O estudo e a compreensão do amor a Deus é de suma importância na discussão da ética cristã. Isto porque, muitos evangélicos têm tomado atitudes incoerentes em nome deste amor.
No entanto, é preciso observar que este fenômeno não é algo que surgiu em nosso século. Desde os tempos antigos que em nome de Deus, por amor a Ele, pessoas, igrejas tem tomado atitudes bárbaras, desumanas. Como exemplo, podemos citar os períodos das cruzadas quando milhares de vidas foram colhidas em nome de um zelo egoísta, mesquinho.
Em nossos dias, a compreensão do amor a Deus se voltou para a perspectiva da barganha. A teologia predominante nas igrejas evangélicas é a da prosperidade, onde Deus é visto como um mero benfeitor, ou um Pai sem direito a nada a não ser atender aos caprichos egoístas das pessoas que se dizem seus filhos ou filhas. "Cristãos" estão dispostos a fazerem qualquer sacrifício pela fé desde que haja uma recompensa financeira ou física.
Todavia, ao olharmos para o ensino bíblico, descobrimos que em momento algum a crueldade foi prova de amor a Deus, e nem mesmo a barganha que presenciamos em nossos dias. Este tipo de amor não é aquele que o Espírito jorrou em nossos corações.
Tomando Dt 6.5 por base, podemos observar alguns princípios claros que devem nortear nosso amor a Deus. O primeiro princípio a ser observado é que em Dt 6.5 o amor a Deus está calcado no fato dEle ser o único Deus (v.4). O texto não nos diz "amarás o Senhor teu Deus porque ele te dará bênçãos, riquezas, saúde, etc..." Não. O texto exige o amor a Yahweh porque Ele é o único Senhor. Isto implica dizer que devemos amar a Deus não pelo o que Ele pode nos dar, mas pelo o que Ele é.
Aqui se percebe a grande tensão de nossos dias entre o ser e o ter. No relacionamento com Deus esta mesma tensão se faz presente. E não é só a teologia da prosperidade que tem implantado o ensino herético de se buscar a Deus pelas bênçãos. A própria adoração cúltica de nossas comunidades tem, em muitos casos, ensinado o mesmo. Os fiéis são estimulados a irem ao culto para buscarem as bênçãos de Deus, o alimento que Ele dá. Eles não são ensinados a adorarem no sentido sacrificial, de se apresentarem para morrer e depois ressuscitar. E assim, as nossas igrejas ajudam a semear o ter no relacionamento com Deus.
Não se está negando com isto que da adoração advenham bênçãos para a comunidade, o que seria negar um ensino claro das Escrituras (e.g. Salmo 133). O que estamos recriminando é a busca dos favores espirituais, materiais e físicos em detrimento ao Doador deles. Hoje, bem como em outras épocas, há uma preocupação gigantesca com as bênçãos de Deus do que com o Deus das bênçãos. A ética cristã, no seu relacionamento com Deus, não busca as bênçãos, mas sim o Senhor destas.
O segundo princípio que deve nortear o amor a deus é o da exclusividade que Ele requer de seus adoradores. Justamente por ser Ele o único Senhor, seus servos devem centralizá-lo em suas próprias vidas. Em outras palavras, isto implica em monoteísmo. Nada deve ser objeto de nossa adoração a não ser Yahweh.
No Antigo Testamento tal entendimento se dava em relação aos deuses pagãos. É por isto que o decálogo, nos vv.2,3, ordena que não se faça imagem de nada com fins de adoração. A questão naquele contexto era visivel. Porém, não são poucas as vezes que encontramos no Antigo Testamento o povo de Israel se voltando para outros deuses.
No Novo Testamento o problema da idolatria é radicalizado por Jesus. Ele tira a idolatria do âmbito externo somente para acrescentar a idolatria interior. Esta é fruto do nosso egocentrismo.
Entre estas nós encontramos no ensino de Jesus a idolatria ao dinheiro (Mt 6.24). É neste contexto que Jesus dirá que não se pode servir a dois senhores. Deus requer exclusividade em nossas vidas.
Outro princípio importante na expressão de amor a Deus é que o amor exigido para com Ele é muito mais interior do que exterior. Não está no formalismo, nas regrinhas, nas tradições que as igrejas têm criado, mas na interioridade do nosso ser. O mandamento diz: "... de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de toda a tua força".
A compreensão judaica do amor a Deus desvirtuou por um caminho parecido com aquele que muitas igrejas abraçaram, inclusive dentro das nossas, a do formalismo. Amar a Deus é medido dentro de um conjunto de regras. "Isto pode", "aquilo não pode", são chavões costumeiros neste tipo de mentalidade.
Foi exatamente isto que os judeus fizeram. Eles confundiram o amor a Deus com a lei. Observá-la era o supra-sumo do amor. No entanto, eles esqueceram a misericórdia, a justiça e tantas outras coisas que deveriam caracterizar o relacionamento com Deus. E tudo isto ocorreu porque o amor era entendido numa perspectiva exterior, daquilo que se fazia para agradar, e não daquilo que era inerente à natureza, à vontade.
É interessante observar que no mandamento há uma ênfase tremenda sobre o todo. Isto não foi atentado pelos judeus, e parece que pela igreja do senhor Jesus também. Não é possível desassociar nossas atitudes do amor a Deus. Não existe o sagrado e o secular. Para aquele que ama a Deus tudo é santo, e tudo é feito com amor, pois é feito para o Senhor. todavia a vida é envolvida na resposta de amor a Deus.
Para exemplificar isto, o mandamento citado por Jesus faz uma adaptação no último elemento desta totalidade. Ao invés de citar "de toda a tua força" Ele diz "de todo o teu entendimento". É interessante, e ao mesmo tempo rico, observarmos o sentido destes elementos.
Amar a Deus "de todo o coração" implica num amor que se expressa por meio da entrega dos sentimentos e da disposição da vida. Quando amamos ao Senhor, verdadeiramente, a disposição do nosso coração é favorável à sua vontade. Porque fui justificado, em Cristo, mediante a fé, desfruto da paz com Deus (Rm 5.1), que me coloca numa relação de prazer com Deus. Meus intentos, anseios e projetos se lançam sobre Ele na busca de sua vontade para a minha vida. Amo a Deus de todo coração quando me submeto em alegria à sua Palavra. Ainda que esta fira meus interesses, terei prazer em obedecê-la, pois nela vejo o melhor de Deus para a minha vida.
Amar a Deus de toda a alma implica num amor demonstrado com toda a vida por meio das atitudes vivenciadas. Não são as meras observâncias religiosas, constitucionais que determinam o meu amor por Deus, mas sim o tipo de vida que levo, as atitudes que tomo no dia-a-dia. isto impede que meu amor se limite aos momentos de sentimentalismo, como se vê em nossos dias.
Amar a Deus com todo o entendimento implica em colocarmos nossa razão à sua disposição a fim de conhecê-lo melhor por meio do estudo sério de Sua Palavra. Esta atitude não só impede o sensacionalismo nas igrejas como dá sabedoria a respeito de nossa conduta na sociedade.
Como vemos, estes três elementos interiores do amor devido a Deus se entrelaçam trazendo equilíbrio em nossa postura diante do Senhor. O grande problema que temos enfrentado é que a tendência natural é a de se tomar um destes elementos e centralizá-lo como a norma máxima do amor devido ao Senhor, quando isto não encontra apoio nas Escrituras. Coração, alma e mente são colocados juntos para trazerem equilíbrio no nosso amor a Deus.
O quarto princípio é que o amor a Deus, apesar de envolver mais o interior do que o exterior, não invalida este último. A interioridadse é necessária para que os atos não sejam meros formalismos em busca de bênçãos. No entanto, este último clareia o sentido do primeiro. O amor a Deus pode e deve ser visto em atitudes exteriores.
No Antigo Testamento, segundo W. Warnach, o amor de Deus pelos homens é entendido como fidelidade à aliança. Por isso, o amor do ser humano para com Deus é uma obrigação contida no pacto da aliança, como um mandamento fundamental que está em estreita relação com o serviço (também cultural) de Deus, e a observância de outros estatudos da aliança (Ex 20.6; Dt 6.2-9; 7.9; 10.12s; 11.1,13; 30.10,16 e outros).
Por estas razões, o amor a Deus se reduz quase ao temor de Deus (Dt 10.12; 13.4s), "e se efetua, principalmente, na adoração de Javé como único Deus verdadeiro com a exclusão radical de qualquer culto idolátrico (Ex 20.2-6; 22.19,32s; 34.11-17; Dt 4.9-24; 5.7ss; 6.13; 11.13; 12.29-31)".
Nos profetas acontece basicamente o mesmo, porém, estes já passam a dar uma observância à questão do interior. Eles perceberam que o formalismo estava matando o verdadeiro sentido de amar a Deus. É por isso que os vemos advertindo o povo a que converta o coração (Is 1.16-20; 55.5s; Jr 3.12; Ez 18.30ss; Am 5.14ss; Jl 2.12; Jn 4.2).
No Novo testamento estas formas exteriores de amor a Deus não estão presas a ideia da aliança. O amor ali é primário, fundamental e incondicional. Ele visa o ser humano como um todo exigindo deste uma decisão (Mt 6.24; Lc 16.13).
Isto se manifesta por meio de uma confiança sem restrições (Mt 6.25), e depois numa preocupação exclusiva pelo Reino de Deus e sua justiça (Mt 6.33).
A implicação disto é uma afirmação e execução irrestrita da vontade do Pai (Mt 6.10; 7.21). É esta obediência amorosa que faz o discípulo renunciar a tudo por Jesus e tomar sua cruz (Mc 8.34; Lc 14.26,27).
Como observamos o amor a Deus é uma realidade que brota de dentro de nós para expressar-se na observância obediente de sua vontade. isto implica em fidelidade, adoração cúltica e cumprimento vivencial de sua Palavra. Assim, a melhor exposição sobre as implicações práticas do amor a Deus encontramos no Decálogo (Ex 20.1-17), onde os quatro primeiros mandamentos especificam atitudes coerentes com os princípios delineados acima quando somos trazidos à reconciliação com o Criador por meio de Jesus Cristo, Seu Filho amado.
retirado do livro: O Amor de Deus Derramado em Nossos Corações
Airton Williams Vasconcelos Barboza - Fonte Editorial. Pág.: 94 a 99
No entanto, é preciso observar que este fenômeno não é algo que surgiu em nosso século. Desde os tempos antigos que em nome de Deus, por amor a Ele, pessoas, igrejas tem tomado atitudes bárbaras, desumanas. Como exemplo, podemos citar os períodos das cruzadas quando milhares de vidas foram colhidas em nome de um zelo egoísta, mesquinho.
Em nossos dias, a compreensão do amor a Deus se voltou para a perspectiva da barganha. A teologia predominante nas igrejas evangélicas é a da prosperidade, onde Deus é visto como um mero benfeitor, ou um Pai sem direito a nada a não ser atender aos caprichos egoístas das pessoas que se dizem seus filhos ou filhas. "Cristãos" estão dispostos a fazerem qualquer sacrifício pela fé desde que haja uma recompensa financeira ou física.
Todavia, ao olharmos para o ensino bíblico, descobrimos que em momento algum a crueldade foi prova de amor a Deus, e nem mesmo a barganha que presenciamos em nossos dias. Este tipo de amor não é aquele que o Espírito jorrou em nossos corações.
Tomando Dt 6.5 por base, podemos observar alguns princípios claros que devem nortear nosso amor a Deus. O primeiro princípio a ser observado é que em Dt 6.5 o amor a Deus está calcado no fato dEle ser o único Deus (v.4). O texto não nos diz "amarás o Senhor teu Deus porque ele te dará bênçãos, riquezas, saúde, etc..." Não. O texto exige o amor a Yahweh porque Ele é o único Senhor. Isto implica dizer que devemos amar a Deus não pelo o que Ele pode nos dar, mas pelo o que Ele é.
Aqui se percebe a grande tensão de nossos dias entre o ser e o ter. No relacionamento com Deus esta mesma tensão se faz presente. E não é só a teologia da prosperidade que tem implantado o ensino herético de se buscar a Deus pelas bênçãos. A própria adoração cúltica de nossas comunidades tem, em muitos casos, ensinado o mesmo. Os fiéis são estimulados a irem ao culto para buscarem as bênçãos de Deus, o alimento que Ele dá. Eles não são ensinados a adorarem no sentido sacrificial, de se apresentarem para morrer e depois ressuscitar. E assim, as nossas igrejas ajudam a semear o ter no relacionamento com Deus.
Não se está negando com isto que da adoração advenham bênçãos para a comunidade, o que seria negar um ensino claro das Escrituras (e.g. Salmo 133). O que estamos recriminando é a busca dos favores espirituais, materiais e físicos em detrimento ao Doador deles. Hoje, bem como em outras épocas, há uma preocupação gigantesca com as bênçãos de Deus do que com o Deus das bênçãos. A ética cristã, no seu relacionamento com Deus, não busca as bênçãos, mas sim o Senhor destas.
O segundo princípio que deve nortear o amor a deus é o da exclusividade que Ele requer de seus adoradores. Justamente por ser Ele o único Senhor, seus servos devem centralizá-lo em suas próprias vidas. Em outras palavras, isto implica em monoteísmo. Nada deve ser objeto de nossa adoração a não ser Yahweh.
No Antigo Testamento tal entendimento se dava em relação aos deuses pagãos. É por isto que o decálogo, nos vv.2,3, ordena que não se faça imagem de nada com fins de adoração. A questão naquele contexto era visivel. Porém, não são poucas as vezes que encontramos no Antigo Testamento o povo de Israel se voltando para outros deuses.
No Novo Testamento o problema da idolatria é radicalizado por Jesus. Ele tira a idolatria do âmbito externo somente para acrescentar a idolatria interior. Esta é fruto do nosso egocentrismo.
Entre estas nós encontramos no ensino de Jesus a idolatria ao dinheiro (Mt 6.24). É neste contexto que Jesus dirá que não se pode servir a dois senhores. Deus requer exclusividade em nossas vidas.
Outro princípio importante na expressão de amor a Deus é que o amor exigido para com Ele é muito mais interior do que exterior. Não está no formalismo, nas regrinhas, nas tradições que as igrejas têm criado, mas na interioridade do nosso ser. O mandamento diz: "... de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de toda a tua força".
A compreensão judaica do amor a Deus desvirtuou por um caminho parecido com aquele que muitas igrejas abraçaram, inclusive dentro das nossas, a do formalismo. Amar a Deus é medido dentro de um conjunto de regras. "Isto pode", "aquilo não pode", são chavões costumeiros neste tipo de mentalidade.
Foi exatamente isto que os judeus fizeram. Eles confundiram o amor a Deus com a lei. Observá-la era o supra-sumo do amor. No entanto, eles esqueceram a misericórdia, a justiça e tantas outras coisas que deveriam caracterizar o relacionamento com Deus. E tudo isto ocorreu porque o amor era entendido numa perspectiva exterior, daquilo que se fazia para agradar, e não daquilo que era inerente à natureza, à vontade.
É interessante observar que no mandamento há uma ênfase tremenda sobre o todo. Isto não foi atentado pelos judeus, e parece que pela igreja do senhor Jesus também. Não é possível desassociar nossas atitudes do amor a Deus. Não existe o sagrado e o secular. Para aquele que ama a Deus tudo é santo, e tudo é feito com amor, pois é feito para o Senhor. todavia a vida é envolvida na resposta de amor a Deus.
Para exemplificar isto, o mandamento citado por Jesus faz uma adaptação no último elemento desta totalidade. Ao invés de citar "de toda a tua força" Ele diz "de todo o teu entendimento". É interessante, e ao mesmo tempo rico, observarmos o sentido destes elementos.
Amar a Deus "de todo o coração" implica num amor que se expressa por meio da entrega dos sentimentos e da disposição da vida. Quando amamos ao Senhor, verdadeiramente, a disposição do nosso coração é favorável à sua vontade. Porque fui justificado, em Cristo, mediante a fé, desfruto da paz com Deus (Rm 5.1), que me coloca numa relação de prazer com Deus. Meus intentos, anseios e projetos se lançam sobre Ele na busca de sua vontade para a minha vida. Amo a Deus de todo coração quando me submeto em alegria à sua Palavra. Ainda que esta fira meus interesses, terei prazer em obedecê-la, pois nela vejo o melhor de Deus para a minha vida.
Amar a Deus de toda a alma implica num amor demonstrado com toda a vida por meio das atitudes vivenciadas. Não são as meras observâncias religiosas, constitucionais que determinam o meu amor por Deus, mas sim o tipo de vida que levo, as atitudes que tomo no dia-a-dia. isto impede que meu amor se limite aos momentos de sentimentalismo, como se vê em nossos dias.
Amar a Deus com todo o entendimento implica em colocarmos nossa razão à sua disposição a fim de conhecê-lo melhor por meio do estudo sério de Sua Palavra. Esta atitude não só impede o sensacionalismo nas igrejas como dá sabedoria a respeito de nossa conduta na sociedade.
Como vemos, estes três elementos interiores do amor devido a Deus se entrelaçam trazendo equilíbrio em nossa postura diante do Senhor. O grande problema que temos enfrentado é que a tendência natural é a de se tomar um destes elementos e centralizá-lo como a norma máxima do amor devido ao Senhor, quando isto não encontra apoio nas Escrituras. Coração, alma e mente são colocados juntos para trazerem equilíbrio no nosso amor a Deus.
O quarto princípio é que o amor a Deus, apesar de envolver mais o interior do que o exterior, não invalida este último. A interioridadse é necessária para que os atos não sejam meros formalismos em busca de bênçãos. No entanto, este último clareia o sentido do primeiro. O amor a Deus pode e deve ser visto em atitudes exteriores.
No Antigo Testamento, segundo W. Warnach, o amor de Deus pelos homens é entendido como fidelidade à aliança. Por isso, o amor do ser humano para com Deus é uma obrigação contida no pacto da aliança, como um mandamento fundamental que está em estreita relação com o serviço (também cultural) de Deus, e a observância de outros estatudos da aliança (Ex 20.6; Dt 6.2-9; 7.9; 10.12s; 11.1,13; 30.10,16 e outros).
Por estas razões, o amor a Deus se reduz quase ao temor de Deus (Dt 10.12; 13.4s), "e se efetua, principalmente, na adoração de Javé como único Deus verdadeiro com a exclusão radical de qualquer culto idolátrico (Ex 20.2-6; 22.19,32s; 34.11-17; Dt 4.9-24; 5.7ss; 6.13; 11.13; 12.29-31)".
Nos profetas acontece basicamente o mesmo, porém, estes já passam a dar uma observância à questão do interior. Eles perceberam que o formalismo estava matando o verdadeiro sentido de amar a Deus. É por isso que os vemos advertindo o povo a que converta o coração (Is 1.16-20; 55.5s; Jr 3.12; Ez 18.30ss; Am 5.14ss; Jl 2.12; Jn 4.2).
No Novo testamento estas formas exteriores de amor a Deus não estão presas a ideia da aliança. O amor ali é primário, fundamental e incondicional. Ele visa o ser humano como um todo exigindo deste uma decisão (Mt 6.24; Lc 16.13).
Isto se manifesta por meio de uma confiança sem restrições (Mt 6.25), e depois numa preocupação exclusiva pelo Reino de Deus e sua justiça (Mt 6.33).
A implicação disto é uma afirmação e execução irrestrita da vontade do Pai (Mt 6.10; 7.21). É esta obediência amorosa que faz o discípulo renunciar a tudo por Jesus e tomar sua cruz (Mc 8.34; Lc 14.26,27).
Como observamos o amor a Deus é uma realidade que brota de dentro de nós para expressar-se na observância obediente de sua vontade. isto implica em fidelidade, adoração cúltica e cumprimento vivencial de sua Palavra. Assim, a melhor exposição sobre as implicações práticas do amor a Deus encontramos no Decálogo (Ex 20.1-17), onde os quatro primeiros mandamentos especificam atitudes coerentes com os princípios delineados acima quando somos trazidos à reconciliação com o Criador por meio de Jesus Cristo, Seu Filho amado.
retirado do livro: O Amor de Deus Derramado em Nossos Corações
Airton Williams Vasconcelos Barboza - Fonte Editorial. Pág.: 94 a 99
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