O principal alvo de Paulo, em tornar-se escravo de todos, era que estes fossem salvos. Ele não tinha o objetivo de ganhar um concurso de popularidade. Não buscava tornar a si mesmo, ou o evangelho, mais simpático aos homens. Todo seu propósito era evangelístico. Charles H. Spurgeon acerca desta passagem, disse:
Receio haver alguns que pregam com o propósito de divertir os homens. E, enquanto os ouvintes puderem ser reunidos em multidão, terem a coceira de seus ouvidos satisfeita e se retirarem contentes com o que ouviram, o pregador fica contente, cruza os braços e volta para casa satisfeito consigo mesmo. Mas o propósito de Paulo não era agradar o público e reunir uma multidão. Se não os pudesse salvar, Paulo achava sem valor o mero interesse deles. A menos que a verdade lhes afligisse o coração, influenciasse suas vidas e os tornasse novas criaturas, Paulo teria ido para casa clamando: "Quem creu em nossa pregação? E a quem foi revelado o braço do Senhor?"
Observem, meus irmãos, se eu, ou vocês, ou qualquer um de nós, ou todos nós tivermos passado a nossa vida toda divertindo, educando ou moralizando os homens, quando estivermos diante de Deus, naquele grande dia, estaremos em uma condição muito lamentável e teremos apenas um relatório muito triste a apresentar; pois de que valerá ao homem ser uma pessoa instruída no momento em que for condenado? De que lhe servirá ter sido entretido, se , ao soar a trombeta, ao tremer o céu e a terra e ao abrir-se o abismo com suas mandíbulas cheias de fogo, for engulida a sua alma não salva? De que lhe servirá até mesmo o ter-se tornado um homem moralizado, se for deixado à esquerda do juiz e se o "Apartai-vos de mim, malditos," for a sua porção.
Essa é, precisamente, a minha preocupação com as estratégias contemporâneas de crescimento da igreja caracterizadas pelo pragmatismo. Elas são inventadas com o propósito de atrair os que não frequentem regularmente as reuniões da igreja. Para que? Para entretê-los? Para que frequentem regularmente as reuniões da igreja? Tornar em "igrejeiros" os que não frequentam a igreja nada realiza de valor eterno. Com frequência, entretanto, é nisso que resulta a estratégia. Ou, então , é mesclada a um evangelho adulterado que erroneamente assegura segurança errada aos pecadores, dizendo que uma "decisão" positiva por Cristo é tão boa quanto uma verdadeira conversão. Multidões que não são cristãos verdadeiros agora se identificam com a igreja. A igreja, portanto, tem sido invadida pelos valores do mundo, pelos interesses do mundo e pelos cidadãos do mundo.
Por todos os meios, devemos buscar a salvação dos perdidos. Precisamos ser servos de todos, condescendentes a cada tipo de pessoa. Para os judeus, devemos nos tornar judeus; para os gentios, devemos nos fazer gentios; para as crianças, precisamos nos portar como crianças; e assim para cada parte da humanidade. Mas não ousemos menosprezar o principal instrumento de evangelismo: a proclamação direta e cristocêntrica da genuína Palavra de Deus. Aqueles que trocam a Palavra por entretenimento ou artifícios descobrirão que não possuem um meio eficaz de alcançar as pessoas com a verdade de Cristo.
Retirado do Livro: Com Vergonha do Evangelho - Quando a igreja se torna como o mundo
John MacArthur - Edidora Fiel - Pag.: 116 a 118
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