente, muitas vezes e de muitas formas, Deus falou aos pais, pelos profetas. 2. Nos dias finais, nos falou no Filho a quem constituiu herdeiro de todas as promessas que Deus havia prometido ao seu povo, por meio de quem, também, criou o universo. 3. Ele, que é resplendor da glória e expressão exata de Deus, sustentando todas as coisas com sua palavra de poder, depois de realizar o rito de purificação dos pecados,assentou-se à direita da Majestade nas alturas. 4. Assim, ele se tornou tão superior aos anjos, quanto é mais excelente o nome que recebeu.

Jesus: a plena revelação de Deus aos homens .

 1. Antigamente, muitas vezes e de muitas formas, Deus falou aos pais,
 pelos profetas. 2. Nos dias finais, nos falou no Filho

INTRODUÇÃO

 Em nossa última análise sobre o conhecimento de Jesus, tivemos a oportunidade de examinar a dinâmica do nosso conhecimento por meio do texto do evangelista Marcos, no bloco narrativo que compreende o capítulo 8.22 à 10.52. A partir da história de dois cegos, vimos como somos conduzidos, naquele texto, a entender nossa situação diante daquilo que declaramos saber sobre Jesus.

Voltando ao texto de Marcos, quando Jesus pergunta quem dizem os homens que sou eu?, é interessante observar as respostas: João Batista, Elias e algum dos profetas. O que estas respostas têm um comum? Todas apontam para o ofício profético de Cristo.

Naquela época, havia uma crença de que o messias esperado de Israel seria um profeta. Assim, neste sentido, as respostas não estavam erradas. Todavia, falhavam de forma grave quando compreendiam que este era todo o mistério que envolvia a pessoa do messias, tornando-o semelhante a qualquer outro grande profeta na história de Israel.

Observe que isto não é diferente do que costumamos ouvir nos dias atuais. Em várias religiões e crenças pessoais, Cristo não passa de uma espécie de profeta ou líder espiritual iluminado. Assim o vêem os muçulmanos, espíritas e as demais religiões, incluindo o próprio judaísmo atual.

Mas como dissemos, a expectativa profética não era de todo errada. Agora, por que esta expectativa profética em torno do messias? Primeiramente, isto estava ancorado nas profecias e teologia do Antigo Testamento que haviam determinado que um dos sinais de reconhecimento messiânico seria o ofício profético, conforme ensinara Moisés em Dt 18.15: “O Senhor teu Deus te suscitará um profeta do meio de ti, de teus irmãos, semelhante a mim; a ele ouvirás.”

Mas creio que a razão principal da expectativa em torno do ofício profético pode ser vista na necessidade que os homens, em todas as eras, têm de ouvir uma clara direção de Deus para a sua vida. Isto se pode ver em todas as religiões por meio de seus videntes, profetas, adivinhos e afins. Observe que isto não é uma questão restrita a Israel e nem ao cristianismo. É da essência dos homens a sensação de estarem desorientados num mundo tão confuso, com tantas disparidades e complexidades, onde o bem e o mal não parecem coisas fáceis de se discernir. Disto, nasce a necessidade de alguém que fale com autoridade em nome de Deus e torne clara a verdade da vida.

Um exemplo claro disso temos em Mateus 7.28,29, quando após proferir o “Sermão do Monte”, o evangelista narra a reação das multidões que o ouviam, dizendo: “Quando Jesus acabou de proferir estas palavras, estavam as multidões maravilhadas da sua doutrina; porque ele ensinava como quem tem autoridade e não como os escribas”.

É neste contexto de anseio por se ouvir a voz de Deus e sua clara orientação para a vida que surge a figura do profeta, alguém que fala em nome de e com autoridade de. Uma vez que esta figura é instituída pelo próprio Deus, entende-se que nada há de errado com o conceito e nem com a necessidade. E não somente as multidões que cercam Jesus nos evangelhos o vêem assim como assim também nos apresenta Jesus, inicialmente, o escritor de Hebreus. Segundo o escritor sagrado,

 1. Jesus é a plena revelação de Deus aos homens. 

O entendimento deste ponto é essencial ao texto de Hebreus, pois como já vimos, a comunidade cristã a quem se destina o escrito era, indiscutivelmente, constituída de judeus de formação helênica que haviam crido que o messias esperado da redenção de Israel era Jesus. Todavia, eles se deparavam com o problema do ofício sacerdotal, pois as profecias veterotestamentárias apontavam como outro sinal de reconhecimento messiânico o sacerdócio do messias, e olhando para Jesus e sua obra, seria difícil reconhecer o cumprimento deste ofício visto que:

• Ele não era sacerdote conforme a prescrição da lei judaica, pois: a) Jesus não pertencia a uma família de sacerdotes, nem mesmo à tribo selecionada para o serviço do culto; b) na série ascendente de separações rituais, Ele se encontrava no degrau mais baixo, o do povo.

• Seu ministério não era sacerdotal (no antigo sentido da palavra), sendo muito mais uma continuidade da ação dos profetas (proclamação da Palavra e anúncio da próxima intervenção divina).

• Jesus se colocou claramente na linha da tradição profética. Nos Evangelhos vemos sua ação contra a concepção ritual da religião: pouca importância às preocupações de pureza ritual (Mt 9.10-13; 15.1-20); recusa em valorizar de forma absoluta o preceito do repouso sagrado, o dia de Sábado, em detrimento do seu semelhante (Mt 12.1-13; Jô 5.16-18; 9.16); rejeição do antigo modo de santificação (compare Os 6.6 e o ensinamento de Jesus em Mt 9.13), que incluía afastamento e inclusão dos impuros, enquanto Cristo não somente ensinava como praticava o acolhimento dos piores tipos de pecadores considerados em sua época e sociedade (e.g. o bandido que estava ao seu lado na cruz e que foi perdoado segundo Lucas 23.39-43).

Assim, a vida e o ministério de Jesus tomaram um rumo totalmente diferente do que se esperava quanto ao sacerdócio. Como, então, insistir na idéia de que ele seria o messias esperado da redenção de Israel? De onde o cristianismo tirava esta conclusão que parecia tão absurda à luz das Escrituras?

Se compreendermos este ponto, a introdução do livro, cap. 1.1-4, se torna elucidativa para nós. Onde repousava a verdade sobre o sacerdócio messiânico? Qual a fonte de autoridade para descrição e afirmação do sacerdócio de Jesus?

 Estas indagações levam o autor de Hebreus a iniciar sua obra com uma afirmação categórica: a plena revelação de Deus, seu Ser e Sua vontade, repousam no Filho. 

Porém, é interessante observar como ele conduz a argumentação do texto para este ponto. Ao contrário de inúmeras religiões, e mesmo movimentos messiânicos dentro do judaísmo primitivo e neotestamentário, o escritor sagrado não parte para a conclusão da plenitude da revelação em Cristo Jesus a partir de alguma defesa mística ou personalista, como é próprio de tantas religiões.

No caso da revelação mística temos exemplos claros em várias religiões. Como ilustração, tomemos dois casos: o islamismo e o mormonismo. No primeiro caso, temos a experiência mística de Maomé no deserto que alega ter sido visitado por um anjo que lhe revelou a verdade sobre Allá. A partir daí, ele começa sua cruzada para evangelizar os povos árabes e, posteriormente, o mundo de infiéis (ou seja, todos aqueles que não concordavam com a revelação recebida e que o instituía como último profeta legítimo para o mundo).

No segundo caso, temos o mormonismo que também nasce de uma experiência mística de Joseph Smith, que por coincidência também tem um anjo que lhe revela a mensagem verdadeira de Deus que estava perdida. Tal mensagem da origem ao livro de Mórmons.

Em ambos os casos, uma experiência mística é determinante para o surgimento da religião e sua verdade. O problema é que tais experiências não podem ser atestadas de fato. E quando olhamos para seus profetas ficamos com sérias dúvidas da veracidade do que ensinaram por causa do tipo de vida que levaram, com graves pecados sexuais que foram redimidos a partir do novo ensinamento que os justificava.

Considerando a revelação que nasce do personalismo, podemos mencionar o budismo e a Seicho-no-ie. No primeiro caso, a fé budista não nasce de uma verdade descoberta numa experiência mística de Siddartha Gautama, Buda. Ela nasce de sua leitura e interpretação da vida que o cercava. Seu sucesso posterior depende do seu personalismo, ou seja, da imagem que ele comunicava às pessoas e seus seguidores posteriores, cercada de um enlevo espiritual. Sua personalidade foi a chave de sua religião.

A mesma coisa se pode dizer do surgimento da Seicho-no-ie, cuja figura central é Masaharu Taniguchi, descrito por seus seguidores como um homem de profundo amor e compaixão pela humanidade. Nisto já se percebe a força de sua personalidade e a razão da verdade repousar em seus ensinamentos.

A revelação plena de Deus em Cristo não está ancorada em alguma experiência mística experimentada por Jesus que o tenho levado a algum tipo de entendimento de ser ele algum ser especialmente chamado para uma missão; também não está ancorada no personalismo de sua santidade, piedade e sabedoria. Ou seja, para o escritor de Hebreus a resposta sobre a verdade em torno do sacerdócio e do messianismo não encontram resposta em Jesus por ser ele Jesus, mas porque ele é o ponto final, pleno e suficiente de um processo histórico salvífico de revelação iniciado muito antes dele mesmo, Jesus. Daí porque o escritor sagrado diz: “antigamente Deus falou...”

Desde o início de sua criação, o Senhor já falava direcionando tudo para o seu Filho bendito, e assim, a verdade que se encontra em Jesus não dependia de provas místicas nem mesmo de uma personalidade forte e convincente. Bastava olhar para o registro da revelação que vinha desde o Antigo Testamento até encontrar em Cristo sua plena revelação. É por isso que após a ressurreição, o Senhor Jesus passou a mostrar, claramente, como toda a Escritura (ou seja, o Antigo Testamento naquele momento), dava testemunho dele (Lc 24.32;44).

Na construção de seu argumento para estabelecer que Jesus é a revelação final, plena e suficiente de Deus aos homens, estando nele toda a verdade sobre todas as coisas, inclusive o ponto de entendimento do seu próprio sacerdócio, o escritor de Hebreus traça uma linha consistente com várias teses. Assim, examinemos cada uma delas a partir da próxima exposição.

Airton Williams