As escrituras dizem que os primeiros cristãos viraram o mundo de cabeça para baixo (At 17.6). Em nossa geração, o mundo está virando a igreja de cabeça para baixo. Biblicamente falando, Deus é soberano, não o incrédulo que não frequenta a igreja. A Bíblia, e não o plano de marketing, deve ser o único guia e a autoridade final para todo o ministério eclesiástico. em vez de acalentar o egoísmo das pessoas, o ministério da igreja deveria atender às verdadeiras necessidades delas. O Senhor da igreja é Cristo e não um "Zé da poltrona" com um controle remoto nas mãos.
Não consigo ouvir a expressão "igreja amigável" sem que isso me traga à mente a passagem de Atos 5 e a história de Ananias e Safira. O que se passou naquela ocasião desafia abertamente quase toda a teoria contemporânea de crescimento da igreja. A igreja de jerusalém não era nem um pouco "amigável". Aliás, era exatamente o oposto. Lucas nos informa que esse episódio inspirou "grande temor a toda a igreja e a todos os que ouviram a notícia destes acontecimentos" (At 5.11). O culto daquele dia foi tão perturbador, que nenhum dos que não frequentavam a igreja ousou juntar-se a eles. O só pensar em frequentar aquela igreja aterrorizava o coração daquelas pessoas, apesar de os terem em alto conceito (At 5.13). A igreja, sem dúvida alguma, não era um lugar para os pecadores sentirem-se à vontade, era um lugar que causava medo!
Consideremos esta passagem atentamente e procuremos entendê-la em seu contexto apropriado. Para isto, é necessário voltarmos a Atos 4. Lembre-se que a igreja era recém-nascida e existia em toda a sua imaculada beleza, frescor e vitalidade. Ainda estava livre de máculas produzidas por qualquer pecado grosseiro ou por fracasso humano. O povo estudava intensamente a doutrina dos apóstolos. Aqueles primeiros dias da história da igreja eram dias promissores e felizes, repletos de amor, profundo, envolvendo a todos; consequentemente, o testemunho deles ecoava alto e claro. Os resultados mostravam que um número de quinze a vinte mil pessoas vieram à fé em Cristo, em apenas algumas semanas. Satanás, através da perseguição, já havia tentando frustrar o propósito da igreja. Contudo, não surtiu efeito; os crentes apenas oraram, suplicando mais ousadia. Deus respondeu-lhes a oração, e mais pessoas foram salvas. Naqueles dias, Deus era bastante real, Cristo estava bem vivo e o Espírito Santo revelou-Se em grande poder.
Mas satanás já estava tramando um ataque mais perigoso. Se ele não conseguia destruir a igreja por meio de qualquer ataque externo de perseguição, tentaria a abordagem mais sutil de um ataque interno. E foi exatamente isso que aconteceu.
Pecado no Arraial
Esta é a primeira ocorrência de pecado que as Escrituras relatam ter acontecido na igreja. E de todas as primeiras ocorrências, no livro de Atos, esta é a mais triste. A estratégia de satanás para penetrar na igreja iniciou-se nesta ocasião e continua até hoje.
Esse episódio é um exemplo clássico da inflexível honestidade da Bíblia. Deus poderia nos ter dado uma visão branda da igreja, ocultando todas as suas imperfeições. As escrituras, entretanto, jamais deixam a verdade de lado, ainda quando esta é dolorosa e desagradável. A igreja não é perfeita, nunca o foi. Algumas pessoas usam este fato como desculpa para manterem-se afastados da igreja, dizendo: "Eu gostaria de frequentar uma igreja, mas há muitos hipócritas ali". Nesse caso, eu penso: Venha, temos lugar para mais um. Esta objeção, em si mesma, é hipócrita. É lógico que há hipócritas na igreja. Essa é uma das verdade que aprendemos desse relato de Atos 5. De certa forma, esta passagem bíblica pode nos servir de encorajamento. Não significa que somos encorajados pelo pecado. Mas é encorajador saber que a igreja em seus primórdios defrontou-se com os mesmos tipos de problemas que enfrentamos hoje.
Até mesmo o apóstolo Paulo, em algumas ocasiões, parece ter sido desanimado pelos problemas que encontrou nas igrejas daquela época. Em 2 Coríntios 11.24-27, ele nos fornece uma lista dos tipos de provações e perseguições que teve de suportar:
Cinco vezes recebi dos judeus quarenta açoites menos um. Três vezes fui golpeado com vara, uma vez apedrejado, três vezes sofri naufrágio, passei uma noite e um dia exposto à fúria do mar. Estive continuamente viajando de uma parte a outra, enfrentei perigos nos rios, perigos de assaltantes, perigos dos meus compatriotas, perigos dos gentios; perigos na cidade, perigos no deserto, perigos no mar e perigos dos falsos irmãos. Trabalhei arduamente; muitas vezes fiquei sem dormir, passei fome e sede, muitas vezes fiquei em jejum; suportei frio e nudez.
E, concluindo, ele acrescenta a maior de todas as provações: "Além disso, enfrento diariamente uma pressão interior, a saber, a minha preocupação com todas as igrejas" (2 Co 11.28 - NVI). Ele não estava falando a respeito de problemas administrativos, mas a respeito de sua luta para levar os crentes à maturidade.
começando com esse incidente em Atos 5, os pecados dos santos se tornaram um problema perpétuo para a igreja. Cada epístola que Paulo escreveu no Novo Testamento, incluía alguma consequência maior do pecado na igreja. Em Romanos 16.17-18, ele escreveu: "Recomendo-lhes, irmãos, que tomem cuidado com aqueles que causam divisões e colocam obstáculos ao ensino que vocês têm recebido. Afastem-se deles. Pois essas pessoas não estão servindo a Cristo nosso Senhor, mas a seus próprios apetites. Mediante palvras suaves e bajulação enganam os corações dos ingênuos" (NVI). A igreja de Corinto estava inundada em problemas: divisões, contendas, imoralidade, uso inadequado dos dons espirituais, etc. Os gálatas estavam sendo tolerantes para com a falsa doutrina e o legalismo (cf. Gl 3.1-4). Paulo teve de suplicar aos crentes de Éfeso que andassem de maneira digna do chamado que haviam recebido, a serem humildes e gentis, suportando com paciência uns aos outros, em amor e sendo diligentes na preservação da unidade do Espírito no vínculo da paz (Ef 4.1-4). Precisou rogar aos filipenses que tivessem o mesmo mode de pensar, estivessem unidos na paz, dedicando-se a um só propósito (Fp 2.1-2). Até citou duas mulheres, Evódia e Síntique, as quais ele gostaria de ver relacionando-se bem uma com a outra (Fp 4.2-3). Em Colossenses 3, o apóstolo repetiu toda uma lista de deficiências espirituais, finalizando-a com um mandamento para aqueles crentes purificarem suas vidas. Paulo travou uma guerra implacável contra o pecado na igreja.
Não consigo ouvir a expressão "igreja amigável" sem que isso me traga à mente a passagem de Atos 5 e a história de Ananias e Safira. O que se passou naquela ocasião desafia abertamente quase toda a teoria contemporânea de crescimento da igreja. A igreja de jerusalém não era nem um pouco "amigável". Aliás, era exatamente o oposto. Lucas nos informa que esse episódio inspirou "grande temor a toda a igreja e a todos os que ouviram a notícia destes acontecimentos" (At 5.11). O culto daquele dia foi tão perturbador, que nenhum dos que não frequentavam a igreja ousou juntar-se a eles. O só pensar em frequentar aquela igreja aterrorizava o coração daquelas pessoas, apesar de os terem em alto conceito (At 5.13). A igreja, sem dúvida alguma, não era um lugar para os pecadores sentirem-se à vontade, era um lugar que causava medo!
Consideremos esta passagem atentamente e procuremos entendê-la em seu contexto apropriado. Para isto, é necessário voltarmos a Atos 4. Lembre-se que a igreja era recém-nascida e existia em toda a sua imaculada beleza, frescor e vitalidade. Ainda estava livre de máculas produzidas por qualquer pecado grosseiro ou por fracasso humano. O povo estudava intensamente a doutrina dos apóstolos. Aqueles primeiros dias da história da igreja eram dias promissores e felizes, repletos de amor, profundo, envolvendo a todos; consequentemente, o testemunho deles ecoava alto e claro. Os resultados mostravam que um número de quinze a vinte mil pessoas vieram à fé em Cristo, em apenas algumas semanas. Satanás, através da perseguição, já havia tentando frustrar o propósito da igreja. Contudo, não surtiu efeito; os crentes apenas oraram, suplicando mais ousadia. Deus respondeu-lhes a oração, e mais pessoas foram salvas. Naqueles dias, Deus era bastante real, Cristo estava bem vivo e o Espírito Santo revelou-Se em grande poder.
Mas satanás já estava tramando um ataque mais perigoso. Se ele não conseguia destruir a igreja por meio de qualquer ataque externo de perseguição, tentaria a abordagem mais sutil de um ataque interno. E foi exatamente isso que aconteceu.
Pecado no Arraial
Esta é a primeira ocorrência de pecado que as Escrituras relatam ter acontecido na igreja. E de todas as primeiras ocorrências, no livro de Atos, esta é a mais triste. A estratégia de satanás para penetrar na igreja iniciou-se nesta ocasião e continua até hoje.
Esse episódio é um exemplo clássico da inflexível honestidade da Bíblia. Deus poderia nos ter dado uma visão branda da igreja, ocultando todas as suas imperfeições. As escrituras, entretanto, jamais deixam a verdade de lado, ainda quando esta é dolorosa e desagradável. A igreja não é perfeita, nunca o foi. Algumas pessoas usam este fato como desculpa para manterem-se afastados da igreja, dizendo: "Eu gostaria de frequentar uma igreja, mas há muitos hipócritas ali". Nesse caso, eu penso: Venha, temos lugar para mais um. Esta objeção, em si mesma, é hipócrita. É lógico que há hipócritas na igreja. Essa é uma das verdade que aprendemos desse relato de Atos 5. De certa forma, esta passagem bíblica pode nos servir de encorajamento. Não significa que somos encorajados pelo pecado. Mas é encorajador saber que a igreja em seus primórdios defrontou-se com os mesmos tipos de problemas que enfrentamos hoje.
Até mesmo o apóstolo Paulo, em algumas ocasiões, parece ter sido desanimado pelos problemas que encontrou nas igrejas daquela época. Em 2 Coríntios 11.24-27, ele nos fornece uma lista dos tipos de provações e perseguições que teve de suportar:
Cinco vezes recebi dos judeus quarenta açoites menos um. Três vezes fui golpeado com vara, uma vez apedrejado, três vezes sofri naufrágio, passei uma noite e um dia exposto à fúria do mar. Estive continuamente viajando de uma parte a outra, enfrentei perigos nos rios, perigos de assaltantes, perigos dos meus compatriotas, perigos dos gentios; perigos na cidade, perigos no deserto, perigos no mar e perigos dos falsos irmãos. Trabalhei arduamente; muitas vezes fiquei sem dormir, passei fome e sede, muitas vezes fiquei em jejum; suportei frio e nudez.
E, concluindo, ele acrescenta a maior de todas as provações: "Além disso, enfrento diariamente uma pressão interior, a saber, a minha preocupação com todas as igrejas" (2 Co 11.28 - NVI). Ele não estava falando a respeito de problemas administrativos, mas a respeito de sua luta para levar os crentes à maturidade.
começando com esse incidente em Atos 5, os pecados dos santos se tornaram um problema perpétuo para a igreja. Cada epístola que Paulo escreveu no Novo Testamento, incluía alguma consequência maior do pecado na igreja. Em Romanos 16.17-18, ele escreveu: "Recomendo-lhes, irmãos, que tomem cuidado com aqueles que causam divisões e colocam obstáculos ao ensino que vocês têm recebido. Afastem-se deles. Pois essas pessoas não estão servindo a Cristo nosso Senhor, mas a seus próprios apetites. Mediante palvras suaves e bajulação enganam os corações dos ingênuos" (NVI). A igreja de Corinto estava inundada em problemas: divisões, contendas, imoralidade, uso inadequado dos dons espirituais, etc. Os gálatas estavam sendo tolerantes para com a falsa doutrina e o legalismo (cf. Gl 3.1-4). Paulo teve de suplicar aos crentes de Éfeso que andassem de maneira digna do chamado que haviam recebido, a serem humildes e gentis, suportando com paciência uns aos outros, em amor e sendo diligentes na preservação da unidade do Espírito no vínculo da paz (Ef 4.1-4). Precisou rogar aos filipenses que tivessem o mesmo mode de pensar, estivessem unidos na paz, dedicando-se a um só propósito (Fp 2.1-2). Até citou duas mulheres, Evódia e Síntique, as quais ele gostaria de ver relacionando-se bem uma com a outra (Fp 4.2-3). Em Colossenses 3, o apóstolo repetiu toda uma lista de deficiências espirituais, finalizando-a com um mandamento para aqueles crentes purificarem suas vidas. Paulo travou uma guerra implacável contra o pecado na igreja.
Retirado do Livro: Com Vergonda do Evangelho - Quando a igreja se torna como o mundo
John Macarthur - Editora Fiel - Pag.: 52 a 55
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