Como é estranho olhar para as pessoas. Incomum e muito argumentativo delinear o próximo. Parece praxe, norma, lei ou simplesmente uma tradição familiar, social, o conjecturar. Quantos não dão pequenas olhadinhas para as pessoas que passam ao seu lado e as julgam, ou admiram, ou ao menos condenam? Muito são assim. Está passando uma mulher muito bonita ao lado de alguém, logo é admirada, e essa admiração não fica somente no campo do olhar e achar alguém bonito (a). A perplexidade vem acompanhada de comentários maldosos, apropriador e cheio de expectativas: - Que mulher linda! Será que é solteira? Uma mulher desse top não fica sozinha... Uma mulher assim deve ser um furacão... Daí em diante é inadequado imaginar as outras possibilidades dos comentários. Quando deparado com um homem delicado, não se preocupa com nada além de qualificá-lo como homossexual. Se for o oposto, uma mulher com características ou práticas cotidianas masculinas, denomina-se “sapatão”. E assim, sucessivamente. Tudo e todos estão sobre óticas qualificadoras pejorativas. Ao escrever sobre isso, não me eximo dessa prática depreciativa. Infelizmente, não só alguns que irão ler esse texto, não somente eu, ou alguma pessoa perdida nesse mundo afora. Mas, essa espúria é praticada pela maioria das pessoas. Verdadeiramente somos preconceituosos![1] Não necessariamente, o conceito sobre alguém ou algo é depreciativo, claro, Esso conceito antecipado que denigre, afasta e diminui é o pior de todos. Mas existe também um conceito antecipado que leva a conclusões desastrosas. Conceituar antes de conhecer é muito perigoso, e na maioria das vezes é injusto. Há mais ou menos três semanas atrás, fazíamos um evangelismo na Asa Norte, quando encontramos um transeunte. Sua situação era deplorável. Seu cheiro era terrível e suas roupas, não eram roupas, eram trapos. Ao falarmos do amor de Cristo, e da vontade do nosso Senhor de salvar a sua vida. Esse andarilho que já estava na rua há dezessete anos, nos pediu socorro. Estava já dois dias sem usar o famoso crack e queria ir para uma casa de recuperação.[2] Imediatamente o enviamos, e nesse dia vinte e cinco de dezembro fomos almoçar com ele. Infelizmente, não fomos autorizados para tirar fotos do local e de nosso irmão Amaral. Mas aquele interno, e não mais mendigo que encontramos na rua. Aquelas centenas de palavrões em dezenas de palavras foram substituídas por aprendizado de palavras bíblicas. O mau cheiro e o aspecto deplorável de um alguém que estava há sessenta dias sem tomar banho, foi substituído por um camarada de cabeça raspada, barba feita, roupa branquinha e cheirosa, meia e tênis. Olhar para o Amaral e seus companheiros ali na casa de recuperação é ter a certeza que Deus transforma vidas, aspectos, cheiros, desejos, sonhos, discriminação, preconceito e realidade. Ali, pude conhecer outros irmãos, que juntos, estão vivendo dia após dia o cuidado do Senhor. Quantas conversões e milagres testemunhados. Quantos familiares chorando ao ouvirem os testemunhos. Quantos abraços. Quantos sorrisos esperançosos. Quantos libertos. Quantos sonhos que estão se tornando em realidade. E quanto ainda podemos ajudar pessoas como o Amaral. Querido leitor, não está sendo fácil manter esse esperançoso ali se recuperando. Mas como é glorioso ver um alguém rejeitado pela sociedade e governo sendo transformado por nosso Deus. Nós da Paróquia Bom Samaritano, Asa Norte – DF. Queremos compartilhar com todos vocês a felicidade que transborda nossos corações. E ainda dizer: O evangelho de Cristo transforma vidas; o evangelho de Cristo recupera os mais perdidos e desacreditados viciados do mundo; o evangelho de Cristo reconstrói casamentos em ruínas; o evangelho de Cristo salva o mais vil pecador; o evangelho de Cristo cura a mais terrível de todas as enfermidades; só o evangelho de Cristo pode te salvar dos seus pecados.
Queridos,
Obrigado por suas orações...
Obrigado pelas ajudas financeiras...
Obrigado pelo carinho...
Obrigado pela torcida...
Obrigado por tudo...
E Senhor, obrigado por tua fidelidade, por teu amor... Perdoa-nos por estarmos ainda tão inertes diante de tanto sofrimento. Pai, nos desperta.
Amém.
Rev. Thiago Geraldo
IGREJA EPISCOPAL CARISMÁTICA DO BRASIL
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[1] A primeira dessas palavras vem de uma raiz latina dis (à parte) e de crimen (um juízo), ou seja, fazer um juízo que separa; por extensão, tratar com parcialidade, favorecendo alguém em detrimento de outrem. A raiz dessa palavra significa apenas estabelecer diferença ou distinção. Mas, quando é usada em conexão com a ética,significa tratar desfavoravelmente, estabelecendo falsas distinções. A palavra preconceito, por sua vez, significa formar uma opinião a respeito de algo, antes do tempo certo, isto é, antes de fazer um juízo justo e racional. Essa palavra tornou-se sinônimo de “ódio”, de opiniões distorcidas afim de, prejudicar alguém, ou de aderência ilógica a ideias que estabelecem distinções erradas, que promovem alguma perda da parte das pessoas contra quem se voltam os preconceitos. Todos os sistemas discriminam, sejam eles de natureza científica, política, filosófica, ou religiosa. Todos os sistemas têm os seus preconceitos. Alguns sistemas são mais preconceituosos do que os outros, e alguns praticam permanentemente ideias preconceituosas. (Champlin,2008:184)
[2] DESAFIO JOVEM DE BRASÍLIA
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