CONTRIBUIÇÕES

Amados irmãos e irmãs, a paz de Cristo. Se for da sua vontade, e direção do Senhor em sua vida, contribuir com este ministério, mantemos a conta abaixo para contribuições à nossa igreja. Antecipadamente, agradecemos a todos pelo carinho e amor, e rogamos as ricas bênçãos do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo sobre vós. Um forte abraço. Pr. Airton Williams -Banco Sicoob (756) , Agência 4332, Conta 4428-8 - CNPJ 33.413.053/0001-93 em nome da Igreja Cristã de Confissão Reformada. Quaisquer dúvidas, peço a gentileza de que entrem em contato: iccreformada@gmail.com

terça-feira, 17 de novembro de 2015

PREOCUPAÇÕES PASTORAIS COM A IGREJA



Após duas décadas servindo ao Senhor como pastor e lidando com várias questões pertinentes a integralidade do Cristianismo, tenho visto muitas coisas acontecendo em torno e no seio da igreja, quando uso o termo igreja não estou me referindo a nenhuma denominação especificamente, ou a qualquer igreja local, mas ao que se conhece de forma geral com esse termo, por tanto não é intenção desse trabalho, agredir ou enaltecer a nenhuma comunidade específica. As afirmações aqui empregadas são direcionadas de forma geral, mas considerando as exceções, sabendo que o Senhor mesmo tem guardado um remanescente fiel.

A forma da igreja se portar tem causado bastante estranheza, visto que a sua maneira de ser e de se relacionar com o mundo e a cultura a sua volta em vários aspectos, não condiz com aquilo que Deus determinou nas Sagradas Escrituras. Aqueles que a observam ficam com uma nítida impressão de fracasso.

O atual estado da igreja é de fato muito preocupante, pois ela tem sido conivente com a corrupção, com a ganância e com a forma secular geral de se pensar a vida. Com isso, assistimos uma igreja irresponsável e apática quanto ao temor do Senhor e a vida em santidade e obediência, abominações indizíveis são aceitas e até aplaudidas nesse tempo.

Ao que parece essa perdição se multiplica a cada momento, ganha cada vez mais espaço e uma cegueira impressionante não lhe permite ver que está correndo em alta velocidade para um estado de apostasia generalizada. Fato que só não ocorreu ainda, por causa da graça de Deus que através do seu remanescente fiel faz com que ela ainda tenha um pouco de luz.

Atualmente vivemos tempos difíceis em que a igreja se mostra perdida e sem rumo, em um mundo caído sem esperança, ao invés de resplandecer à Cristo para esse mundo, ela se encontra na mesma condição; e o que é pior, regida por esse mesmo mundo na sua forma de pensar e agir.

Cristãos que outrora eram zelosos com a sã doutrina estão se esquecendo dos termos pactuais da aliança, eles agora se rendem as coisas que a Escritura reprova como o divórcio, que quebra o símbolo pactual do casamento.

Casamento esse que tem a finalidade de refletir a própria trindade santa no que constitui a família, isto é um homem se unindo a uma mulher para se tornar uma só carne com ela e gerar filhos. Até as coisas que o próprio Deus chama de abominação, como, por exemplo o homossexualismo que tem a missão de implodir a família a qual Deus objetivou com a referida finalidade já não incomodam como deveria. Tais desobediências e abominações agora são aceitas e praticadas com legitimidade por parte de algumas denominações e igrejas locais.

Os que são favoráveis a tais práticas, o fazem sob a alegação de que a Bíblia que antes era tida como autoridade absoluta para essas e outras questões, não pode mais legislar sobre essas coisas visto que é um livro antigo, escrito por pessoas de outras culturas completamente alheias a nossa realidade pós moderna, por tanto não devem ser consideradas as suas afirmações sobre os referidos assuntos.

A igreja de hoje não tem critérios para discernimento em seus relacionamentos no aspecto de comunhão. Com a multiplicação das denominações evangélicas no Brasil, se multiplicam também as seitas que se intitulam igrejas cristãs. A igreja atual deveria ter o mínimo de preocupação com a pureza da vida cristã, como por exemplo, o critério de atestar se uma comunidade, denominação ou igreja local tem as Escrituras Sagradas como inerrante Palavra de Deus e se a sua confissão de fé é condizente com o que ali é atestado por Deus antes de ter comunhão com tais seguimentos a volta da mesa do Senhor. Na verdade o que assistimos assustados é a igreja de braços dados e em plena comunhão com aqueles que negam não só a Bíblia, mas também ao próprio Deus quando questionam e negam a Trindade, isto é, o Deus Pai, Filho e Espírito Santo.

Falando ainda do problema da relativização e negação das Escrituras Sagradas é obvio que esse grupo também não crê na suficiência das mesmas para tratar o coração conflitante dos seus membros, o que faz com que a situação da igreja fique ainda mais caótica.

Muitos pastores desistiram do ensinamento sob a ótica de Deus revelada em sua Palavra, tanto para novos convertidos como para lideres e futuros pastores. Eles chegam ao pondo de não mais tratar o pecado como pecado, já não querem mais lidar com o sofrimento como Deus o vê, e consequentemente não levam essas pessoas a libertação, a cura e ao crescimento em fidelidade ao Senhor. Atualmente a igreja está ressignificando textos bíblicos a partir de uma interpretação irresponsável, falsa, profana e apostata. É dessa maneira que o comportamento pecaminoso foi recebendo nomes como doenças, síndromes, transtornos entre outros termos. Esses pastores não só se rendem e buscam ao pensamento secular, mas estão totalmente dominados e regidos pelo estudo da psicologia cujo a observação não consegue ultrapassar o limite do comportamento. Os pastores já não querem se envolver com os problemas das pessoas e preferem terceirizar o tratamento e cuidados com o rebanho, os conduzindo aos psicólogos e psiquiatras, negligenciando assim suas obrigações pastorais e desobedecendo de forma desonrosa aquele que os chamou para o sagrado ministério.

A cristandade por sua vez, não obstante a perdição do seu próprio coração e a sua forma pecaminosa de fazer escolhas, se encontram sem orientação da parte daqueles que deveriam guiá-los, estão sempre fazendo as piores escolhas, são irresponsáveis com as suas obrigações civis, isto é, não utilizam critérios bíblicos para as escolhas de seus governantes, são infratores e até burlam a lei, são desonestos com os impostos e corruptos em suas profissões. Teríamos milhares de testemunhos e experiências sobre desonestidades envolvendo cristãos para relatar, a começar por alguns pastores que abandonam o púlpito para se dedicar a política governamental e estão sempre aparecendo nos noticiários envolvidos em algum escândalo de corrupção. Os cristãos nesse tempo estão perdendo de vista o que é reino de Deus, esse é um conceito esquecido no relacionamento com o próximo e com o meio ambiente em geral. Ao idealizar uma profissão a preocupação única é a rentabilidade da mesma, ao escolher um cônjuge o egoísmo é gritante, o objetivo é a felicidade e quando a tal felicidade não é alcançada o divórcio é a próxima decisão errada a ser tomada.

O que dizer então do desespero consumista e do imediatismo que os motiva e os domina levando-os ao estresse a dependência de remédios e em alguns casos até ao suicídio. Pode parecer difícil de acreditar, mas ainda estou falando da igreja e acredito que continuar esse relato desconcertante, preocupante e vergonhoso é desnecessário. Acredito que os exemplos aqui descrevo são suficientes para no mínimo nos inquietar, porém acho necessário observar uma última questão que julgo ser ainda mais grave na lista das nossas preocupações com a igreja do nosso tempo.

As consequências do abandono às Escrituras, não tem limites, não se resume apenas ao fato de a igreja não possuir uma postura bíblica nos aspectos aqui já citados, mas faz também com que ela perca até mesmo a noção do que é santo, estamos falando de uma igreja que ao se reunir para prestar o culto solene coletivo transforma o ambiente em um palco de idolatrias, com ritos pagãos e simbolismos que não são cristãos, esses vão de símbolos do judaísmo antigo até ritos das chamadas religiões afro-brasileiras.

É também marca registrada dos cultos intitulados cristãos da atualidade uma estrutura litúrgica totalmente irreverente, desrespeitosa, escarnecedora e ultrajante à santidade de Deus. Os cultos foram transformados em verdadeiros espetáculos com apresentação de peças teatrais, e até exibições circenses. Esse ajuntamento não passa de entretenimento para os presentes, as músicas são para danças, agitação e satisfação dos que as promovem assim como dos que apreciam, as letras das mesmas são o próprio vomitar de um coração caído com suas ganâncias, revoltas e mesquinhez; as orações são tão infames nas suas expressões que Deus é destituído da posição de soberano criador e glorioso Senhor e é relegado a posição de garçom, com a única função de atender a todos os desejos de clientes exigente. Faltam palavras para nominar com precisão esses atos, visto que o que se vê e escuta nesse sentido é simplesmente estarrecedor.

A pregação, por sua vez, nem de longe é verdadeiramente a exposição do texto sagrado, os sermões foram reduzidos simplesmente a mensagens de auto ajuda e a palestra motivacionais, as vezes é difícil saber se o ambiente é uma igreja ou um auditório de alguma empresa, em outros casos o conteúdo desses discursos de um misticismo pagão impressionante, cujo o encorajamento aos presentes é no sentido de que a igreja descobriu uma fórmula mágica para barganhar e persuadir à Deus e obrigá-lo a fazer até aquilo que Ele não quer.

Em suma o que vemos são pregadores fraudulentos usando a bíblia de forma distorcida a fim de apresentar um deus criado à própria imagem deles para lhes atender os anseios do coração. Esses são acompanhados por um público que está se “acercando de mestres que preguem segundo as suas próprias cobiças” uma expressão muito clara do que é o abandono da verdade e o “se voltar as fábulas” multidões, cujo o laço está no próprio “coração enganoso e desesperadamente corrupto”, um auditório com o mesmo propósito degradante que alega ser uma forma de cristianismo poderoso. Apesar dessas afirmações não dá para negar que essas falsas doutrinas tem entrado de forma sorrateira em muitas denominações e congregações que outrora eram serias quanto a confissão e vivência da fé verdadeira, primavam pela verdade da escritura, que pregavam a sã doutrina e se mostravam ao mundo como expressão da verdade do evangelho tendo em vista sempre o reino de Deus e a sua justiça, tendo em Cristo contentamento e plena suficiência em tudo.

Sem sombra de dúvida se faz necessário uma atitude abrangente por parte daquele referido remanescente, algo que não só denuncie todo esse pecado que como um câncer maligno em fase terminal, consome as entranhas da igreja, causando dor e sofrimento ao próprio corpo que ainda luta. Considerando que a causa majoritária de tamanho afastamento e perdição é o abandono da Sagrada Escritura, precisamos voltar imediatamente aos estudos da Palavra de Deus para compreensão da mensagem, resgatar o ensino da mesma, e sobretudo o praticar visivelmente em detrimento aos grandes desafios do nosso tempo. A igreja precisa redescobrir a sua própria história a partir do Antigo e Novo Testamento, olhar o comportamento dos primeiros cristãos e ver que aqueles irmãos amavam à Cristo mais do que à suas próprias vidas e provavam isso nas arenas e nas fogueiras através de uma convicção inabalável em Deus, se tornando assim incapazes de negá-lo, e isso os levavam à morte. Precisamos perceber a seriedade e reverência em santidade que havia no culto ao Senhor, temos que nos lembrar quão grande luta os cristãos verdadeiros passaram para permanecerem fiéis ao longo da chamada era medieval , vivendo em uma igreja corrupta e desviada da verdade. Na minha opinião, é crucial que a igreja do nosso tempo observe também o evento que tem sido chamado ao longo da história recente de Reforma protestante, para assim perceber como aqueles irmãos os quais são chamamos de reformadores a quem devemos tanto, que em tempos tão difíceis, desafiaram toda estrutura religiosa e política para resgatarem a verdade de Deus devolvendo a Escritura a mão de todos, afim de que esses entendessem a vontade de Deus e vivessem de forma santa em um mundo caído. Esses instrumentos de Deus resgataram a pregação verdadeira e como buscaram incansavelmente a estrutura do culto bíblico e da prática do mesmo na historia, o qual ficou bem conhecida e registrado nas confissões históricas de fé como: o princípio regulador do culto; devemos ter o mesmo senso de responsabilidade em nosso tempo. Que o zelo pela a Escritura Sagrada seja visto em nós através de todas as nossa ações, que o nosso posicionamento diante de um mundo caído e na nossa sociedade cada dia mais promíscua, injusta e corrupta, seja a expressão do que Deus pensa, revelada em sua palavra, e que aqueles que nos observam possam ver também no nosso ajuntamento solene, profundo amor, reverência e verdadeira adoração, pois sendo assim em nossos corações e ações, os homens nos verão e glorificarão a Deus, se assim for poderemos chamar realmente aquilo que fazemos coletivamente aos domingos ao nos ajuntar no templo, de culto à Deus e a nossa vivência em comunhão de igreja de Jesus Cristo.


Dejacir Costa Lima
Bacharel em Teologia pela Sociedade de Estudos Bíblicos Interdisciplinares – SEBI; Bacharel em Teologia pela Faculdade Unida de Vitória; Conselheiro Bíblico certificado pela Sociedade de Estudos Bíblicos Interdisciplinares – SEBI; Treinamento e Capacitação em Aconselhamento Bíblico pelo Núcleo de Treinamento e Aconselhamento Bíblico – Nutra e Associação Brasileira de Conselheiros Bíblicos – ABCB.

texto retirado do site: www.sebi.com.br

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