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terça-feira, 17 de novembro de 2015

EU: UM PECADOR MISERÁVEL



Alex Wellington Artigos 17/11/2015

A expressão “Pecador Miserável” é bastante comum nos corredores da Sebi, e até mesmo dentro de algumas igrejas de Brasília/DF e Goiânia/GO, como a pastoreada pelos pastores Airton, Dejacir e por mim.

Uma expressão que ganhou força por onde passamos, ao ponto de se tornar uma forma de tratamento, isso mesmo, uma forma de tratamento. É muito comum quando nos encontramos o cumprimento: “E aí pecador miserável, como você está?”.

Esta expressão na verdade foi propagada em Brasília e ganhou força nas exposições – quer seja aula ou pregação – do pastor Airton, e muitas vezes, talvez quase sempre para quem nunca a ouviu, um impacto muito grande, pois se enxergar como um pecador é bem difícil, ainda mais como um pecador miserável.

Acredito realmente que esta expressão é bastante forte, porém verdadeira, e como vivemos em uma época onde somos “santo”, e quando falo “santo” não estou falando de alguém santo no sentido bíblico, ou seja, de alguém separado, mas santo na sua totalidade, como alguém que não peca mais, que possui algum valor extraordinário da parte de Deus, ou de alguém que detém algum mega poder capaz de deter as ações do pecado em sua vida, tal expressão é bastante “agressiva” aos ouvidos.
Para nós, porém, não há nenhum caráter agressivo, visto que assim a Bíblia nos revela[i] e não temos como negar ou refutar tal verdade, por isso precisamos estar atentos para o que essa expressão deve significar para nós.

No ano passado tive uma conversa com o meu irmão Adriano, que comentou algo que me deixou bastante pensativo. Disse ele: “Alex, concordo que realmente somos pecadores miseráveis, porém tenho observado que vocês usam essa expressão para tudo, e talvez, pelo uso indiscriminado, perca o sentido real na vida de vocês e se torne apenas mais um jargão, como algo banal e sem efeito nenhum”. Na hora eu balancei a cabeça concordando, depois mudamos de assunto e ficou para trás tal pensamento.

Posteriormente, aquela observação do meu irmão Adriano me incomodou, e comecei a observar que as pessoas usavam a expressão “pecador miserável” de uma forma totalmente descomprometida, ao ponto de se transformar em desculpas para justificar seus pecados.

Como exemplos: agora não peço mais perdão pelo fato de ter sido agressivo com alguém, ou magoado, ou ter chegado atrasado, até mesmo em sala de aula, para justificar o atraso na entrega de um trabalho, ou para tentar ganhar alguns dias a mais com o professor para tal entrega.

Em momento algum, ouvimos a expressão: “me perdoe por ter sido grosseiro com você”; “me perdoe por ter lhe ferido”; “professor eu realmente não respeitei o prazo para entrega do trabalho conforme estabelecido”; simplesmente o que se ouve é:“eu sou um pecador miserável”.

Percebi que o Adriano estava certo em seu comentário; esquecemos o impacto que essa frase deveria causar em nós: o constrangimento, a vergonha que deveria tomar conta de nós todas as vezes que pronunciássemos tal frase.

É importante trazer a memória às implicações práticas da expressão: “eu sou um pecador miserável”:
    
  Não somos merecedores de salvação: a nossa salvação é ação direta de Deus sobre a vida do homem, visto que não existe nada em nós que chame a atenção de Deus para nós, e o seu agir se manifesta de forma gratuita. [ii] O agir de Deus vem de forma gratuita, ou seja, sem merecimento. O que precisamos entender é qual a aplicação da graça sobre nossas vidas. Se perguntarmos: o que é graça? Ouviremos como resposta: “favor imerecido de Deus”; Se compreendemos que graça é um favor imerecido, significa que Deus no deu algo que nós não merecemos, e nesse caso surge então outra pergunta: o que merecemos? Se o destino final dos salvos é o céu, logo o destino final dos condenados é o inferno, assim sendo, o que merecemos da parte de Deus é o inferno, mas Ele pela sua graça (imerecida) no alcançou e nos permitiu a entrada aos céus por intermédio do sacrifício de seu filho Jesus Cristo na cruz;

   Não há nada de bom em nós – A Bíblia nos revela como seres totalmente corruptos. Como pecadores, precisamos entender que nossos corações não querem servir a Deus, mas buscar o prazer do pecado. O apóstolo Paulo relata sua luta com seus pecados[iii], e chegando a conclusão de que na vida dele não há bem algum, e no versículo anterior, revela que a razão dessa luta, é o mal, a saber, o pecado que habitava nele. Esse mal, também habita em mim e você. [iv]

    Somos chamados a lutar contra nossos pecados – Não podemos nos conformar com o fato de sermos pecadores. Ser salvo carrega a responsabilidade de um viver contínuo para a glória de Deus, e isso só é possível através da luta contra o pecado. Se conformar como um pecador miserável, é viver uma fé em Cristo totalmente vazia, sem esperança e engano. Somos desafiados pelo autor de Hebreus a lutarmos até o sangue contra os nossos pecados[v]. Essa é a marca de alguém que deseja viver uma vida para a glória de Deus. O conformismo com o pecado demonstra um viver demasiadamente egoísta, longe de agradar a Deus.

    Somos chamados a uma vida de arrependimento – quando nos deparamos com nossos pecados, existem duas posturas a serem tomadas: a primeira é se arrepender[vi] e a segunda é se conformar. Compreendendo o que as escrituras nos exortam, percebemos que a postura de arrependimento está faltando no meio dos salvos, onde muitas vezes nos portamos de forma soberba, – e isso é o que Deus não quer[vii] – deixando assim que nossos corações dominem nossas ações e emoções, sem nos apercebermos que tal atitude nos distancia da vontade de Deus, operando em nós as marcas dos filhos da desobediência.[viii]

    Somos desafiados a uma vida de mudança – o arrependimento verdadeiro é produzido somente quando nos despirmos do velho homem[ix], ou seja, das práticas da natureza caída que ainda gritam em nossos corações tentando nos influenciar de uma forma a vivermos sem mudanças. A palavra grega “metanóia” expressa o nosso desafio, pois significa: mudança de pensamento. Se meus pensamentos são pensamentos de pecadores miseráveis, devo buscar um novo pensamento[x], que seja capaz de me moldar ao caráter de Cristo.

Como disse no início deste artigo, não tenho dificuldades com a expressão: Pecador Miserável, porém, é necessário reconhecer os pontos acima citados, todas as vezes que pecamos, para que as verdades nelas contidas sejam capazes de me levar a uma vida de santificação e aperfeiçoamento na caminhada de fé.

Em Cristo

Pr. Alex Wellington[xi]

[i]Sl 90:3; Sl 22:6

[ii]Ef 2:8 “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus.”

[iii]Rm 7:18 “Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum; e com efeito o querer está em mim, mas não consigo realizar o bem.”

[iv] Para uma compreensão desse problema na vida do homem, recomendo a leitura do livro: O Mal que Habita em Mim, de Kris Lundgaard da Editora Cultura Cristã.

[v]Hebreus 12.4 “Ora, na vossa luta contra o pecado, ainda não tendes resistido até ao sangue”.

[vi]Salmos 51:1-4; Salmos 32:1-4; 2 Coríntios 7:9-10; Salmos 32:5

[vii]Tg 4:6 “Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes.”

[viii] Cl 3

[ix]Ef 4:22-24

[x]Rm 12:1-2 –“… mas transformai-vos pela renovação da vossa mente…”. A expressão “vossa mente” é uma expressão paulina para mudança de pensamentos. Mente está ligada diretamente aos pensamentos.

[xi] Alex Wellington é casado com Ângela Márcia e pai de Carlos Eduardo. Pastor da Igreja Bíblica Reformada da Aliança (IBRA). Conselheiro Bíblico com treinamentos pelo Núcleo de Treinamento e Aconselhamento Bíblico (NUTRA-SP) e pela Associação Brasileira de Conselheiros Bíblicos (ABCB-SP).Diretor e professor da Sociedade de Estudos Bíblicos Interdisciplinares (SEBI). Bacharel em Teologia pelo Seminário Teológico Batista de Fortaleza – (STBC); Bacharel em Teologia perla Faculdade de Ciências, Educação e Teologia do Norte do Brasil (Faceten); Pós-Graduado em Teologia Bíblica (Mauá/Sebi); Especialista em Exegese Bíblica pela Sociedade de Estudos Bíblicos Interdisciplinares (Sebi); Autor do livro: As Dimensões dos Relacionamentos Humanos, publicado pela Editora Sebi.

Este artigo foi publicado no site: www.sebi.com.br

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