CONTRIBUIÇÕES

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segunda-feira, 12 de outubro de 2009

DO LIVRAMENTO DO PECADO

Direi, neste ponto, uma franca palavra àqueles que entendem o método de justificação pela fé que há em Cristo Jesus, mas cuja perturbação consiste em não poderem cessar de pecar. Jamais poderemos nos sentir felizes e descansados, ou espiritualmente saudáveis, enquanto não nos tornarmos sãos. Precisamos ser aliviados do pecado; mas, como é que o livramento pode ser operado? Esta é a questão de vida ou morte para muitos. A natureza velha é muito forte, e esses infelizes tentaram limitá-la e domesticá-la; mas o homem velho não pode ser subjugado. embora ansiosos de melhorar, verificaram a impossibilidade quando viram as coisas se tornando piores do que antes. O coração é tão duro, a vontade tão obstinada, as paixões tão furiosas, os pensamentos tão voláteis, a imaginação tão ingovernável, os desejos tão bárbaros, que o homem sente que há um covil de feras dentro dele, feras que o devorarão antes que ele possa dominá-las. Podemos dizer da nossa natureza caída o que o Senhor disse a Jó a respeito do Leviatan: "Acaso brincarás com ele como um pássaro? Ou atalo-ás para as tuas servas?" Seria tão impossível ao homem enfeixar o vento norte na palma das suas mãos quanto controlar pela sua própria força aqueles poderes bravios que moram dentro da sua natureza caída. Isto seria um efeito maior do que qualquer dos trabalhos fabulosos de Hércules. Aqui, só Deus.
"Eu posso crer que Jesus perdoa pecados", diz alguém, "mas o que perturba é que continuo a pecar, descubro em mim horríveis tendências para a prática do mal. Tão certo quanto uma pedra desce outra vez ao chão depois de arremessada ao ar, assim, torno eu a cair em pecado. Embora seja erguido ao céu por meio de alguma ardente pregação, torno a cair outra vez no meu estado insensível. Ai de mim! Facilmente me fascinam os olhos do basilisco do pecado, e estou como mantido sob a força de um encantamento, de maneira que não posso escapar das minhas próprias loucuras."
Prezado leitor, a salvação seria algo tristemente incompleto se não lidasse também com esta parte do nosso estado arruinado. precisamos ser purificados tanto quanto precisamos ser perdoados. A justificação sem santificação não poderia ser jamais chamada salvação. Seria declarar o leproso limpo e deixá-lo morrer da mesma enfermidade; seria perdoar a rebelião e permitir que o rebelde permanecesse inimigo do seu rei. Seria remover as consequências, mas esquecer a causa, e isto deixaria a tarefa sem fim e esperança diante de nós. A corrente seria interrompida por um período, mas se permitiria uma fonte aberta de corrupção, que mais cedo ou mais tarde irromperia com dobrada força. lembrai-vos de que o Senhor Jesus veio a este mundo remover a culpa do pecado em três sentidos: veio remover a culpa do pecado, o poder do pecado e, afinal, a presença do pecado. De uma vez podeis atingir a segunda parte. O poder do pecado pode ser imediatamente quebrado, estarás então na estrada que dá na terceira parte, isto é, na remoção da presença do pecado. "Sabeis que ele se manifestou para tirar os pecados" (1Jo 3.5).
A respeito de Jesus, disse o anjo da anunciação: "Tu o chamarás Jesus, porque Ele salvará o seu povo de seus pecados". Nosso Senhor Jesus veio para destruir em nós as obras do Diabo. Aquilo que se disse ao se anunciar o seu nascimento, o foi também declarando sua morte; pois quando o soldado lhe feriu o lado, imediatamente jorrou dali sangue e água, para anunciar a dupla cura por meio da qual somos livres da culpa e da contaminação do pecado.
Se, portanto, está perturbado acerca do poder do pecado e das tendências da sua natureza, como deve de fato estar, aqui está uma promessa para você. Tenha fé nela, pois jaz naquele conceito da graça que é ordem em todas as coisas, e certo. Deus, que não pode mentir disse em Ez 36.26: "Também vos darei um coração novo, e dentro de vós porei um espírito novo; tirarei da vossa carne o coração de pedra e darvos-ei um coração de carne".
Note, leitor amigo, o soberano estilo desta declaração.É o estilo real do Rei dos reis, daquele que é capaz de levar a bom termo toda a sua vontade. Nenhuma palavra sua cairá jamais por terra.

Não podemos mudar o nosso próprio coração

O senhor bem sabe que não podemos mudar o nosso próprio coração, nem purificar a nossa própria natureza, mas Ele também sabe que pode fazer ambas as coisas. Ele pode fazer que o etíope mude a sua pele, e o leopardo, as suas manchas. Ouvi isto e assombrai-vos, Ele pode te criar pela segunda vez, pode fazer você nascer de novo" Este milagre da graça só o Espírito Santo é capaz de realizar. Seria para surpreender se alguém pudesse ficar ao pé das quedas do Niágara e pronunciar uma palavra que fizesse com que toda aquela impetuosa corrente voltasse para traz, galgando de novo o grande precipício sobre o qual agora se despenca com força colossal. Nada, a não ser o poder de Deus, pode realizar semelhante maravilha; mas essa maravilha não é senão um paralelo do que aconteceria se o curso da nossa natureza fosse transformado. todas as coisas são possíveis a Deus. Ele pode mudar a direção dos seus desejos e a corrente de sua vida, de maneira que, ao invés de correr Dele, todo o teu ser corra para Ele. Isto é, pontualmente, aquilo que o Senhor prometeu fazer a todos aqueles que estão incluídos no seu concerto; e sabemos, pela Escritura, que todos os crentes estão incluídos no concerto. Permiti que te leia mais uma vez o verso: "Também vos darei um coração novo, e dentro de vós porei um espírito novo; tirarei da vossa carne o coração de pedra, e dar-vos-ei um coração de carne".
Que maravilhosa promessa! E ela é sim e amém em Cristo Jesus, para a glória de Deus, por nós. Apropriemo-nos dela, a aceitemos como verdadeira. Então se cumprirá em nós e poderemos cantar em dias e anos vindouros aquela maravilhosa mudança que a soberana graça de Deus operou em nós.
É bem digno de consideração que quando o Senhor tira de nós o coração de pedra, tira-o de fato; e quando isto é feito, nenhum poder conhecido poderá jamais arrebatar de nós o coração novo que Ele nos dá em substituição ao coração de pedra, e aquele espírito reto que ele põe em nós. "Os dons e a vocação de Deus são sem arrependimento", isto é, sem arrependimento da nossa parte. Ele não tira aquilo que uma vez nos deu. Se Ele te renovar, será então renovado. As reformas do homem e as suas limpezas cedo se acabam, pois o cão retorna ao seu vômito; mas quando Deus põe um coração novo dentro de nós, este coração estará dentro de nós para sempre, e jamais poderá se endurecer a ponto de se tornar um coração de pedra. Aquele que o fez coração de carne, assim o conservará. Podemos pois regozijar-nos e alegrar-nos para sempre com aquilo que Deus cria no reino da sua graça.
Para por a matéria ainda mais simplesmente, já tem lido a ilustração do pregador Rowland Hill a respeito da gata e da porca? Eu vou contar a meu modo, para ilustrar as expressivas palavras do nosso Salvador: "Precisais nascer de novo". Vê aquela gata? Que limpa criatura é ela! Quão interessantemente lava a própria cara com a língua e as patas! É uma agradável cena! Viu, porventura, uma porca fazer o mesmo? Nâo, nunca viu. Isso é contrário à sua natureza. Ela prefere focinhar na lama. Ensinai uma porca a lavar-se e a limpar-se e reparai quão pouco lucrará com isso. Seria uma grande melhora sanitária se os porcos fossem limpos. Ensina-os a lavar-se e a limpar-se como fazia a gata que citamos! Tarefa inútil. Poderá lavar, à força, aquela porca, mas voltará para a lama e sairá dali tão imunda como sempre. O único modo pelo qual poderá obter que uma porca se lave por gosto, seria transformá-la em uma gata. Supondo que tal transformação se realize, então, aquilo que parece difícil ou impossível se tornará fácil; a porca acabará sendo digna da sua sala de visitas e do seu tapete. Assim é com o ímpio, não poderá forçá-lo a fazer aquilo que um homem transformado faz volutantariamente, poderá ensiná-lo, e pôr diante dele um bom exemplo, mas ele não poderá aprender a arte da santidade, pois não tem coração para isso, sua natureza o conduz para o outro caminho. Quando o Senhor fizer dele um homem novo, então todas as coisas tomarão um aspecto diferente. Tão grande será a mudança que não é para admirar a declaração que, certa vez, me fez um recém convertido:"Ou todo o mundo está mudado, ou estou eu". A nova natureza segue após a retidão tão naturalmente quanto a velha divaga após a iniquidade. Que benção, receber tal natureza! Só o Espírito Santo a pode comunicar.
Já considerou que coisa estupenda é o dar Deus um coração novo e um espírito reto ao homem? É possível que já tenha visto uma lagosta que tendo lutado com outra lagosta e perdido uma das puás, tendo uma nova puá crescido no lugar da perdida. Isso é uma coisa maravilhosa, porém muito mais digno de nota é que o homem possa ter um novo coração. Este milagre desafia todos os poderes da natureza. Ali está uma árvore. Se cortar um dos seus galhos, outro poderá crescer no lugar dele, mas não poderá mudar sua natureza, nem adocicar-lhe a seiva, nem fazer que abrolhos produzam figos. Poderá enxertar algumas coisas melhor no galho, e esta é a analogia que a natureza nos oferece para a obra da graça. Mudar, porém, absolutamente a seiva vital de uma árvore seria na verdade um tremento milagre. Este é o prodígio e o mistério do poder que Deus opera em todo aquele que crê em seu Filho Jesus.
Se você se render à sua divina operação, o Senhor alterará a tua natureza, subjugará a natureza velha e soprará vida nova em você. Coloque a sua confiança no Senhor Jesus Cristo e Ele estirpará da sua carne o coração de pedra, e te tornará tenro, onde tudo era vicioso, acabará em virtude; onde tudo se inclinava para baixo, ascenderá sempre e sempre com força impetuosa. O leão raivoso dará lugar ao cordeiro de mansidão, o abutre de imundícia, em pomba de pureza, a serpente vil do engano será esmagada pelo calcanhar da verdade.
Tenho visto com meus próprios olhos tantas mudanças maravilhosas de caráter moral e espiritual que não mais duvido de outras. Poderia, se aqui coubesse, citar aqueles mulheres que eram antes impuras, mas agora são puras como a neve, e homens blasfemadores que agora deleitam a quantos os cercam pela sua intensa devoção. Ladrões tornaram-se honestos, bêbados fizeram-se sóbrios, mentiros,fidedignos, zombadores, zelosos. Onde quer que a graça de Deus apareceu, forçou o homem a negar a impiedade e a cobiça do mundo e a viver sóbria, retamente e piamente no presente mundo vil: e , prezado leitor, fará o mesmo por nós.
"Mas eu não posso fazer esta mudança" - diz alguém. Quem disse que poderá? A Escritura que citamos não fala daquilo que o homem pode fazer, mas daquilo que Deus faz. É a promessa de Deus, e só a Ele compete cumprir as Suas próprias promessas. Confiai Nele, para que cumpra a Sua Palavra em vós, e Ele o fará.
"Mas como é que realiza?" Que te importa isso? O Senhor te explicará os seus métodos para que creia Nele? A obra do Senhor nesta matéria é um grande mistério: o Espírito Santo realiza o milagre. Aquele que fez a promessa assume a responsabilidade de a cumprir. E Ele ombreia com a tarefa. Deus que promete realizar esta estupenda mudança, certamente a realizará em todos os que receberem Jesus pois aos tais dá ELe o poder de se tornarem filhos de Deus. Oh, se cresse isso! Oh, se fizesse ao gracioso Senhor a justiça de crer que Ele pode realmente operar isto em você, embora seja isto um estupendo milagre! Oh, se cresse Nele para obtenção de um coração novo e um espírito reto, pois Ele te dê fé na sua promessa, fé no seu Filho, fé no Espírito Santo, fé Nele mesmo, e a Ele seja louvor e honra e glória para todo sempre! Amém.

Texto de CHARLES H SPURGEON, retirado do livro: Tudo pela graça.Editora Novo Século.

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