CONTRIBUIÇÕES

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quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

VÍDEO - CONHECENDO A JESUS PARA UM VIVER RENDIDO A DEUS E MOLDADO POR SUA IMAGEM REVELADA EM CRISTO 4

Amados Irmãos, este vídeo foi gravado durante o Culto do dia 14 de Fevereiro de 2016, ministrado pelo Pr. Airton Williams, em Hebreus 1.1-4 . Ele faz parte do estudo que é nosso desafio espiritual para o ano de 2016.

ATÉ QUANDO OS INSENSATOS ODIARÃO O CONHECIMENTO 3

Amados, este vídeo foi gravado durante o Culto de Estudo, ministrado pelo Pr. Airton no dia 10 de Fevereiro de 2016. Este vídeo continua nosso estudo sobre Provérbios, Capítulo 1, versículos 20 a 33.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

TEXTO - CONHECENDO A JESUS PARA UM VIVER RENDIDO A DEUS E MOLDADO POR SUA IMAGEM REVELADA EM CRISTO 4

CONHECENDO A JESUS PARA UM VIVER RENDIDO A DEUS E MOLDADO POR SUA IMAGEM REVELADA EM cRISTO

Jesus: a plena revelação de deus aos homens
1.      Antigamente, muitas vezes e de muitas formas, Deus falou aos pais, pelos profetas. 2. Nos dias finais, nos falou no Filho

Em nosso último sermão, começamos a ver que Jesus é apresentado dentro de um contexto profético, e que tal descrição estava de acordo com as expectativas messiânicas da época, visto que Israel aguardava que seu messias fosse, de fato, um profeta também.
Também observamos que esta expectativa profética é normal e percebida em todas as religiões, pois os homens almejam, pela natureza da imago Dei neles, ouvir e serem orientados por Deus, ainda que se afastem do verdadeiro Deus por causa dos seus pecados, e busquem formas vazias de revelação para seus corações confusos e perturbados num mundo caótico.
Por fim, vimos que a expectativa profética era percebida pelo escritor de Hebreus e que era necessário trabalhar com ela para apontar para a verdade sobre o sacerdócio de Jesus, algo que parecia absurdo para os judeus (e ainda parece), quando olham para as características sacerdotais que o messias deveria ter e as mesmas não são encontradas em Cristo.
Diante destas constatações, observamos que a introdução que o escritor de Hebreus faz ao livro é extremamente importante, pois inicia apontando não somente para a pessoa de Jesus mas também para aquilo que ele representa. Neste caso, a primeira afirmação, Deus nos falou no filho, aponta para o fato de que Jesus é a plena revelação de deus, o que implica que toda a verdade está ancorada nele.
Porém, como observamos também, a revelação plena de Deus em Cristo não está ancorada em alguma experiência mística experimentada por Jesus que o tenha levado a algum tipo de entendimento de ser ele algum ser especialmente chamado para uma missão; também não está ancorada no personalismo de sua santidade, piedade e sabedoria. Ou seja, para o escritor de Hebreus, a resposta sobre a verdade em torno do sacerdócio e do messianismo não encontram resposta em Jesus por ser ele Jesus, mas porque ele é o ponto final, pleno e suficiente de um processo histórico-salvífico de revelação iniciado muito antes dele mesmo, Jesus. Daí porque o escritor sagrado diz: “antigamente Deus falou...”
Desde o início de sua criação, o Senhor já falava direcionando tudo para o seu Filho bendito, e assim, a verdade que se encontra em Jesus não dependia de provas místicas nem mesmo de uma personalidade forte e convincente. Bastava olhar para o registro da revelação que vinha desde o Antigo Testamento até encontrar em Cristo sua plena revelação. É por isso que após a ressurreição, o Senhor Jesus passou a mostrar, claramente, como toda a Escritura (ou seja, o Antigo Testamento naquele momento), dava testemunho dele (Lc 24.32;44).
Na construção de seu argumento para estabelecer que Jesus é a revelação final, plena e suficiente de Deus aos homens, estando nele toda a verdade sobre todas as coisas, inclusive o ponto de entendimento do seu próprio sacerdócio, o escritor de Hebreus traça uma linha consistente com várias teses.
De início nos lembra que ao longo de todas as eras Deus sempre fez conhecida a sua palavra. É neste sentido que devemos interpretar a frase “antigamente Deus falou”. Donald Guthrie nos lembra que esta afirmação/tese implica, diretamente, na idéia de que aquilo que será exposto no texto não tem relevância nenhuma para aqueles que não acreditam no fato de que Deus não nos deixou na ignorância do seu ser e sua vontade ao longo da história. Quem não crê que Deus tenha falado ao longo das eras não terá nenhum proveito com a verdade plena que se encontra em Jesus (Hebreus: Introdução e Comentário, p.57, Editora Vida Nova).
Isto nos ajuda a discernir um ponto muito importante para a nossa caminhada: se alguém não nos pede razão da nossa fé (1Pe 3.15), ou demonstra aversão em ouvir o anúncio do evangelho, não deveríamos perder tempo, jogando pérolas aos porcos (Mt 7.6). Às vezes, literalmente, perdemos tempo com pessoas assim por causa do orgulho ou da soberba do nosso coração que acha ter o poder de dissuadir alguém, levando-o à salvação e com isto ganhando méritos aos olhos de Deus.
Quando o escritor de Hebreus inicia seu texto inspirado, ele não perde tempo tentando provar nada do que disse, apenas declara: Deus falou, e isto é mais do que suficiente para chamar a atenção dos crêem para aquilo que ele propõe revelar, a saber, que Jesus é a final, plena e suficiente revelação de Deus aos homens desde o momento que as eras foram iniciadas.
Outra implicação importante desta tese/afirmação é que a verdade de Deus sempre se fez conhecida num processo revelacional que culminou na encarnação do Filho de Deus, por isso se diz: “Antigamente Deus falou... Nestes últimos dias nos falou no Filho”. Então, segundo o escritor de Hebreus, nós não conhecemos a verdade plena de Deus mediante um único texto, mesmo das Escrituras, mas mediante o estudo acurado do processo revelacional escriturístico que culmina na revelação de Jesus.
Este ponto é extremamente importante para nós que desejamos conhecer a Deus e fazer sua vontade, pois o que vemos no meio evangélico atual é um conhecimento de Deus e de seu Filho baseado em revelações místicas e personalistas que ignoram totalmente a linha clara da revelação progressiva das Escrituras que culmina em Jesus. É gente que alega ter estado com Cristo e o anunciam dizendo coisas bizarras e desonrosas à santidade dele, do tipo: “ele é demais; ele é um gato” (Baby do Brasil, numa entrevista ao Jô Soares). São muitas as declarações que se fazem a respeito de Jesus, sua pessoa e obra, e que não encontram amparo nenhum na clara linha revelacional progressiva das Escrituras.
Jesus não é uma figura religiosa que nasce do nada, de uma elucubração humana ou fanatismo religioso de um homem (e.g. Inri Cristo); também não se apresenta como a verdade (“Eu sou o caminho, a verdade e a vida”, Jo14.6), apresentando credenciais personalistas; também não reivindica divindade baseado em uma experiência mística, pois não são seus milagres que atestam ser ele o próprio Deus, visto que muitos curandeiros eram conhecidos na época de Jesus como também o são em nossos dias.
Jesus se revela como a plena revelação de Deus aos homens por meio de uma linha clara, verificável, da revelação progressiva tal como a encontramos nas Escrituras Sagradas. Por isso, ele não teme dizer: “Examinai as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna, e são elas mesmas que testificam de mim” (Jo 5.39).
Tudo o que Jesus é e tudo o que ele ensinou está em plena concordância com o falar de Deus por todas as eras, em todas as gerações; tudo o que Jesus é e tudo o que ele ensinou revelam a plenitude de tudo aquilo que as Escrituras falaram sobre Deus e sua vontade aos homens ao longo de todas as eras, em todas as gerações.
Não somente podemos saber, como também podemos reconhecer, quem é Jesus porque Deus nos deixou de forma clara a revelação de sua Palavra em todas as eras. Não é sem razão que o escritor de Hebreus, ao falar sobre a fé, discorre sobre o tema desde a criação passando por Abel, os patriarcas, Moisés, os israelitas em Canaã e termina apontando para os leitores de seu sermão (capítulo 11). Ou seja, tudo o que de Deus podemos saber foi registrado para que tivéssemos plena certeza da verdade de Deus. E tudo o que podemos saber sobre Jesus, foi registrado em todas as eras para que pudéssemos discernir quem ele é.
Considerando este ponto, que líder-fundador de qualquer religião que proponha nos levar a Deus tem um lastro tão grande de testemunho sobre sua vida? Novamente, o estudo das religiões comparadas nos ajuda muito, pois nelas vemos que a idéia de profecias que apontavam para algum messias libertador, de um povo oprimido, sempre existiu. Todavia, ao contrário das profecias sobre Jesus, tais profecias pagãs eram restritas a um período, não tendo elas mesmas lastros de veracidade, além de anunciar um messias redentor da opressão específica de um povo (e.g. o filme Highlander), nunca uma redenção global e cósmica, conforme vemos na pessoa de Jesus.

Retomando a primeira afirmação/tese da revelação final, plena e suficiente que Deus faz em Jesus, lembramos que isto é possível porque Deus sempre fez conhecida a sua palavra que culmina em Cristo. Mas antes de chegar nesta conclusão, o escritor de Hebreus traça uma segunda tese: deus sempre fez conhecida a sua palavra por meio de um modus operandis claro: nos pais, pelos profetas. Verificaremos isto no próximo sermão, permitindo o Senhor.

Airton Williams

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

TEXTO - CONHECENDO A JESUS PARA UM VIVER RENDIDO A DEUS E MOLDADO POR SUA IMAGEM REVELADA EM CRISTO 3

CONHECENDO A JESUS PARA UM VIVER RENDIDO A DEUS E MOLDADO POR SUA IMAGEM REVELADA EM CRISTO 

 Hebreus 1.1-4 1. Antigamente, muitas vezes e de muitas formas, Deus falou aos pais, pelos profetas. 2. Nos dias finais, nos falou no Filho a quem constituiu herdeiro de todas as promessas que Deus havia prometido ao seu povo, por meio de quem, também, criou o universo. 3. Ele, que é resplendor da glória e expressão exata de Deus, sustentando todas as coisas com sua palavra de poder, depois de realizar o rito de purificação dos pecados,assentou-se à direita da Majestade nas alturas. 4. Assim, ele se tornou tão superior aos anjos, quanto é mais excelente o nome que recebeu.

Jesus: a plena revelação de Deus aos homens .

 1. Antigamente, muitas vezes e de muitas formas, Deus falou aos pais,
 pelos profetas. 2. Nos dias finais, nos falou no Filho

INTRODUÇÃO

 Em nossa última análise sobre o conhecimento de Jesus, tivemos a oportunidade de examinar a dinâmica do nosso conhecimento por meio do texto do evangelista Marcos, no bloco narrativo que compreende o capítulo 8.22 à 10.52. A partir da história de dois cegos, vimos como somos conduzidos, naquele texto, a entender nossa situação diante daquilo que declaramos saber sobre Jesus.

Voltando ao texto de Marcos, quando Jesus pergunta quem dizem os homens que sou eu?, é interessante observar as respostas: João Batista, Elias e algum dos profetas. O que estas respostas têm um comum? Todas apontam para o ofício profético de Cristo.

Naquela época, havia uma crença de que o messias esperado de Israel seria um profeta. Assim, neste sentido, as respostas não estavam erradas. Todavia, falhavam de forma grave quando compreendiam que este era todo o mistério que envolvia a pessoa do messias, tornando-o semelhante a qualquer outro grande profeta na história de Israel.

Observe que isto não é diferente do que costumamos ouvir nos dias atuais. Em várias religiões e crenças pessoais, Cristo não passa de uma espécie de profeta ou líder espiritual iluminado. Assim o vêem os muçulmanos, espíritas e as demais religiões, incluindo o próprio judaísmo atual.

Mas como dissemos, a expectativa profética não era de todo errada. Agora, por que esta expectativa profética em torno do messias? Primeiramente, isto estava ancorado nas profecias e teologia do Antigo Testamento que haviam determinado que um dos sinais de reconhecimento messiânico seria o ofício profético, conforme ensinara Moisés em Dt 18.15: “O Senhor teu Deus te suscitará um profeta do meio de ti, de teus irmãos, semelhante a mim; a ele ouvirás.”

Mas creio que a razão principal da expectativa em torno do ofício profético pode ser vista na necessidade que os homens, em todas as eras, têm de ouvir uma clara direção de Deus para a sua vida. Isto se pode ver em todas as religiões por meio de seus videntes, profetas, adivinhos e afins. Observe que isto não é uma questão restrita a Israel e nem ao cristianismo. É da essência dos homens a sensação de estarem desorientados num mundo tão confuso, com tantas disparidades e complexidades, onde o bem e o mal não parecem coisas fáceis de se discernir. Disto, nasce a necessidade de alguém que fale com autoridade em nome de Deus e torne clara a verdade da vida.

Um exemplo claro disso temos em Mateus 7.28,29, quando após proferir o “Sermão do Monte”, o evangelista narra a reação das multidões que o ouviam, dizendo: “Quando Jesus acabou de proferir estas palavras, estavam as multidões maravilhadas da sua doutrina; porque ele ensinava como quem tem autoridade e não como os escribas”.

É neste contexto de anseio por se ouvir a voz de Deus e sua clara orientação para a vida que surge a figura do profeta, alguém que fala em nome de e com autoridade de. Uma vez que esta figura é instituída pelo próprio Deus, entende-se que nada há de errado com o conceito e nem com a necessidade. E não somente as multidões que cercam Jesus nos evangelhos o vêem assim como assim também nos apresenta Jesus, inicialmente, o escritor de Hebreus. Segundo o escritor sagrado,

 1. Jesus é a plena revelação de Deus aos homens. 

O entendimento deste ponto é essencial ao texto de Hebreus, pois como já vimos, a comunidade cristã a quem se destina o escrito era, indiscutivelmente, constituída de judeus de formação helênica que haviam crido que o messias esperado da redenção de Israel era Jesus. Todavia, eles se deparavam com o problema do ofício sacerdotal, pois as profecias veterotestamentárias apontavam como outro sinal de reconhecimento messiânico o sacerdócio do messias, e olhando para Jesus e sua obra, seria difícil reconhecer o cumprimento deste ofício visto que:

• Ele não era sacerdote conforme a prescrição da lei judaica, pois: a) Jesus não pertencia a uma família de sacerdotes, nem mesmo à tribo selecionada para o serviço do culto; b) na série ascendente de separações rituais, Ele se encontrava no degrau mais baixo, o do povo.

• Seu ministério não era sacerdotal (no antigo sentido da palavra), sendo muito mais uma continuidade da ação dos profetas (proclamação da Palavra e anúncio da próxima intervenção divina).

• Jesus se colocou claramente na linha da tradição profética. Nos Evangelhos vemos sua ação contra a concepção ritual da religião: pouca importância às preocupações de pureza ritual (Mt 9.10-13; 15.1-20); recusa em valorizar de forma absoluta o preceito do repouso sagrado, o dia de Sábado, em detrimento do seu semelhante (Mt 12.1-13; Jô 5.16-18; 9.16); rejeição do antigo modo de santificação (compare Os 6.6 e o ensinamento de Jesus em Mt 9.13), que incluía afastamento e inclusão dos impuros, enquanto Cristo não somente ensinava como praticava o acolhimento dos piores tipos de pecadores considerados em sua época e sociedade (e.g. o bandido que estava ao seu lado na cruz e que foi perdoado segundo Lucas 23.39-43).

Assim, a vida e o ministério de Jesus tomaram um rumo totalmente diferente do que se esperava quanto ao sacerdócio. Como, então, insistir na idéia de que ele seria o messias esperado da redenção de Israel? De onde o cristianismo tirava esta conclusão que parecia tão absurda à luz das Escrituras?

Se compreendermos este ponto, a introdução do livro, cap. 1.1-4, se torna elucidativa para nós. Onde repousava a verdade sobre o sacerdócio messiânico? Qual a fonte de autoridade para descrição e afirmação do sacerdócio de Jesus?

 Estas indagações levam o autor de Hebreus a iniciar sua obra com uma afirmação categórica: a plena revelação de Deus, seu Ser e Sua vontade, repousam no Filho. 

Porém, é interessante observar como ele conduz a argumentação do texto para este ponto. Ao contrário de inúmeras religiões, e mesmo movimentos messiânicos dentro do judaísmo primitivo e neotestamentário, o escritor sagrado não parte para a conclusão da plenitude da revelação em Cristo Jesus a partir de alguma defesa mística ou personalista, como é próprio de tantas religiões.

No caso da revelação mística temos exemplos claros em várias religiões. Como ilustração, tomemos dois casos: o islamismo e o mormonismo. No primeiro caso, temos a experiência mística de Maomé no deserto que alega ter sido visitado por um anjo que lhe revelou a verdade sobre Allá. A partir daí, ele começa sua cruzada para evangelizar os povos árabes e, posteriormente, o mundo de infiéis (ou seja, todos aqueles que não concordavam com a revelação recebida e que o instituía como último profeta legítimo para o mundo).

No segundo caso, temos o mormonismo que também nasce de uma experiência mística de Joseph Smith, que por coincidência também tem um anjo que lhe revela a mensagem verdadeira de Deus que estava perdida. Tal mensagem da origem ao livro de Mórmons.

Em ambos os casos, uma experiência mística é determinante para o surgimento da religião e sua verdade. O problema é que tais experiências não podem ser atestadas de fato. E quando olhamos para seus profetas ficamos com sérias dúvidas da veracidade do que ensinaram por causa do tipo de vida que levaram, com graves pecados sexuais que foram redimidos a partir do novo ensinamento que os justificava.

Considerando a revelação que nasce do personalismo, podemos mencionar o budismo e a Seicho-no-ie. No primeiro caso, a fé budista não nasce de uma verdade descoberta numa experiência mística de Siddartha Gautama, Buda. Ela nasce de sua leitura e interpretação da vida que o cercava. Seu sucesso posterior depende do seu personalismo, ou seja, da imagem que ele comunicava às pessoas e seus seguidores posteriores, cercada de um enlevo espiritual. Sua personalidade foi a chave de sua religião.

A mesma coisa se pode dizer do surgimento da Seicho-no-ie, cuja figura central é Masaharu Taniguchi, descrito por seus seguidores como um homem de profundo amor e compaixão pela humanidade. Nisto já se percebe a força de sua personalidade e a razão da verdade repousar em seus ensinamentos.

A revelação plena de Deus em Cristo não está ancorada em alguma experiência mística experimentada por Jesus que o tenho levado a algum tipo de entendimento de ser ele algum ser especialmente chamado para uma missão; também não está ancorada no personalismo de sua santidade, piedade e sabedoria. Ou seja, para o escritor de Hebreus a resposta sobre a verdade em torno do sacerdócio e do messianismo não encontram resposta em Jesus por ser ele Jesus, mas porque ele é o ponto final, pleno e suficiente de um processo histórico salvífico de revelação iniciado muito antes dele mesmo, Jesus. Daí porque o escritor sagrado diz: “antigamente Deus falou...”

Desde o início de sua criação, o Senhor já falava direcionando tudo para o seu Filho bendito, e assim, a verdade que se encontra em Jesus não dependia de provas místicas nem mesmo de uma personalidade forte e convincente. Bastava olhar para o registro da revelação que vinha desde o Antigo Testamento até encontrar em Cristo sua plena revelação. É por isso que após a ressurreição, o Senhor Jesus passou a mostrar, claramente, como toda a Escritura (ou seja, o Antigo Testamento naquele momento), dava testemunho dele (Lc 24.32;44).

Na construção de seu argumento para estabelecer que Jesus é a revelação final, plena e suficiente de Deus aos homens, estando nele toda a verdade sobre todas as coisas, inclusive o ponto de entendimento do seu próprio sacerdócio, o escritor de Hebreus traça uma linha consistente com várias teses. Assim, examinemos cada uma delas a partir da próxima exposição.

Airton Williams

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

VÍDEO - CONHECENDO A JESUS PARA UM VIVER RENDIDO A DEUS E MOLDADO POR SUA IMAGEM REVELADA EM CRISTO 3

Amados Irmãos, este vídeo foi gravado durante o Culto do dia 07 de Fevereiro de 2016, ministrado pelo Pr. Airton Williams, em Hebreus 1.1-4 . Ele faz parte do estudo que é nosso desafio espiritual para o ano de 2016.

ATÉ QUANDO OS INSENSATOS ODIARÃO O CONHECIMENTO 2

Amados, este vídeo foi gravado durante o Culto de Estudo, ministrado pelo Pr. Airton no dia 03 de Fevereiro de 2016. Este vídeo continua nosso estudo sobre Provérbios, Capítulo 1, versículos 20 a 33.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

VÍDEO - CONHECENDO A JESUS PARA UM VIVER RENDIDO A DEUS E MOLDADO POR SUA IMAGEM REVELADA EM CRISTO 2

Amados Irmãos, este vídeo foi gravado durante o Culto do dia 31 de Janeiro de 2016, ministrado pelo Pr. Airton Williams, em Hebreus 1.1-4 . Ele faz parte do estudo que é nosso desafio espiritual para o ano de 2016.

ATÉ QUANDO OS INSENSATOS ODIARÃO O CONHECIMENTO?

Amados, este vídeo foi gravado durante o Culto de Estudo, ministrado pelo Pr. Airton no dia 27 de Janeiro de 2016. Este vídeo continua nosso estudo sobre Provérbios, Capítulo 1, versículos 20 a 33.

TEXTO - CONHECENDO A JESUS PARA UM VIVER RENDIDO A DEUS E MOLDADO POR SUA IMAGEM REVELADA EM CRISTO 2

Amados, mais uma vez estamos disponibilizado o texto do sermão ministrado, no dia 31 de Janeiro de 2016, pelo Reverendo Williams. Em breve disponibilizaremos o vídeo desta pregação.

 CONHECENDO A JESUS PARA UM VIVER RENDIDO A DEUS E MOLDADO POR SUA IMAGEM REVELADA EM CRISTO

 As dimensões do conhecimento de Jesus

Hebreus 1.1-4 1. Antigamente, muitas vezes e de muitas formas, Deus falou aos pais, pelos profetas. 2. Nos dias finais, nos falou no Filho a quem constituiu herdeiro de todas as promessas que Deus havia prometido ao seu povo, por meio de quem, também, criou o universo. 3. Ele, que é resplendor da glória e expressão exata de Deus, sustentando todas as coisas com sua palavra de poder, depois de realizar o rito de purificação dos pecados,assentou-se à direita da Majestade nas alturas. 4. Assim, ele se tornou tão superior aos anjos, quanto é mais excelente o nome que recebeu. 


INTRODUÇÃO

 Os evangelistas Mateus, Marcos e Lucas nos narram uma ocasião em que Jesus, no cumprimento do seu ministério, perguntou aos seus discípulos: “Quem dizem os homens que sou eu” (Mc 8.27).

 É interessante observar que em todas estas ocasiões a pergunta é feita dentro do contexto de narrativas de discipulado, o que implica dizer que tão importante quanto aprender de Cristo e andar com Ele, é saber quem, de fato, Ele é. 

No Evangelho de Marcos isto fica bem evidente. Ali, a partir do capítulo 8.22 até o capítulo 10.52, temos um bloco narrativo que demonstra a importância da questão. Este bloco inicia com a cura de um cego (8.22) e termina com a cura de outro cego (10.52), o que, na exegese bíblica, chamamos de inclusio, um recurso redacional que visava não somente servir à delimitação do discurso (estabelecendo seu início e fim), como também apontar para a tônica da mensagem que se seguiria por meio das narrativas que seriam entrelaçadas. 

Este bloco inicia com uma cura intrigante, realizada em dois atos. Diante do Senhor estava um cego, trazido pelas pessoas. Jesus o toma pela mão e o leva para fora da aldeia e aplica-lhe saliva aos olhos. Em seguida pergunta: “Vês alguma coisa?” ao que ouve como resposta: “Vejo os homens, porque como árvores os vejo, andando” (v.23,24).

A seguir, o Senhor lhe põe a mão sobre os olhos e termina a cura, de tal forma que o homem cego, agora, podia ver tudo claramente, distinguindo de modo perfeito. 

A grande questão diante desta cura é: por que tal milagre foi realizado em dois atos? O Senhor Jesus já havia realizado outros milagres de forma direta sem precisar deste recurso. A resposta aparece no decorrer das narrativas do bloco, pois no seu enredo vemos a questão que perpassa todo o discurso, as dimensões do conhecimento de Jesus

Após este milagre, Jesus pergunta aos seus discípulos: “Quem dizem os homens que sou eu” (v.27). As respostas foram, “João Batista”, “Elias”, “algum dos profetas” (v.28), o que indicava que as pessoas, ou as multidões, ainda que estivessem perto do Senhor, eram incapazes de reconhecer quem Ele realmente era. Ou seja, elas estavam na condição do cego no início do bloco, perto, porém sem condições de enxergar quem, de fato, estava diante deles. 

Esta é a condição real e a dimensão exata do conhecimento de muitas pessoas nas igrejas cristãs sobre quem é Jesus. Observe que não estou me referindo aos ímpios que vivem na devassidão do pecado. Estes não têm condições nenhuma de saberem quem é, de fato, Jesus. Por isso, esnobam, desprezam, ridicularizam a fé cristã. São homens e mulheres tolos que um dia, na morte, se depararão com o grande tribunal da sua verdade, pois será na hora de sua morte que as verdades que controlaram a sua vida se manifestarão como verdadeiras ou falsas.

A história do primeiro cego e seu estado primário nos revela a condição de muita gente que está próxima a Cristo, podem ouvir a sua voz, podem perceber seu poder, podem se maravilhar com seus ensinos e, todavia, continuam cegas, sem saber diante de quem estão. Assim, quando argüidas sobre quem é Jesus, suas respostas se mostram pobres, destituídas de entendimento real. Às vezes, suas respostas apenas repetem jargões evangélicos, chamando-o de “Salvador”, “Senhor” (este título é muito usado pela Igreja Universal do Reino de Deus e a Igreja Local de Witness Lee), “Filho de Deus”, etc. Todavia, ainda que suas respostas estejam corretas, não fazem a menor idéia do que estão falando. 

Muitos cristãos acabam usando os títulos atribuídos a Cristo como uma forma de rito mágico: “Em nome de Jesus de Nazaré, eu ordeno...”, “Jesus é o Senhor...”, “Eu te repreendo em nome do Filho do Deus vivo...”. Mas quando questionamos o significado destas palavras, frases, a pessoa fica confusa ao responder porque não tem entendimento do que disse. Tais pessoas se assemelham a papagaios que aprendem a balbuciar sons sem nenhum entendimento. Assim, se mostram como pessoas cegas. 

Como parte da cegueira, tais cristãos só conseguem dimensionar o Cristo pertinente às suas imaginações e elucubrações. Um pessoa que seja cega de nascença não consegue formar a imagem de algo que tentamos descrever, pois tal figura ou imagem nunca lhe foi apresentada. Assim, depende de sua imaginação para tornar concreto aquilo que não conhece. Assim, muitos cristãos, sem Cristo, formulam imaginações sobre quem Ele é a partir de seus corações corruptos, enganosos, e acabam transformando as descrições sobre Jesus em imagens do falso Cristo, um Cristo segundo a pecaminosidade de seus corações. 

A descrição do cego em seu estado primário nos alerta para o fato de muitas pessoas que se dizem cristãs estarem longe de compreender quem é o Senhor Jesus, e mesmo estando na igreja, encontrarem-se totalmente perdidas, condenadas ao inferno, pois ainda que estivessem tão perto do salvador, não foram capazes de crer e compreender. 

Diante da constatação da cegueira do povo, Jesus se volta para os discípulos, que também andavam com ele, estavam próximos, já haviam escutado várias de suas mensagens, e lhes pergunta: “Mas vós, quem dizeis que eu sou” (v.29a). Então Pedro, líder daquele grupo, lhe responde: “Tu és o Messias” (v.29b). Jesus assinala que a resposta de Pedro estava certa. Ele estava vendo! Então, o Senhor passa a instruí-los sobre a necessidade de sua paixão, morte e ressurreição (v.31), ao que o mesmo Pedro, que havia feito a afirmação correta sobre quem era Jesus passa a repreendê-lo por causa daquele ensino (v.32). O que aconteceu?! Por que Pedro reagiu daquele jeito?! Pedro havia entendido quem era Jesus apenas conceitualmente; ele na conseguia compreender a dimensão e as implicações de chamar o Senhor Jesus de Messias. À exemplo do cego do início do bloco, no primeiro ato de cura, Pedro enxergava, mas não claramente, ele não conseguia “distinguir de modo perfeito”. 

Tomando como padrão narrativo os discursos da paixão, morte e ressurreição (8.31; 9.30-32; 10.32-34), Marcos nos mostra que todos os discípulos, até mesmo os mais próximos, que viram coisas inefáveis (Pedro, Tiago e João), falharam em reconhecer, claramente, quem era aquele com quem andavam há 3 anos. Eram cegos parcialmente curados. 

No caminho, outro personagem aparece, um jovem rico que parecia saber o que dizia quando declarou: “Bom mestre”. Mas quando colocado à prova, vê desmoronar sua declaração a despeito de todo o conhecimento que possuía da lei de Deus. Mais um cego que via parcialmente. 

Estes exemplos de cegos parciais nos mostram a triste realidade daqueles que entregaram suas vidas para caminharem com Cristo motivados por um entendimento parcial e/ou equivocado de quem é Jesus. Suas declarações eram teologicamente corretas; não há razão para desconfiar de que não entendiam do que falavam (os discípulos já caminhavam há três anos com o Senhor; o jovem rico era um estudioso da lei de Deus). Todavia, apesar de serem pessoas capazes de descrever com fidelidade bíblica suas afirmações, eram pessoas incapacitadas de compreender as implicações profundas para o seu discipulado. 

Vemos muitos cristãos em nossos dias que agem desta mesma forma. Possuem uma sólida formação doutrinária, às vezes teológica e exegética, mas todo o seu conhecimento apenas alimenta o seu entendimento e os enche de orgulho e soberba pessoal. O que aprenderam de Cristo não foi suficiente para um viver rendido a Deus de suas vontades, se apegando aos seus dogmas pessoais e/ou eclesiásticos sem que necessariamente haja conferência com as Escrituras. São pessoas caracterizadas por belos discursos, mas vazias da experiência da fé requerida pela Palavra de Deus. 

O bloco encerra com o cego de Jericó (10.46-52). Ao contrário do primeiro cego, ninguém o leva a Jesus, e quando clama, a multidão manda que se cale (10.48); ao contrário do primeiro cego, ele tem uma declaração sobre Jesus: “Filho de Davi”, um título messiânico tão forte quanto “o Messias”, afirmado por Pedro; ao contrário do jovem rico, atende prontamente o chamado do Senhor deixando tudo o que tinha, sua capa (v.50); ao contrário de Tiago e João, não busca poder ou posição no reino de Cristo (10.35-37), apenas a dignidade de ser humano por meio da restauração de sua vista (v.51); e ao contrário de todos que pareciam enxergar, mesmo curado, decidiu seguir Jesus “estrada fora” (v.52), o que lhe levaria ao caminho da paixão, morte e ressurreição do Senhor (10.33,34, comparado com 11.1). Este cego é a demonstração visível do último estágio de cura do primeiro cego: ele estava vendo claramente quem era Jesus, e por isso, o seu caminho era o caminho do seu Senhor. 

O que aprendemos, de forma resumida, neste bloco de Marcos, é que a multidão é cega. Ela não consegue reconhecer quem é Jesus mesmo que esteja ao seu lado. Também aprendemos que há muitas pessoas que andam com Cristo, na comunidade da fé, que são capazes de fazer declarações corretas sobre Jesus, são capazes de compreender, ensinar e mesmo praticar questões morais da lei de Deus, e mesmo assim não vêem corretamente quem é Cristo. 

De acordo com o bloco narrativo de Marcos, o verdadeiro discípulo não é aquele que é capaz de ver parcialmente, mas aquele que vê claramente, que consegue “distinguir de modo perfeito”. Isto implica não somente numa declaração correta sobre quem é Jesus, mas também numa vida coerente com a declaração que se faz. Neste caso, isto veio de quem menos se podia esperar: um cego, mendigo, sentado à beira do caminho. 

Esse bloco narrativo de Marcos nos ajuda a situar as dimensões do conhecimento de Cristo no livro de Hebreus, pois a indagação: Quem dizem o povo que sou eu? se faz presente ali, nos conflitos comunitários que aqueles irmãos viviam. 

 Situando o texto de hebreus 

O texto de Hebreus foi escrito, por divina revelação do Santo Espírito, a fim de instruir irmãos que estavam passando por um momento difícil de sua fé. Eram judeus, de formação grega, que haviam crido em Jesus como o Messias esperado. Mas que agora estavam sendo questionados em sua fé. Seria Ele, Jesus, de fato, o Messias esperado? Eles não estariam errados ao acreditarem em alguém que parecia não cumprir os requisitos para o messianato, visto não haver vínculos entre sua descendência humana com a descendência sacerdotal? 

Diante destes e de outros questionamentos pertinentes ao sacerdócio de Jesus, o escritor de Hebreus decide escrever para dar certeza da fé que aqueles irmãos haviam abraçado. Por isso, é interessante que ele inicie a sua obra fazendo 8 afirmações sobre quem é Jesus, sendo 1 afirmação subtendida e 7 afirmações descritivas, a saber: 

1. Jesus é a plena revelação de Deus aos homens
2. Jesus é o Filho
3. Jesus é o herdeiro de todas as coisas
4. Jesus é o executor da criação do universo
5. Jesus é o resplendor da glória e expressão exata do ser de Deus
6. Jesus é o sustentador de todas as coisas existentes
7. Jesus é o sacerdote da purificação dos nossos pecados
8. Jesus é o exaltado nas alturas

Este é o roteiro que o texto nos apresenta para o conhecimento de Cristo que nos faça render nossas vidas a Deus a fim de sermos moldados à imagem de Jesus. Meu desejo é que sejamos contados com o cego que viu plenamente quem era o seu Senhor e o caminho da morte e da vida que lhe foi proposto.

Pr. Airton Williams