CONTRIBUIÇÕES
Amados irmãos e irmãs, a paz de Cristo. Se for da sua vontade, e direção do Senhor em sua vida, contribuir com este ministério, mantemos a conta abaixo para contribuições à nossa igreja. Antecipadamente, agradecemos a todos pelo carinho e amor, e rogamos as ricas bênçãos do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo sobre vós. Um forte abraço. Pr. Airton Williams -Banco Sicoob (756) , Agência 4332, Conta 4428-8 - CNPJ 33.413.053/0001-93 em nome da Igreja Cristã de Confissão Reformada. Quaisquer dúvidas, peço a gentileza de que entrem em contato: iccreformada@gmail.com
terça-feira, 29 de dezembro de 2015
VIVENDO PARA A GLÓRIA DE DEUS NO DESERTO DA NOSSA VIDA
Amados, este vídeo foi gravado durante o culto do dia 27 de Dezembro de 2015, ministrado pelo Pr. Pedro Antônio, no Salmo 63.
segunda-feira, 28 de dezembro de 2015
CULTO DE NATAL
Amados Irmãos, este vídeo foi gravado durante o Culto de Natal de nossa Igreja, ministrado pelo Pr. Dejacir, no dia 24 de Dezembro de 2014, no Evangelho de Lucas, capítulo 2.
quarta-feira, 16 de dezembro de 2015
PORQUE SE VIVERMOS EM PECADO...
Amados, este vídeo finaliza nosso estudo sobre Hebreus 10.19-31, nele, Pr. Airton finaliza nosso desafio espiritual para este ano. Este vídeo foi gravado durante o Culto do dia 13 de Dezembro de 2015.
GRITA NA RUA A SABEDORIA...
Amados, Pr. Airton continua o estudo de Provérbios, agora no versículo 20 do capítulo 1.
Este vídeo foi gravado durante o culto de estudo, do dia 09 de Dezembro de 2015.
Este vídeo foi gravado durante o culto de estudo, do dia 09 de Dezembro de 2015.
quinta-feira, 10 de dezembro de 2015
CULTO AO VIVO
Irmãos, a partir do próximo domingo, dia 13 de Dezembro, voltamos a transmitir nosso culto ao vivo, a partir das 19h. aqui mesmo no blog, no lado direito a um link para a visualização, abaixo da imagem há uma janela onde você pode escrever alguma coisa, caso deseje.
Que Deus abençõe a todos, através de Sua Palavra.
quarta-feira, 9 de dezembro de 2015
NÃO DEIXEMOS DE CONGREGAR-NOS 3
Amados, este vídeo continua nosso estudo sobre Hebreus 10.19-31, Pr. Airton está quase finalizando nosso desafio espiritual para este ano. Este vídeo foi gravado durante o Culto do dia 06 de Dezembro de 2015.
terça-feira, 8 de dezembro de 2015
REVELAÇÃO NA HISTÓRIA DA SALVAÇÃO
Leitura de Hebreus 1.1-2
Para o Grande Mestre e Amigo Airton Williams[1]
Por muitas vezes, de muitos modos e há muito tempo, Deus,
tendo falado aos Pais, nos Profetas, no último destes dias, falou-nos no Filho,
o qual constituiu herdeiro de todas as coisas, por meio de quem também fez as
eras. (Hebreus 1.1-2)[2]
Não foi pouca a emoção, quando me vi diante do texto,
virtualmente original, via FAC-SIMILE, do documento cristão primitivo
denominado Hebreus (1.1-2), conforme nos fora transmitido pela tradição textual
dos Códices Sinaíticus (melhor preservado e, assim, mais legível), Vaticanus
(esse já um pouco deteriorado, mas ainda legível) e Alexandrinus (bastante
desgastado e, por isso, pouco legível em algumas passagens). Esses manuscritos
gregos do Novo Testamento, datam, respectivamente, do IV e V séculos depois de
Cristo, nosso Senhor.
A emoção desse despretenso historiador bíblico e caminhante
exegeta se justifica dada a Inspiração Divina desse texto e a riqueza
consequente de sua mensagem aos seus leitores originais e, mais ainda, creio
eu, a nós hoje.
O único eixo de significado que consigo ver nesse pequeno
texto que prefacia a enigmática[3] obra de Hebreus é a Revelação de Deus na
e/ou tendo em vista a História da Salvação ou Redenção. O autor tem como
finalidade máxima, em sua obra, exaltar a Cristo, o Sumo Sacerdote de uma Nova,
Superior e Eterna Aliança, o que ele o faz já desde os inícios de seu tratado
(cf.1.1-4), já nas primeiras linhas de seu texto. Descreve a atividade
revelatória de Deus de um ponto a outro da história, mostrando Cristo Jesus,
seu Filho Eterno (cf.1.5,8), como o ápice dessa mesma, última e definitiva
revelação – Deus falou na antiguidade pelos profetas, agora nos fala e/ou nos
falou por meio de seu Filho (Jesus).
Com o intuíto de trazer à superfície a mensagem do autor de
Hebreus aqui, 1.1-2, sobre o que intitulo Revelação na História da Salvação,
ressalto alguns pontos estruturais e/ou formais importantes do texto, como
segue.
1. O Sujeito da Revelação
Sem dúvida, o sujeito de todo esse período é Deus, o qual se
diz que falara no passado e agora também nos fala hoje. Após sucessivas
atividades de sua auto-revelação na antiguidade (1.1)[4], Deus agora se
auto-revela de modo peculiar, sem precedentes, e de forma definitiva e/ou
completada (1.2a)[5]. Esse Deus que, desde o passado longínquo, se revela aos
homens, agora brinda-nos com o clímax de sua manifestação, com fins a redenção
dos mesmos. Veja-se que a iniciativa é toda e exclusiva de Deus, de uma ponta a
outra da história dessa revelação. Nunca pôde, nem pode jamais ser conhecido
e/ou desvelado por iniciativa humana. A menos que ele mesmo, como graciosamente
o fez, se revele. Por isso, louvamos a Deus por sua indizível graça de se
revelar aos homens e, assim, resgatá-los da eterna condenação.
2. Os Agentes da Revelação
No passado Deus se utilizara de seus profetas (1.1)[6],
santos conduzidos por seu Santo Espírito. Homens que serviram como porta-voz de
Deus, os quais podiam dizer “Assim diz o SENHOR”. Não obstante a eficiência da
agência dessa revelação de Deus no passado, coube ao seu Filho[7] Jesus Cristo
o papel de revelador por excelência e em plena perfeição. O que o autor aos
Hebreus diz aos seus leitores originais e, consequentemente, a nós hoje é que
depois de revelar-se por meio de seus Santos Profetas, Deus decidiu agora se
revelar aos homens não mais por representação profética, mas por Filiação, a
saber, por meio de seu próprio, eterno e divino Filho, Jesus Cristo. Esse cuja
filiação é tão única que lhe cabem por herança, já que não há outro Filho,
todas as coisas (1.2b)[8]. Tendo sido ele também o agente de Deus para a
criação do Universo (1.2c)[9]. É Jesus, o Filho de Deus, a revelação exata,
perfeita e definitiva de Deus Pai aos homens (cf.1.3). Em Jesus Cristo é que
devemos ter nossos olhos fitos para ter acesso a Deus e sua redentora revelação
(cf.Jo.1.1,14,18).
3. Os Recipientes da Revelação
Outrora foi dada aos antepassados, aos pais (1.1)[10], a
revelação progressiva[11] de Deus, desta vez foram os primeiros cristãos
(1.2a)[12] e, consequentemente, nós hoje, os recipientes da Revelação de Deus,
não mais progressiva, fragmentária, mas completa e definitiva, em Cristo Jesus,
seu unigênito Filho. Quão grande é o privilégio que temos, em Cristo, de
receber essa majestosa, gloriosa, rica e redentora revelação de Deus por meio
do Evangelho. Sem dúvida, nem todos têm sabido apreciar e louvar a Deus por
essa “tão grande salvação” (cf.Hb.2.3).
4. O Tempo da Revelação
Essa nova, última e completa revelação de Deus se dá,
segundo o autor aos Hebreus, na era messiânica, nos tempos de Cristo, a saber,
no Último Dia[13]. Como cumprimento dos tempos salvíficos, em Cristo, Deus, por
meio de seu próprio Filho dá aos homens a sua última e definitiva Palavra de
Revelação Redentiva. É nessa última hora que Deus fala de modo definitivo[14] e
decisivo aos homens. É chegado o fim da história, o fim do mundo, o fim de
tudo. E é também aqui que Deus se revela aos homens como caminho de salvação
por meio da obra de Cristo Jesus. Estamos, portanto, nos Últimos Dias, por isso
e necessário reiterar nas palavras do autor aos Hebreus, “como escaparemos nós
se negligenciarmos tão grande salvação?” (Hb.2.3a)
____________________________
Denes F. Izidro
Possui graduação em Teologia pela Universidade Luterana do
Brasil (1999-2005;2008) e pós-graduação em História do Paleocristianismo pela
Universidade de Brasília (2009),sendo Pós-graduando em Antropologia Cultural
pela UNIFIL-PR. É também membro pesquisador e docente da SEBI-Sociedade de
Estudos Bíblicos Interdisciplinares,em Brasília-DF.Suas principais áreas de
interesse e pesquisa são Proto e Paleocristianismo, Teoria da História,Historiografia,História
Antiga,Arqueologia do Antigo Oriente Próximo,Antropologia Cultural,Teologia
Exegética,Teologia Bíblica,Literatura do Cristianismo Primitivo,Novo
Testamento,Jesus Históricos e afins. (Texto informado pelo autor)
[1] Esse pequeno artigo pretende ser uma homenagem de
gratidão ao meu amigo e sempre mestre na exegese bíblica professor Airton
Williams Vasconcelos Barboza, por tudo que fizera, e ainda faz, para me formar
um ministro que glorifique a Deus com seus dons e ministério. Obrigado caro
amigo e professor.
[2] Essa tradução, de Correspondência Formal, é do autor.
Portanto, suas possíveis inexatidões também lhe pertencem.
[3] Nada sabemos sobre a autoria, datação (80 ou 90 d.C.; 68
d.C.?) e destinatários originais desse documento do Novo Testamento. Sua origem
é a Itália (cf.13.24), seu objetivo é combater a apostasia e ressaltar a
grandiosidade de Cristo como Sumo Sacerdote de uma Nova e Superior Aliança.
Para uma interessante e sintética discussão histórica sobre Hebreus, sua
natureza e origem, veja MAUERHOFER,Erich.Uma introdução aos Escritos do Novo
Testamento.São Paulo:Vida,2010.pgs.484-505; Confira ainda, para uma análise
especializada, não obstante panorâmica, a importante obra de um dos maiores
estudiosos de Hebreus, Albert Vanhoye,A mensagem da Epístola aos Hebreus.São
Paulo:Paulinas,1983.
[4] Polumerw=j kai\ polutro/pwj pa/lai o) qeo\j lalh/saj
[5] e)la/lhsen h(mi=n
[6] o( qeo\j lalh/saj toi=j patra/sin e)n toi=j profh/taij
[7] e)la/lhsen h(mi=n e)n ui(%=
[8] o(\ e)/qhken klhrono/mon pa/ntwn
[9] di )ou(= kai\ e)poi/hsen tou\j ai)w=naj
[10] o( qeo\j lalh/saj toi=j patra/sin
[11] Polumerw=j kai\ polutro/pwj pa/lai o) qeo\j lalh/saj
[12] e)la/lhsen h(mi=n e)n ui(%=
[13] e)p )e)sxa/tou tw=n h(merw=n tou/twn
[14] e)la/lhsen h(mi=n
publicado em: www.sebi.com.br
sexta-feira, 4 de dezembro de 2015
SITE DA IGREJA
http://www.iccrbrasilia.com/
Irmãos, foi criado um site para a igreja, estamos implementando, mas já está disponível, esperamos que você acesse e seja abençoado. Obrigado ao Senhor que tem despertado Seus filhos para esta obra.
quarta-feira, 2 de dezembro de 2015
BUSCANDO A DEUS E ENCONTRANDO PLENA SATISFAÇÃO PARA VIDA
Amados Irmãos, este vídeo foi gravado durante o Culto do dia 29 de Novembro de 2015, ministrado pelo Pr. Pedro Antônio no Salmo nº 63.
sexta-feira, 27 de novembro de 2015
HOMEM DE DORES
Daisy Alves Artigos
26/11/2015
Por todos os cantos a terra geme.
Seus habitantes, atônitos, pranteiam. Violência, guerra, terrorismo,
perseguições, injustiças, ódios, tramas, soberba, corrupção, ardis, fuzis,
bombas… dores.
As reações são as mais diversas:
indiferença, comoção, revolta. Os que sofrem estão abatidos com angústia de
alma, talvez uma sensação de abandono ou de desalento.
Uma pergunta é inevitável: “Até
quando, Senhor?”
Incrédulos refutam: “Será que o
Senhor está vendo? Será que Ele se importa?”
– Sim, Ele vê e também sente! Ele
conhece a aflição, ouve o clamor.
Há mais de dois mil anos Jesus
Cristo, o Filho de Deus, se fez homem – Homem de dores[1] – como bem o descreveu
Isaías, 700 anos antes da crucificação. Santo, sem pecado, viveu num mundo
deformado e conviveu com pecadores – uns de coração ensinável; outros,
legalistas, obstinados, incrédulos e opositores. Foi humilhado e tentado, porém
sem pecar. Seus sofrimentos não se restringiram às últimas horas anteriores à
morte na cruz. Ele sofreu durante toda a sua encarnação e depois morreu, mas
também ressuscitou para que tivéssemos vida e vida em abundância. Como Ele o
fez?
Primeiro dispôs-se a deixar seu
trono de glória para esvaziar-se, tomando a forma de servo[2] – Ele que é um
com o Pai. E tornou-se obediente até a morte, e morte de cruz[3].
O caminho da obediência foi para
Ele, ao mesmo tempo, um caminho de sofrimento. Ele sofreu com as repetidas
investidas de Satanás, com o ódio e a incredulidade do Seu povo, e com a
perseguição dos Seus inimigos. Visto que Ele pisou sozinho o lagar, a Sua
solidão só tinha que ser deprimente e o Seu senso de responsabilidade,
esmagador. Seu sofrimento foi um sofrimento consagrado, e cada vez mais atroz,
conforme o fim se aproximava. O sofrimento iniciado na encarnação chegou
finalmente ao clímax na passio magna (grande paixão) no fim da Sua vida. Foi
quando pesou sobre Ele toda a ira de Deus contra o pecado[4]
Inocente, se fez culpado. Autor
da vida, mas derramou sua própria vida pelos eleitos. Justo, mas crucificado
entre criminosos, como se fora um deles. Escarnecido, porém perdoador.
Jesus Cristo nasceu não apenas
para ensinar e curar. Ele teve que suportar sofrimentos escandalosamente
intensos. A Palavra testifica: “Todavia, ao Senhor agradou moê-lo, fazendo-o
enfermar…”[5].
O pecado dos primeiros pais e,
consequentemente, de toda a humanidade trouxe sobre toda a natureza um estado
de maldição e juízo. O homem tornou-se escravo do pecado, impossibilitado de
salvar a si mesmo. Deus não tinha obrigação de salvá-lo, mas Ele o fez e por
sua graça. Por um só homem veio a morte, mas o misericordioso Deus nos proveu
grande salvação.
Para cumprir cabalmente sua grandiosa
missão, Jesus nasceu em uma pequena cidade em vez de um grande centro urbano;
repousou entre animais numa estrebaria, não em um palácio; na mais tenra
infância foi considerado uma ameaça, tornando-se forasteiro no Egito. Passado o
perigo inicial, retornou a Israel e foi morar em Nazaré, que parece ter sido
uma localidade desprezada pelos judeus, a julgar pelo comentário de Natanael:
“Pode haver coisa bem vinda de Nazaré?”[6]
Tão logo atingiu a idade
pré-estabelecida por Deus, iniciou seu ministério. Mas, a partir de então, Ele
não tinha onde reclinar a cabeça. Esteve sujeito a uma série de situações
adversas: escapou das mãos dos seus opositores algumas vezes; ainda que tenha
se compadecido de multidões, foi odiado; ao fazer o bem, foi injuriado. Até
mesmo foi taxado de “peste”, “promotor de sedições entre todos os judeus, por
todo o mundo e chefe da seita dos nazarenos”[7]. Conforme predisse Isaías, Ele
de fato foi “desprezado e o mais rejeitado entre os homens”.
A cruz estava nos planos divinos
desde a eternidade, desde a nossa pré-história[8] porque, sendo onisciente,
Deus viu que o homem cairia, mas nosso misericordioso Deus não seria pego de
surpresa, antes, planejou a salvação. Para tanto, seria necessária a
voluntariedade de Jesus – Ele que é a causa, o conteúdo e a manifestação da
graça de Deus. Jesus – o Homem de dores – se fez homem para tomar o nosso lugar
e receber a punição a que nenhum homem subsistiria. Somente Ele tem os
atributos, santidade e características favoráveis para se entregar, morrer,
ressuscitar e vencer o pecado e a morte.
Ainda que tenha vivido em sua
divina humanidade entre nós, “não teve por usurpação ser igual a Deus”[9]
Renunciou aos privilégios inerentes à sua pessoa e status, ao realizar o auto
sacrifício num gesto de amor sem igual.
“F. F. Bruce interpreta
corretamente essa questão, quando escreve: Não existe a questão de Cristo
tentar arrebatar, ou apoderar-se da igualdade com Deus: ele é igual a Deus,
porque o fato de ele ser igual a Deus não é usurpação; Cristo é Deus em sua
natureza. Tampouco existe a questão de Cristo tentar reter essa igualdade pela
força. A questão fundamental é, antes, que Cristo não usou sua igualdade com
Deus como desculpa para autoafirmação, ou autopromoção; ao contrário, ele a
usou como ocasião para renunciar a todas as vantagens ou privilégios que a
divindade lhe proporcionava, como oportunidade para auto empobrecimento e auto
sacrifício sem reservas”[10].
Nós, crentes ou incrédulos, não
podemos avaliar nem mesmo minimamente o quanto Jesus sofreu durante sua
humanidade. Temos a tendência pecaminosa de sempre achar que a nossa dor é a
maior de todas, que ninguém pode entender o que passamos. Mas Jesus sabe,
porque Ele sentiu em si mesmo, tanto a dor física quanto a espiritual. E de
forma tão brutalmente intensa como ninguém.
Antes de ser preso, o Homem de
dores sentiu em sua alma uma angústia sem par e até mesmo suou sangue quando
orou no Getsêmani. “Sua pele ficou empalidecida, suas pupilas se dilataram,
seus músculos se enrijeceram e ele começou a tremer durante toda a noite”[11].
Frederick Zugibe – médico legista
e escritor – explicou o que se passou no organismo de Jesus: “o sistema
nervoso, uma vez acionado, fez o fluxo sanguíneo desviar-se das regiões
periféricas para o cérebro. Batimentos cardíacos e respiração estavam
acelerados”. Ele sabia que era apenas o começo de horas de tortura.
Logo após sua prisão foi
violentamente açoitado por soldados romanos (117 golpes, já que o chicote tinha
três pontas). As pontas do açoite tinham objetos de metal, lascas pontiagudas
de osso e lâminas que dilaceraram sua carne com possível laceração no baço e no
fígado. Nas horas seguintes “houve um vagaroso acúmulo de fluido (efusão
pleural) ao redor de seus pulmões, causando dificuldades na respiração”[12].
Pesquisadores asseveram que Jesus
– o Homem de dores – não recebeu uma coroa de espinhos, mas um capacete de
espinhos. Ramos de nervos da cabeça foram feridos, o que provocou “dores
lancinantes”. Como se não bastasse, bateram em sua cabeça com uma cana ou uma
vara, de modo que os espinhos penetraram no couro cabeludo e aumentaram a
tortura.
Na etapa seguinte da paixão,
amarraram nos ombros de Jesus Cristo a parte horizontal de sua cruz (cerca de
22 quilos) e penduraram em seu pescoço o “título” (em grego, “crucarius”),
placa com o nome e o ‘crime’ cometido. Seguiu-se então uma caminhada de cerca
de oito quilômetros. A distância percorrida até o Gólgota era particularmente
difícil devido ao escárnio, humilhação e rejeição dos espectadores que
acompanhavam a via crucis. Somente inimigos do Estado ou marginais perigosos
eram condenados à morte por crucificação. O forte calor do sol e o peso da
barra transversal nos seus ombros irritados, bem como a condição em que o Homem
de dores se encontrava após tantos traumas físicos, causaram-lhe intensa
fraqueza e tontura, de modo que ele tropeçasse e caísse.
A essa altura as vestes de Jesus
já estavam grudadas nas feridas de seu corpo, devido ao sangue coagulado
resultante do açoitamento. Evidentemente que, ao chegar ao local da
crucificação, suas vestes devem ter sido abruptamente arrancadas de seu corpo provocando
grandes surtos de dor. Os romanos eram cruéis na arte de torturar.
Crucificado, Jesus ainda suportou
mais agonia. Não podia relaxar o corpo sem sufocar. Era todo sofrimento. Não
havia parte sã na sua carne, pois “…ao Senhor agradou moê-lo, fazendo-o
enfermar…”.
No clímax desta história de
humilhação e sofrimento, Deus derramou sobre Cristo a ira que nós merecemos e
aceitou o sacrifício vicário substitutivo para que nós, os pecadores,
pudéssemos ser justificados. O clamor de Jesus Cristo ecoou no mundo para que
se confirmasse que Deus é santo e Ele não admite permanecer na presença do
pecado. Jesus se fez pecador em nosso lugar, daí a pungente exclamação: “Eloí,
Eloí, lamá, sabactani? que, traduzido, é: Deus meu, Deus meu, por que me
desamparaste?”[13] As palavras de Jesus são tiradas diretamente do Salmo 22:1,
escrito cerca de 1000 anos antes. A maior parte deste salmo é uma profecia do
sofrimento que Jesus suportaria na cruz.
Depois, sabendo Jesus que todas
as coisas já estavam consumadas, inclinando a cabeça, “entregou o
espírito”[14].
Para confirmar sua morte, um
soldado perfurou-lhe o lado. A lança feriu o átrio direito do coração de Jesus,
que teria se enchido de sangue. Uma maciça efusão pleural já se fazia presente.
O rápido e violento movimento da lança teria liberado o sangue e a água.
Na cruz, pela água e pelo sangue
vertidos, Deus deixou-nos a seguinte mensagem: Jesus nos purificou, ele é a
água da vida, seu sangue nos lavou dos pecados. E Jesus não veio apenas para
morrer em nosso lugar. Ele foi o Homem de dores, que conhece a nossa estrutura
e as nossas aflições. Mas também veio para vencer o pecado, a morte e o diabo,
através de sua morte e ressurreição.
“e havendo riscado o escrito de
dívida que havia contra nós nas suas ordenanças, o qual nos era contrário,
removeu-o do meio de nós, cravando-o na cruz; e, tendo despojado os principados
e potestades, os exibiu publicamente e deles triunfou na mesma cruz”[15]
O homem natural não entende o por
quê de tanto martírio. Somente aquele que nasceu de novo pode desfrutar e
entender a grandiosa obra da salvação.
Jesus Cristo viveu como um de
nós; foi tentado e humilhado, mas não pecou. E em sua natureza divina,
sacerdote da ordem de Melquisedeque, ofereceu a si mesmo em favor de muitos, e
sabe compadecer-se dos pecadores.
O conhecimento de Deus faz com
que possamos entender que sozinhos tudo fica muito difícil. Jesus ensinou: “Sem
mim, nada podeis fazer” (Jo. 15:5). Quanto mais nos aproximarmos de Deus, mais
forças teremos para lutar e superar as adversidades, mais coragem diante dos
sofrimentos, nossos e de outros, neste mundo tenebroso. Nossas aflições não são
grandes. Grande é o nosso Salvador.
Disse Jesus: “no mundo tereis
aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo”[16].
Martin Lloyd-Jones escreveu sobre
a crucificação de Jesus: “Saiba que não fomos nós que levamos o Filho de Deus
até a cruz. Foi o próprio Deus. Foi por seu propósito predeterminado e
presciência”[17].
“Ó profundidade das riquezas,
tanto da sabedoria, como da ciência de Deus!
Quão insondáveis são os seus
juízos, e quão inescrutáveis os seus caminhos!”[18]
O Homem de dores viu o fruto do
seu trabalho e ficou satisfeito. Nasceu, sofreu e morreu por mim e por você.
O Homem de dores triunfou! Que
verdade gloriosa! Seu túmulo está vazio. Ele vive! Podemos ter certeza: Ele é o
socorro bem presente na hora da angústia. Não tema, Ele cumpre sua promessa:
“eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos”[19]
Glória a Deus nas maiores
alturas, e paz na terra entre os homens de boa vontade!
[1] Is 53:3
[2] Fp 2:7
[3] Fp 2:8
[4] BERKHOF, Louis. Teologia
sistemática. Tradução de Odayr Olivetti. 3. ed. São Paulo: Cultura Cristã,
2009, p. 310
[5] Is 53:10
[6] Jo 1:46
[7] Atos 24:5
[8] PARANAGUÁ, Glênio Fonseca.
Cruz credo! O credo da cruz. Londrina: IDE, 2002, p. 22
[9] Fp 2:6
[10] F. F. Bruce in
http://hernandesdiaslopes.com.br/2009/04/a-humilhacao-e-a-exaltacao-de-cristo/#.VijLB5M0O_g
[11] ZUGIBE, Frederick T. A
crucificação de Jesus: as conclusões surpreendentes sobre a morte de Cristo na
visão de um investigador criminal, 2ª ed. São Paulo: Ideia & Ação, 2008.
[12] Zugibe, p. 36
[13] Mc 15:34
[14] Jo 19:28-30
[15] Cl 2:14, 15
[16] Jo 16:33b
[17] LLOYD-JONES, Martin A
mensagem da cruz: o caminho de salvação de Deus. 1ª ed. Brasília: Palavra,
2009, p. 79
[18] Rm 11:33
[19] Mt 28:20
Daisy Alves é divorciada e mãe de
Jaqueline Aves e Arthur Alves. Aposentada como Especialista em Políticas
Públicas e Gestão Governamental do Governo do Distrito Federal. Conselheira na
equipe de conselheiros bíblicos da Sebi – Sociedade de Estudos Bíblicos
Interdisciplinares, com treinamento pelo NUTRA – Núcleo de Treinamento,
Recursos e Aconselhamento Bíblico (SP) – 2014 e pela ABCB – Associação
Brasileira de Conselheiros Bíblicos (SP) – 2012-2015.
Professora da Sebi – Sociedade de
Estudos Bíblicos Interdisciplinares; Pós-Graduação Latu Sensu em nível de
Especialização em Aconselhamento Bíblico, pela Faculdade Mauá de Brasília/Sebi
– 2013; Bacharel em Teologia pela Faculdade Faifa, Ministério Fama – 2012;
Bacharel livre em Teologia/Cum Laude, pela Associação Multiministerial Ebenézer
– 2011; Curso Intensivo de Capelania Evangélica, OCEB – Ordem dos Capelães
Evangélicos do Brasil – 2011; Inglês Instrumental para Teologia pela SEBI –
2011; Inglês nível 3A, COPLEM – Cooperativa de ensino de língua estrangeira moderna
– 2008; Oratória: A arte de falar em Público, SENAC/DF – 2008; participou do 1º
Seminário de Religião para Jornalistas e Líderes Evangélicos, na Igreja Batista
Central de Brasília – 2007; Treinamento em Estratégias de Relações Públicas
pela Secretaria de Trabalho, Emprego e Renda do DF, Instituto de
Desenvolvimento de Recursos Humanos e SENAC/DF – 2000; Instrutor de
Informática, Centro de Informática de Brasília – 1997; participou do I Fórum de
Plantas Medicinais do Distrito Federal e Entorno, Secretaria de Meio Ambiente,
Ciências e Tecnologia do Distrito Federal – 1996; participou do I Congresso
Brasileiro de Medicina e Terapias Naturais, Instituto Médico Seraphis e Nova
Acrópole do Brasil (DF) – 1994; Curso de Introdução à Homeopatia (06 h) pelo Instituto
Médico Seraphis e Nova Acrópole do Brasil (DF) – 1994; Curso de Extensão
universitária em História Afro-Brasileira, pela UNB – Universidade de Brasília
(Decanato de Extensão – Departamento de História) – 1988; Bacharel em
Comunicação Social – Jornalismo, pela Sociedade Unificada de Ensino Superior
Augusto Motta (RJ) Atual Universidade Augusto Motta – 1980; Comunicação Oral –
Ministério da Educação e Cultura – Serviço de Radiodifusão Educativa – Rádio
MEC (RJ) – 1980; Inglês nível 2 pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro –
UERJ – 1979.
quinta-feira, 26 de novembro de 2015
NÃO DEIXEMOS DE CONGREGAR-NOS 2
Amados , este vídeo foi gravado durante o culto do dia 22 de Novembro de 2105, ministrado pelo Pr. Airton Williams no livro de Hebreus, Capítulo 10, versículos 19 ao 31.
quarta-feira, 18 de novembro de 2015
NÃO DEIXEMOS DE CONGREGAR-NOS
Amados , este vídeo foi gravado durante o culto do dia 15 de Novembro de 2105, ministrado pelo Pr. Airton Williams no livro de Hebreus, Capítulo 10, versículos 19 ao 31.
QUEM É SATAN, NO LIVRO DE JÓ?
Em 2009, comecei a pregar sobre a questão do sofrimento na
igreja que pastoreava, a Episcopal Carismática de Brasília. Onde meditando a
partir do livro de Jó. Todavia, para uma correta compreensão do livro e de sua
mensagem, é necessário desmistificar a figura de satan na história. Antes,
gostaria de deixar claro que creio na existência de Satanás e no seu poder
(ainda que limitado) para enganar e aprisionar as almas.
Assim, creio em possessão demoníaca, opressão maligna, e
todas as demais coisas que a fé cristã tem declarado, historicamente, sobre a
ação do diabo. Isto, porém, não me obriga a ver o diabo em todo lugar da Bíblia
e a interpretar o termo satan como Satanás quando, claramente, o texto não o
afirma.
A fim de evitar que você se perca nas meditações sobre o
sofrimento, decidi postar este artigo antes, para que a leitura, posterior,
flua melhor. Aqui, pretendo demonstrar porque satan, em Jó (e que fique bem
claro isto, no livro de Jó), não refere-se a Satanás, mas a um anjo da corte
celeste, cuja função é a execução punitiva da vontade do SENHOR e por à prova o
coração dos homens diante de Deus. Há 8 pontos para serem ponderados:
1. Do ponto de vista linguístico, temos um sério problema. O
termo satan, em hebraico, é precedido de um artigo, lendo-se, neste caso, hasatan.
Ora, quem conhece hebraico sabe que, neste caso, não se trata de nome próprio,
mas de um título que exige tradução, sendo esta a de “acusador”. Porque estamos
acostumados a ver o diabo como “acusador”, interpretamos a passagem,
imediatamente, como se referindo a ele. Acontece que no Antigo Testamento há um
anjo da corte celeste que recebe este título também por causa de sua função,
uma espécie de “promotor” da corte. Além disso, ele se faz presente no Êxodo
(na matança dos primogênitos), com Saul (atormentando sua vida), no censo de
Davi, e na corte, novamente, acusando o sacerdote Josué (Zacarias 3.1).
2. Em 1.6 se diz: “Num dia em que os filhos de Deus vieram
apresentar-se perante o SENHOR, veio também satan entre eles”. Observe que o
texto afirma, “entre eles”. Talvez isto não fique claro para você, mas em
hebraico a ideia refere-se a alguém daquele grupo. Ou seja, satan era contado
entre os filhos de Deus, expressão que se referia aos anjos dos céus (é
importante observar que filhos de Deus aqui em Jó não é a mesma coisa que
filhos de Deus em Gênesis 6.2, o qual diz respeito à descendência adâmica).
3. Do ponto de vista teológico, surge outra questão. Se
satan, em Jó, fosse Satanás, teríamos uma situação complicada, pois nesta
ocasião este já teria sido expulso dos céus por causa de sua rebelião. Em 2.1
este satan volta a se apresentar diante de Deus com os demais anjos. Se ele foi
expulso do céu, de onde vem esta liberdade para ficar entrando no céu sem
reprimenda de Deus? Muitos teólogos falam da “vontade permissiva de Deus”, mas
esta é uma dedução que não pode ser tirada do texto, pois o mesmo nada fala
desta vontade. A leitura natural do texto é que tal figura era um anjo da
corte, e não o inimigo de Deus e de nossas almas, o diabo.
4. Em 1.19 se fala de fenômenos da natureza que teriam
provocado a morte dos filhos e filhas de Jó. Neste sentido, toda a teologia
bíblica afirma que tal poder sobre a natureza somente Deus tem. É por isso que
os discípulos ficam assustados quando Jesus manda o vento e o mar acalmarem.
5. Do ponto de vista literário, o sofrimento de Jó, em
momento algum, é atribuído ao diabo, mas a Deus. Quando todos os males vêm
sobre Jó, sua mulher ataca sua integridade diante dos males e recebe como
resposta: “falas como qualquer doida; temos recebido o bem de Deus e não
receberíamos também o mal?” (2.10). Observe, Jó tem como certo que o mal,
sofrimento, que recebe vem de Deus, e não do diabo.
6. Os amigos de Jó em momento algum cogitam da possibilidade
daquele mal vir de Satanás, mas em todo momento entendem que procede de Deus
por causa de algum pecado de Jó.
7. A partir do capítulo 38 Deus entra em cena e assume para
si toda a situação manifestando sua soberania. Novamente, nenhuma acusação é
feita a Satanás.
8. No final do livro, cap. 42, a sorte de Jó é mudada, e por
isso, seus parentes vem festejar com ele. No v.11 se diz: “Então, vieram a ele
todos os seus irmãos, e todas as suas irmãs, e todos quanto dantes o
conheceram, e comeram dele, e o consolaram de todo o mal que o SENHOR lhe havia
enviado”. Observe, o mal, sofrimento, é atribuído a Deus, e em momento algum se
fala do diabo.
Não estou fazendo uma apologia do diabo, não. Apenas estou
fazendo uma análise literária e lexicográfica do sentido de satan, em Jó. E
neste sentido, o termo refere-se ao anjo da corte celeste.
Por que este entendimento é importante?
1. Porque desmistifica as elucubrações e devaneios dos
proponentes da “batalha espiritual” que fica atribuindo ao diabo mais poder do
que, de fato, ele tem.
2. Porque desfaz a teologia maniqueísta de que Deus e o
diabo estão num confronto por representarem forças iguais. O diabo, de si
mesmo, nada mais é do que um ser vencido pelo sangue do Cordeiro, o nosso
Senhor e Salvador Jesus.
3. Porque nos ajuda a entender a soberania e a natureza de
Deus em meio ao sofrimento. O nosso Senhor não é escravo da nossa vontade,
podendo dar-nos tanto o bem quanto o mal, do jeito que quiser e quando desejar,
visando o nosso crescimento.
Creio que a partir deste entendimento o livro de Jó se
mostra mais encantador, pois nos revela um Deus soberano, amado não pelo que dá
aos seus servos, mas pelo que é, Senhor e galardoador da vida. Com este
entendimento, convido-o a ler as mensagens que serão postadas nas próximas
semanas.
Airton Williams - Bacharel em Teologia pelo Seminário
Presbiteriano do Sul (Campinas-SP) e pela Universidade Luterana do Brasil,
ULBRA (Canoas-RS), Mestre (Th.M) em Teologia Exegética pelo CPAJ-Mackenzie-SP e
pós-graduado em Ciências da Religião e em Língua Portuguesa, com concentração
na Análise do Discurso, autor dos livros “O Amor de Deus derramado em nossos
corações” e “O mito e a história na criação: uma análise literária de Gênesis
1.1-2.3”, ambos publicados pela Fonte Editorial; Certeza de Salvação e
Discernindo Dons Espirituais ambos pela Sebi Editora.
terça-feira, 17 de novembro de 2015
A IMPORTÂNCIA DOS ESTUDOS EXEGÉTICOS E A DICOTOMIA COM A VIDA DE FÉ
Airton Williams Artigos 02/11/2015
O estudo da Bíblia tem sofrido nos últimos anos um descaso,
até então, sem precedentes. Desde a Reforma Protestante que se tem dado atenção
em especial ao texto em si, procurando compreendê-lo a fim de melhor
explicá-lo. Foi abandonada, ali, a exegese do “quadruplo sentido das
Escrituras”, que tornava os resultados interpretativos muito subjetivos, e
passou-se a valorizar o “sensus litteralis”, ou sentido literal, que procurava
ouvir a mensagem objetiva do texto.
Desde então, nestes últimos quatro séculos, tem sido a
ênfase dos estudos bíblicos esta busca pelo sentido primário, aquele que o
autor do texto pretendia. Assim, a exegese avançou muito em seus estudos
textuais, históricos, literários e filológicos.
No entanto, nossa geração tem abandonado, paulatinamente,
estas ênfases e tem valorizado e praticado uma espécie de leitura mística das
Sagradas Escrituras. Tal leitura se pauta, acima de tudo, pela alegorização do
que lê, procurando encontrar sentidos “ocultos” e “profundos” para além do
próprio texto. Como resultado, se tem caído em explicações textuais estranhas,
e até mesmo bizarras, à intenção do autor.
Quando olhamos para a proposta da Reforma Protestante,
baseada no método Histórico-Gramatical, e vemos os esforços posteriores da
igreja reformada em se aperfeiçoar a exegese bíblica (e.g o Método
Histórico-Crítico), nos perguntamos, inevitavelmente: onde erramos? O que
aconteceu para que todo esforço por uma exegese fiel à mensagem do texto fosse
ignorada pela igreja cristã subseqüente à Reforma? Creio que alguns fatores
contribuíram fortemente para este afastamento de uma exegese responsável e
comprometida com a mensagem pretendida pelo escritor sagrado.
Por meio de minha vivência como pastor e professor de
exegese bíblica, tenho observado que o primeiro ponto de afastamento entre uma
exegese fiel e uma interpretação falsa das Escrituras se dá em função do avanço
acadêmico dos estudos exegéticos. Por mais paradoxal que isto pareça, com o
avanço dos estudos exegéticos a Bíblia foi se tornando um estranho nas mãos do
povo, a tal ponto que as ferramentas adquiridas para uma melhor compreensão da
mesma acabaram se tornando armas apontadas contra aqueles que se arriscavam a
interpretá-la. Assim, as pessoas começaram a se intimidar diante daquilo que
deveria ser uma ferramenta, e porque se tornou uma arma começaram a rejeitá-la.
Se não bastasse a exegese se tornar uma estranha no meio do
povo de Deus, os resultados propostos (principalmente pela exegese liberal das
Escrituras) passaram a assustar os crentes piedosos, que de forma genuína amam
ao Senhor. Assim, os resultados advindos da exegese passaram a intimidar os
leitores da Bíblia. No início, a intenção era que estes estudos abalizados
produzissem um profundamento da fé desvendando algumas das inúmeras
dificuldades interpretativas da Bíblia. Entretanto, o que se viu foram
resultados extremamente áridos. Literalmente, se caiu no perigo que o apóstolo
Paulo já havia advertido na Segunda Carta aos Coríntios, cap. 3.6: “O qual nos
habilitou para sermos ministros de uma nova aliança, não da letra, mas do
espírito; porque a letra mata, mas o espírito vivifica”.
A exegese se apegou a tantos detalhes de somenos importância
que em vez de resolver os problemas existentes acabou criando mais. Com isso, a
fé deixou de ser aprofundada para ser questionada. Isto produziu nas igrejas um
vazio enorme, pois ao ouvirem algum estudioso bíblico ficavam com as perguntas que
lhes eram mais importante : E daí? O que isso tem a ver comigo, com a minha fé?
Como isso melhora meu relacionamento com Deus e o mundo à minha volta?
Como a exegese, com todas as suas ferramentas, não conseguiu
fazer conexão, durante muito tempo, entre seus resultados e as necessidades
espirituais dos seres humanos, as pessoas começaram a se distanciar daquilo que
antes havia sido celebrado com alegria, a leitura literal das Escrituras.
Assim, começamos a ver na geração presente o ressurgimento da leitura
alegórica, subjetiva, mas que fala ao coração. E à medida que a filosofia
pós-moderna avança, rejeitando todos os absolutos e relativizando tudo, o
estudo exegético passa a ser visto como algo desnecessário, pois quando muito,
produzirá algo que não nos diz respeito. Há até mesmo aqueles que veem nisso
pura laboração humana sem nenhuma presença de Deus, portanto, “carnal”.
Esta leitura mística acabou por jogar fora “da bacia a água
suja junto com a criança”. Todos os avanços que foram importantes para a
solidificação da fé Reformada, e a igreja Evangélica subseqüente, foram
simplesmente rejeitados. A concepção interpretativa da Bíblia nas igrejas
contemporânea não consegue ver nenhuma utilidade para o estudo textual,
histórico, literário e lingüístico. Tudo isto passa a ser considerado esforço
de pessoas “sem o Espírito Santo”, “frias” na sua relação com Deus, “amantes da
letra” que mata.
Por causa disso, temos visto uma série de doutrinas
heterodoxas surgirem no meio de nossas igrejas. De repente, começamos a ouvir
falar sobre crentes quebrando “maldições hereditárias” em suas vidas, possuídos
por espíritos malignos, fazendo “regressão espiritual” para curar traumas
passados, ministrando “perdão” a Deus, guerreando contra “espíritos
territoriais”, e tantos outros ensinos até então desconhecidos. E a cada dia
surgem tantas novidades “espirituais” que fica difícil, para a maioria dos
cristãos, distinguir o que é bíblico, de fato, daquilo que pretende ser
bíblico, mascarando falsos ensinamentos que pervertem a igreja de Cristo Jesus.
Se por um lado o estudo exegético corre o risco de gerar uma
fé árida, destituída de vida (podendo, inclusive, perder até mesmo a própria
fé), por outro lado, a leitura mística corre o risco de nos conduzir a uma fé
alienada da verdade revelada por Deus em suas Escrituras, gerando, por sua vez,
uma vida desconexa à vontade de Deus e, consequentemente, conduzir-nos ao
inferno.
Diante do exposto, e dos desafios que se nos impõe a
realidade apática de amor genuíno pela Palavra de Deus presenciada na maioria
esmagadora das igrejas reformadas e evangélicas atuais, precisamos reagir
atendendo a dois clamores bíblicos intratextuais que precisam ser conciliados
em nossa tarefa de extrair e expor com fidelidade as Sagradas Escrituras.
Primeiro, a Bíblia requer obreiros preparados que saibam
manejá-la bem (2Tm 2.15), pois este é um dos traços distintivos entre o líder
cristão fiel a Deus e o mercenário (2 Co 2.17), a fim de evitar distorções da
sua mensagem (2 Pe 3.15,16). É neste contexto que vemos a importância de um
estudo abalizado que procure ouvir a voz do Senhor tal como nos foi revelada, e
não segundo nosso entendimento em particular como pessoas ou grupo
denominacionalista. Não é incomum ouvirmos, após uma exposição bíblica que
contrarie interesses, expressões do tipo: “esta é a sua interpretação da
Bíblia; existem outras”. Tais falas refletem este espírito individualista de
verdade.
Esta Palavra, para ser bem manejada, requer conhecimentos
Históricos (pois o nosso Deus se fez conhecido na história da humanidade),
Literários (pois Deus não anulou o escritor sagrado quando o inspirou, razões
pelas quais encontramos diversos gêneros literários na Bíblia, os quais possuem
características distintivas), e Lingüísticos (pois Deus se fez ouvir através de
línguas que nos são estranhas ou diferentes, entretanto, usuais quando de sua
manifestação). Quando desprezamos estas coisas, desprezamos a voz de Deus, e
passamos a impor nossas vozes como a voz do Senhor.
Segundo, a Bíblia requer, também, que sua mensagem conduza o
pecador à salvação e ao crescimento por meio do ensino, repreensão, correção,
educação na justiça, a fim de que este seja perfeito e perfeitamente habilitado
para toda boa obra (2 Tm 3.14-17). Jesus nos disse: “Examinais as Escrituras,
porque julgais ter nelas a vida eterna, e são elas mesmas que testificam de
mim” (Jo 5.39), portanto, o estudo das Escrituras tem que nos conduzir a vida
eterna que está em Cristo.
Como dissemos no início, nossa geração tem desprezado o
estudo sério das Escrituras e favorecido uma leitura subjetiva, alienante e
mística da mesma. Com isso, tem se desviado, em muito, das verdades eternas
reveladas nas Sagradas Escrituras. Por isso, é mister, como ministros de Deus,
chamados para o santo ofício da pregação e ensino de sua Palavra, resgatarmos a
importância do estudo objetivo da Bíblia, desfazendo a insensatez daqueles que
a distorcem para a perdição de quem os ouvem e os seguem. Entretanto, para
isso, precisamos estar cientes de que a exegese deve ser encarada como
ferramenta para aprofundamento da fé daquele que a utiliza e daquele que recebe
os resultados do seu trabalho bíblico, e não como uma arma apontada contra a fé
de nossos irmãos em Cristo.
Aplicate-te totalmente ao texto, aplica-o totalmente a ti.
(Johann Albrecht Bengel)
Airton Williams
Bacharel em Teologia pelo Seminário Presbiteriano do Sul
(Campinas-SP) e pela Universidade Luterana do Brasil, ULBRA (Canoas-RS), Mestre
(Th.M) em Teologia Exegética pelo CPAJ-Mackenzie-SP e pós-graduado em Ciências
da Religião e em Língua Portuguesa, com concentração na Análise do Discurso,
autor dos livros “O Amor de Deus derramado em nossos corações” e “O mito e a
história na criação: uma análise literária de Gênesis 1.1-2.3”, ambos
publicados pela Fonte Editorial; Certeza de Salvação, Discernindo Dons
Espirituais e Não Andeis Ansiosos ambos publicados pela Editora Sebi. Há 18
anos trabalha como conselheiro bíblico.
Texto retirado do site: www.sebi.com.br
Texto retirado do site: www.sebi.com.br
PREOCUPAÇÕES PASTORAIS COM A IGREJA
Após duas décadas servindo ao
Senhor como pastor e lidando com várias questões pertinentes a integralidade do
Cristianismo, tenho visto muitas coisas acontecendo em torno e no seio da
igreja, quando uso o termo igreja não estou me referindo a nenhuma denominação
especificamente, ou a qualquer igreja local, mas ao que se conhece de forma
geral com esse termo, por tanto não é intenção desse trabalho, agredir ou
enaltecer a nenhuma comunidade específica. As afirmações aqui empregadas são
direcionadas de forma geral, mas considerando as exceções, sabendo que o Senhor
mesmo tem guardado um remanescente fiel.
A forma da igreja se portar tem
causado bastante estranheza, visto que a sua maneira de ser e de se relacionar
com o mundo e a cultura a sua volta em vários aspectos, não condiz com aquilo
que Deus determinou nas Sagradas Escrituras. Aqueles que a observam ficam com
uma nítida impressão de fracasso.
O atual estado da igreja é de
fato muito preocupante, pois ela tem sido conivente com a corrupção, com a
ganância e com a forma secular geral de se pensar a vida. Com isso, assistimos
uma igreja irresponsável e apática quanto ao temor do Senhor e a vida em
santidade e obediência, abominações indizíveis são aceitas e até aplaudidas
nesse tempo.
Ao que parece essa perdição se
multiplica a cada momento, ganha cada vez mais espaço e uma cegueira
impressionante não lhe permite ver que está correndo em alta velocidade para um
estado de apostasia generalizada. Fato que só não ocorreu ainda, por causa da
graça de Deus que através do seu remanescente fiel faz com que ela ainda tenha
um pouco de luz.
Atualmente vivemos tempos
difíceis em que a igreja se mostra perdida e sem rumo, em um mundo caído sem
esperança, ao invés de resplandecer à Cristo para esse mundo, ela se encontra
na mesma condição; e o que é pior, regida por esse mesmo mundo na sua forma de
pensar e agir.
Cristãos que outrora eram zelosos
com a sã doutrina estão se esquecendo dos termos pactuais da aliança, eles
agora se rendem as coisas que a Escritura reprova como o divórcio, que quebra o
símbolo pactual do casamento.
Casamento esse que tem a
finalidade de refletir a própria trindade santa no que constitui a família,
isto é um homem se unindo a uma mulher para se tornar uma só carne com ela e
gerar filhos. Até as coisas que o próprio Deus chama de abominação, como, por
exemplo o homossexualismo que tem a missão de implodir a família a qual Deus
objetivou com a referida finalidade já não incomodam como deveria. Tais
desobediências e abominações agora são aceitas e praticadas com legitimidade
por parte de algumas denominações e igrejas locais.
Os que são favoráveis a tais
práticas, o fazem sob a alegação de que a Bíblia que antes era tida como
autoridade absoluta para essas e outras questões, não pode mais legislar sobre
essas coisas visto que é um livro antigo, escrito por pessoas de outras
culturas completamente alheias a nossa realidade pós moderna, por tanto não
devem ser consideradas as suas afirmações sobre os referidos assuntos.
A igreja de hoje não tem
critérios para discernimento em seus relacionamentos no aspecto de comunhão.
Com a multiplicação das denominações evangélicas no Brasil, se multiplicam
também as seitas que se intitulam igrejas cristãs. A igreja atual deveria ter o
mínimo de preocupação com a pureza da vida cristã, como por exemplo, o critério
de atestar se uma comunidade, denominação ou igreja local tem as Escrituras
Sagradas como inerrante Palavra de Deus e se a sua confissão de fé é condizente
com o que ali é atestado por Deus antes de ter comunhão com tais seguimentos a
volta da mesa do Senhor. Na verdade o que assistimos assustados é a igreja de
braços dados e em plena comunhão com aqueles que negam não só a Bíblia, mas
também ao próprio Deus quando questionam e negam a Trindade, isto é, o Deus
Pai, Filho e Espírito Santo.
Falando ainda do problema da
relativização e negação das Escrituras Sagradas é obvio que esse grupo também
não crê na suficiência das mesmas para tratar o coração conflitante dos seus
membros, o que faz com que a situação da igreja fique ainda mais caótica.
Muitos pastores desistiram do
ensinamento sob a ótica de Deus revelada em sua Palavra, tanto para novos
convertidos como para lideres e futuros pastores. Eles chegam ao pondo de não
mais tratar o pecado como pecado, já não querem mais lidar com o sofrimento
como Deus o vê, e consequentemente não levam essas pessoas a libertação, a cura
e ao crescimento em fidelidade ao Senhor. Atualmente a igreja está
ressignificando textos bíblicos a partir de uma interpretação irresponsável,
falsa, profana e apostata. É dessa maneira que o comportamento pecaminoso foi
recebendo nomes como doenças, síndromes, transtornos entre outros termos. Esses
pastores não só se rendem e buscam ao pensamento secular, mas estão totalmente
dominados e regidos pelo estudo da psicologia cujo a observação não consegue
ultrapassar o limite do comportamento. Os pastores já não querem se envolver
com os problemas das pessoas e preferem terceirizar o tratamento e cuidados com
o rebanho, os conduzindo aos psicólogos e psiquiatras, negligenciando assim
suas obrigações pastorais e desobedecendo de forma desonrosa aquele que os
chamou para o sagrado ministério.
A cristandade por sua vez, não
obstante a perdição do seu próprio coração e a sua forma pecaminosa de fazer
escolhas, se encontram sem orientação da parte daqueles que deveriam guiá-los,
estão sempre fazendo as piores escolhas, são irresponsáveis com as suas
obrigações civis, isto é, não utilizam critérios bíblicos para as escolhas de
seus governantes, são infratores e até burlam a lei, são desonestos com os
impostos e corruptos em suas profissões. Teríamos milhares de testemunhos e
experiências sobre desonestidades envolvendo cristãos para relatar, a começar
por alguns pastores que abandonam o púlpito para se dedicar a política
governamental e estão sempre aparecendo nos noticiários envolvidos em algum escândalo
de corrupção. Os cristãos nesse tempo estão perdendo de vista o que é reino de
Deus, esse é um conceito esquecido no relacionamento com o próximo e com o meio
ambiente em geral. Ao idealizar uma profissão a preocupação única é a
rentabilidade da mesma, ao escolher um cônjuge o egoísmo é gritante, o objetivo
é a felicidade e quando a tal felicidade não é alcançada o divórcio é a próxima
decisão errada a ser tomada.
O que dizer então do desespero
consumista e do imediatismo que os motiva e os domina levando-os ao estresse a
dependência de remédios e em alguns casos até ao suicídio. Pode parecer difícil
de acreditar, mas ainda estou falando da igreja e acredito que continuar esse
relato desconcertante, preocupante e vergonhoso é desnecessário. Acredito que
os exemplos aqui descrevo são suficientes para no mínimo nos inquietar, porém
acho necessário observar uma última questão que julgo ser ainda mais grave na
lista das nossas preocupações com a igreja do nosso tempo.
As consequências do abandono às
Escrituras, não tem limites, não se resume apenas ao fato de a igreja não
possuir uma postura bíblica nos aspectos aqui já citados, mas faz também com
que ela perca até mesmo a noção do que é santo, estamos falando de uma igreja
que ao se reunir para prestar o culto solene coletivo transforma o ambiente em
um palco de idolatrias, com ritos pagãos e simbolismos que não são cristãos,
esses vão de símbolos do judaísmo antigo até ritos das chamadas religiões
afro-brasileiras.
É também marca registrada dos
cultos intitulados cristãos da atualidade uma estrutura litúrgica totalmente
irreverente, desrespeitosa, escarnecedora e ultrajante à santidade de Deus. Os
cultos foram transformados em verdadeiros espetáculos com apresentação de peças
teatrais, e até exibições circenses. Esse ajuntamento não passa de
entretenimento para os presentes, as músicas são para danças, agitação e
satisfação dos que as promovem assim como dos que apreciam, as letras das
mesmas são o próprio vomitar de um coração caído com suas ganâncias, revoltas e
mesquinhez; as orações são tão infames nas suas expressões que Deus é
destituído da posição de soberano criador e glorioso Senhor e é relegado a
posição de garçom, com a única função de atender a todos os desejos de clientes
exigente. Faltam palavras para nominar com precisão esses atos, visto que o que
se vê e escuta nesse sentido é simplesmente estarrecedor.
A pregação, por sua vez, nem de
longe é verdadeiramente a exposição do texto sagrado, os sermões foram
reduzidos simplesmente a mensagens de auto ajuda e a palestra motivacionais, as
vezes é difícil saber se o ambiente é uma igreja ou um auditório de alguma
empresa, em outros casos o conteúdo desses discursos de um misticismo pagão
impressionante, cujo o encorajamento aos presentes é no sentido de que a igreja
descobriu uma fórmula mágica para barganhar e persuadir à Deus e obrigá-lo a
fazer até aquilo que Ele não quer.
Em suma o que vemos são
pregadores fraudulentos usando a bíblia de forma distorcida a fim de apresentar
um deus criado à própria imagem deles para lhes atender os anseios do coração.
Esses são acompanhados por um público que está se “acercando de mestres que
preguem segundo as suas próprias cobiças” uma expressão muito clara do que é o
abandono da verdade e o “se voltar as fábulas” multidões, cujo o laço está no
próprio “coração enganoso e desesperadamente corrupto”, um auditório com o
mesmo propósito degradante que alega ser uma forma de cristianismo poderoso.
Apesar dessas afirmações não dá para negar que essas falsas doutrinas tem
entrado de forma sorrateira em muitas denominações e congregações que outrora
eram serias quanto a confissão e vivência da fé verdadeira, primavam pela
verdade da escritura, que pregavam a sã doutrina e se mostravam ao mundo como
expressão da verdade do evangelho tendo em vista sempre o reino de Deus e a sua
justiça, tendo em Cristo contentamento e plena suficiência em tudo.
Sem sombra de dúvida se faz
necessário uma atitude abrangente por parte daquele referido remanescente, algo
que não só denuncie todo esse pecado que como um câncer maligno em fase
terminal, consome as entranhas da igreja, causando dor e sofrimento ao próprio
corpo que ainda luta. Considerando que a causa majoritária de tamanho
afastamento e perdição é o abandono da Sagrada Escritura, precisamos voltar
imediatamente aos estudos da Palavra de Deus para compreensão da mensagem,
resgatar o ensino da mesma, e sobretudo o praticar visivelmente em detrimento
aos grandes desafios do nosso tempo. A igreja precisa redescobrir a sua própria
história a partir do Antigo e Novo Testamento, olhar o comportamento dos
primeiros cristãos e ver que aqueles irmãos amavam à Cristo mais do que à suas
próprias vidas e provavam isso nas arenas e nas fogueiras através de uma
convicção inabalável em Deus, se tornando assim incapazes de negá-lo, e isso os
levavam à morte. Precisamos perceber a seriedade e reverência em santidade que
havia no culto ao Senhor, temos que nos lembrar quão grande luta os cristãos
verdadeiros passaram para permanecerem fiéis ao longo da chamada era medieval ,
vivendo em uma igreja corrupta e desviada da verdade. Na minha opinião, é
crucial que a igreja do nosso tempo observe também o evento que tem sido
chamado ao longo da história recente de Reforma protestante, para assim
perceber como aqueles irmãos os quais são chamamos de reformadores a quem
devemos tanto, que em tempos tão difíceis, desafiaram toda estrutura religiosa
e política para resgatarem a verdade de Deus devolvendo a Escritura a mão de
todos, afim de que esses entendessem a vontade de Deus e vivessem de forma
santa em um mundo caído. Esses instrumentos de Deus resgataram a pregação
verdadeira e como buscaram incansavelmente a estrutura do culto bíblico e da
prática do mesmo na historia, o qual ficou bem conhecida e registrado nas
confissões históricas de fé como: o princípio regulador do culto; devemos ter o
mesmo senso de responsabilidade em nosso tempo. Que o zelo pela a Escritura
Sagrada seja visto em nós através de todas as nossa ações, que o nosso
posicionamento diante de um mundo caído e na nossa sociedade cada dia mais
promíscua, injusta e corrupta, seja a expressão do que Deus pensa, revelada em
sua palavra, e que aqueles que nos observam possam ver também no nosso
ajuntamento solene, profundo amor, reverência e verdadeira adoração, pois sendo
assim em nossos corações e ações, os homens nos verão e glorificarão a Deus, se
assim for poderemos chamar realmente aquilo que fazemos coletivamente aos
domingos ao nos ajuntar no templo, de culto à Deus e a nossa vivência em comunhão
de igreja de Jesus Cristo.
Dejacir Costa Lima
Bacharel em Teologia pela Sociedade de Estudos Bíblicos Interdisciplinares – SEBI; Bacharel em Teologia pela Faculdade Unida de Vitória; Conselheiro Bíblico certificado pela Sociedade de Estudos Bíblicos Interdisciplinares – SEBI; Treinamento e Capacitação em Aconselhamento Bíblico pelo Núcleo de Treinamento e Aconselhamento Bíblico – Nutra e Associação Brasileira de Conselheiros Bíblicos – ABCB.
Bacharel em Teologia pela Sociedade de Estudos Bíblicos Interdisciplinares – SEBI; Bacharel em Teologia pela Faculdade Unida de Vitória; Conselheiro Bíblico certificado pela Sociedade de Estudos Bíblicos Interdisciplinares – SEBI; Treinamento e Capacitação em Aconselhamento Bíblico pelo Núcleo de Treinamento e Aconselhamento Bíblico – Nutra e Associação Brasileira de Conselheiros Bíblicos – ABCB.
texto retirado do site: www.sebi.com.br
EU: UM PECADOR MISERÁVEL
Alex Wellington Artigos 17/11/2015
A expressão “Pecador Miserável” é bastante comum nos
corredores da Sebi, e até mesmo dentro de algumas igrejas de Brasília/DF e
Goiânia/GO, como a pastoreada pelos pastores Airton, Dejacir e por mim.
Uma expressão que ganhou força por onde passamos, ao ponto
de se tornar uma forma de tratamento, isso mesmo, uma forma de tratamento. É
muito comum quando nos encontramos o cumprimento: “E aí pecador miserável, como
você está?”.
Esta expressão na verdade foi propagada em Brasília e ganhou
força nas exposições – quer seja aula ou pregação – do pastor Airton, e muitas
vezes, talvez quase sempre para quem nunca a ouviu, um impacto muito grande,
pois se enxergar como um pecador é bem difícil, ainda mais como um pecador
miserável.
Acredito realmente que esta expressão é bastante forte,
porém verdadeira, e como vivemos em uma época onde somos “santo”, e quando falo
“santo” não estou falando de alguém santo no sentido bíblico, ou seja, de
alguém separado, mas santo na sua totalidade, como alguém que não peca mais,
que possui algum valor extraordinário da parte de Deus, ou de alguém que detém
algum mega poder capaz de deter as ações do pecado em sua vida, tal expressão é
bastante “agressiva” aos ouvidos.
Para nós, porém, não há nenhum caráter agressivo, visto que
assim a Bíblia nos revela[i] e não temos como negar ou refutar tal verdade, por
isso precisamos estar atentos para o que essa expressão deve significar para
nós.
No ano passado tive uma conversa com o meu irmão Adriano,
que comentou algo que me deixou bastante pensativo. Disse ele: “Alex, concordo
que realmente somos pecadores miseráveis, porém tenho observado que vocês usam
essa expressão para tudo, e talvez, pelo uso indiscriminado, perca o sentido
real na vida de vocês e se torne apenas mais um jargão, como algo banal e sem
efeito nenhum”. Na hora eu balancei a cabeça concordando, depois mudamos de
assunto e ficou para trás tal pensamento.
Posteriormente, aquela observação do meu irmão Adriano me
incomodou, e comecei a observar que as pessoas usavam a expressão “pecador
miserável” de uma forma totalmente descomprometida, ao ponto de se transformar
em desculpas para justificar seus pecados.
Como exemplos: agora não peço mais perdão pelo fato de ter
sido agressivo com alguém, ou magoado, ou ter chegado atrasado, até mesmo em
sala de aula, para justificar o atraso na entrega de um trabalho, ou para
tentar ganhar alguns dias a mais com o professor para tal entrega.
Em momento algum, ouvimos a expressão: “me perdoe por ter
sido grosseiro com você”; “me perdoe por ter lhe ferido”; “professor eu
realmente não respeitei o prazo para entrega do trabalho conforme
estabelecido”; simplesmente o que se ouve é:“eu sou um pecador miserável”.
Percebi que o Adriano estava certo em seu comentário;
esquecemos o impacto que essa frase deveria causar em nós: o constrangimento, a
vergonha que deveria tomar conta de nós todas as vezes que pronunciássemos tal
frase.
É importante trazer a memória às implicações práticas da
expressão: “eu sou um pecador miserável”:
Não somos merecedores de salvação: a nossa salvação é ação direta
de Deus sobre a vida do homem, visto que não existe nada em nós que chame a
atenção de Deus para nós, e o seu agir se manifesta de forma gratuita. [ii] O
agir de Deus vem de forma gratuita, ou seja, sem merecimento. O que precisamos
entender é qual a aplicação da graça sobre nossas vidas. Se perguntarmos: o que
é graça? Ouviremos como resposta: “favor imerecido de Deus”; Se compreendemos
que graça é um favor imerecido, significa que Deus no deu algo que nós não
merecemos, e nesse caso surge então outra pergunta: o que merecemos? Se o
destino final dos salvos é o céu, logo o destino final dos condenados é o
inferno, assim sendo, o que merecemos da parte de Deus é o inferno, mas Ele
pela sua graça (imerecida) no alcançou e nos permitiu a entrada aos céus por
intermédio do sacrifício de seu filho Jesus Cristo na cruz;
Não há nada de bom em nós – A Bíblia nos revela como
seres totalmente corruptos. Como pecadores, precisamos entender que nossos
corações não querem servir a Deus, mas buscar o prazer do pecado. O apóstolo
Paulo relata sua luta com seus pecados[iii], e chegando a conclusão de que na
vida dele não há bem algum, e no versículo anterior, revela que a razão dessa
luta, é o mal, a saber, o pecado que habitava nele. Esse mal, também habita em
mim e você. [iv]
Somos chamados a lutar contra nossos pecados – Não
podemos nos conformar com o fato de sermos pecadores. Ser salvo carrega a
responsabilidade de um viver contínuo para a glória de Deus, e isso só é
possível através da luta contra o pecado. Se conformar como um pecador
miserável, é viver uma fé em Cristo totalmente vazia, sem esperança e engano.
Somos desafiados pelo autor de Hebreus a lutarmos até o sangue contra os nossos
pecados[v]. Essa é a marca de alguém que deseja viver uma vida para a glória de
Deus. O conformismo com o pecado demonstra um viver demasiadamente egoísta, longe
de agradar a Deus.
Somos chamados a uma vida de arrependimento – quando nos
deparamos com nossos pecados, existem duas posturas a serem tomadas: a primeira
é se arrepender[vi] e a segunda é se conformar. Compreendendo o que as
escrituras nos exortam, percebemos que a postura de arrependimento está
faltando no meio dos salvos, onde muitas vezes nos portamos de forma soberba, –
e isso é o que Deus não quer[vii] – deixando assim que nossos corações dominem
nossas ações e emoções, sem nos apercebermos que tal atitude nos distancia da
vontade de Deus, operando em nós as marcas dos filhos da desobediência.[viii]
Somos desafiados a uma vida de mudança – o arrependimento
verdadeiro é produzido somente quando nos despirmos do velho homem[ix], ou
seja, das práticas da natureza caída que ainda gritam em nossos corações
tentando nos influenciar de uma forma a vivermos sem mudanças. A palavra grega
“metanóia” expressa o nosso desafio, pois significa: mudança de pensamento. Se
meus pensamentos são pensamentos de pecadores miseráveis, devo buscar um novo
pensamento[x], que seja capaz de me moldar ao caráter de Cristo.
Como disse no início deste artigo, não tenho dificuldades
com a expressão: Pecador Miserável, porém, é necessário reconhecer os pontos
acima citados, todas as vezes que pecamos, para que as verdades nelas contidas
sejam capazes de me levar a uma vida de santificação e aperfeiçoamento na
caminhada de fé.
Em Cristo
Pr. Alex Wellington[xi]
[i]Sl 90:3; Sl 22:6
[ii]Ef 2:8 “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e
isto não vem de vós, é dom de Deus.”
[iii]Rm 7:18 “Porque eu sei que em mim, isto é, na minha
carne, não habita bem algum; e com efeito o querer está em mim, mas não consigo
realizar o bem.”
[iv] Para uma compreensão desse problema na vida do homem,
recomendo a leitura do livro: O Mal que Habita em Mim, de Kris Lundgaard da
Editora Cultura Cristã.
[v]Hebreus 12.4 “Ora, na vossa luta contra o pecado, ainda
não tendes resistido até ao sangue”.
[vi]Salmos 51:1-4; Salmos 32:1-4; 2 Coríntios 7:9-10; Salmos
32:5
[vii]Tg 4:6 “Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos
humildes.”
[viii] Cl 3
[ix]Ef 4:22-24
[x]Rm 12:1-2 –“… mas transformai-vos pela renovação da vossa
mente…”. A expressão “vossa mente” é uma expressão paulina para mudança de
pensamentos. Mente está ligada diretamente aos pensamentos.
[xi] Alex Wellington é casado com Ângela Márcia e pai de Carlos
Eduardo. Pastor da Igreja Bíblica Reformada da Aliança (IBRA). Conselheiro
Bíblico com treinamentos pelo Núcleo de Treinamento e Aconselhamento Bíblico
(NUTRA-SP) e pela Associação Brasileira de Conselheiros Bíblicos
(ABCB-SP).Diretor e professor da Sociedade de Estudos Bíblicos
Interdisciplinares (SEBI). Bacharel em Teologia pelo Seminário Teológico
Batista de Fortaleza – (STBC); Bacharel em Teologia perla Faculdade de
Ciências, Educação e Teologia do Norte do Brasil (Faceten); Pós-Graduado em
Teologia Bíblica (Mauá/Sebi); Especialista em Exegese Bíblica pela Sociedade de
Estudos Bíblicos Interdisciplinares (Sebi); Autor do livro: As Dimensões dos
Relacionamentos Humanos, publicado pela Editora Sebi.
Este artigo foi publicado no site: www.sebi.com.br
sexta-feira, 13 de novembro de 2015
CARTA ABERTA AOS GRUPOS DE LOUVOR
Querido Grupo de Louvor,
Eu aprecio muito a sua disponibilidade e desejo de oferecer seus dons a Deus em adoração. Aprecio sua devoção e celebro sua fidelidade — arrastando-se para a igreja cedo, domingo após domingo, separando tempo para ensaiar durante a semana, aprendendo e escrevendo novas canções, e tantas coisas mais. Assim como aqueles artistas e artesãos que Deus usou para criar o tabernáculo (Êxodo 36), vocês são dispostos a dispor seus dons artísticos a serviço do Deus Triuno.
Portanto, por favor, recebam esta pequena carta no espírito que ela carrega: como um encorajamento a refletir sobre a prática de “conduzir a adoração”. A mim parece que vocês frequentemente simplesmente optaram por uma prática sem serem encorajados a refletir em sua lógica, sua “razão de ser”. Em outras palavras, a mim parece que vocês são frequentemente recrutados a “conduzir a adoração” sem muita oportunidade de parar e refletir na natureza da “adoração” e o que significaria “conduzir”.
Especificamente, minha preocupação é que nós, a igreja, tenhamos involuntariamente encorajado vocês a simplesmente importar práticas musicais para a adoração cristã que — ainda que elas possam ser apropriadas em outro lugar — sejam prejudiciais à adoração congregacional. Mais enfaticamente, usando a linguagem que eu empreguei primeiramente em Desiring the Kingdom¹, às vezes me preocupo de que tenhamos involuntariamente encorajado vocês a importar certas formas de execução que são, efetivamente, “liturgias seculares” e não apenas “métodos” neutros. Sem perceber, as práticas dominantes de execução nos treinam a relacionar com a música (e os músicos) de certa maneira: como algo para o nosso prazer, como entretenimento, como uma experiência predominantemente passiva. A função e o objetivo da música nestas “liturgias seculares” é bem diferente da função e o objetivo da música na adoração cristã.
Então deixe-me oferecer apenas alguns breves conceitos com a esperança de encorajar uma nova reflexão na prática da “condução da adoração”:
1. Se nós, a congregação, não conseguimos ouvir a nós mesmos, não é adoração. A adoração cristã não é um concerto. Em um concerto (uma particular “forma de execução”), nós frequentemente esperamos ser sobrepujados pelo som, particularmente em certos estilos de música. Em um concerto, nós acabamos esperando aquele estranho tipo de privação dos sentidos que acontece com a sobrecarga sensorial, quando o golpe do grave em nosso peito e o fluir da música sobre a multidão nos deixa com a sensação de uma certa vertigem auditiva. E não há nada de errado com concertos! Só que a adoração cristã não é um concerto. A adoração cristã é uma prática coletiva, pública e congregacional — e o som e a harmonia reunidos de uma congregação cantando em uníssono é essencial à prática da adoração. É uma maneira “desempenhar” a realidade de que, em Cristo, nós somos um corpo. Mas isso requer que nós na verdade sejamos capazes de ouvir a nós mesmos, e ouvir nossas irmãs e irmãos cantando ao nosso lado. Quando o som ampliado do grupo de louvor sobrepuja às vozes congregacionais, não podemos ouvir a nós mesmos cantando — então perdemos aquele aspecto de comunhão da congregação e somos encorajados a efetivamente nos tornarmos adoradores “privados” e passivos.
2. Se nós, a congregação, não podemos cantar juntos, não é adoração. Em outras formas de execução musical, os músicos e as bandas irão querer improvisar e “serem criativos”, oferecendo novas execuções e exibindo sua virtuosidade com todo tipo de diferentes trills e pausas e improvisações na melodia recebida. Novamente, isso pode ser um aspecto prazeroso de um concerto, mas na adoração cristã isso significa apenas que nós, a congregação, não conseguimos cantar junto. Então sua virtuosidade desperta nossa passividade; sua criatividade simplesmente encoraja nosso silêncio. E enquanto vocês possam estar adorando com sua criatividade, a mesma criatividade na verdade desliga a canção congregacional.
3. Se vocês, o grupo de louvor, são o centro da atenção, não é adoração. Eu sei que geralmente não é sua culpa que os tenhamos colocado na frente da igreja. E eu sei que vocês querem modelar a adoração para que nós imitemos. Mas por termos encorajado vocês a basicamente importar formas de execução do local do concerto para o santuário, podemos não perceber que também involuntariamente encorajamos a sensação de que vocês são o centro das atenções. E quando sua performance se torna uma exibição de sua virtuosidade — mesmo com as melhores das intenções — é difícil opor-se à tentação de fazer do grupo de louvor o foco de nossa atenção. Quando o grupo de louvor executa longos riffs, ainda que sua intenção seja “ofertá-los a Deus”, nós na congregação nos tornamos completamente passivos, e por termos adotado o hábito de relacionar a música com os Grammys e o local de concerto, nós involuntariamente fazemos de vocês o centro das atenções. Me pergunto se há alguma ligação intencional na localização (ao lado? conduzir de trás?) e na execução que possa nos ajudar a opor-nos contra estes hábitos que trazemos conosco para a adoração.
Por favor, considerem estes pontos com atenção e reconheçam o que eu não estou dizendo. Este não é apenas algum apelo pela adoração “tradicional” e uma crítica à adoração “contemporânea”. Não pense que isto é uma defesa aos órgãos de tubos e uma crítica às guitarras e baterias (ou banjos e bandolins). Minha preocupação não é com o estilo, mas com a forma: O que estamos tentando fazer quando “conduzimos a adoração?” Se temos a intenção que a adoração seja uma prática congregacional de comunhão que nos traz a um encontro dialógico com o Deus vivo — em que a adoração não seja meramente expressiva, mas também formativa² — então podemos fazer isso com violoncelos, guitarras, órgãos de tubos ou tambores africanos.
Muito, muito mais poderia ser dito. Mas deixe-me parar por aqui, e por favor receba esta carta como o encorajamento que ela foi feita para ser. Eu adoraria vê-los continuar a oferecer seus dons artísticos ao Deus Triuno que está nos ensinando uma nova canção.
Sinceramente,
Jamie
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Notas:
¹Desiring the Kingdom – Worship, Worldview, and Cultural Formation (Desejando o Reino – Adoração, Cosmovisão e Formação Cultural) [N. do T.]
² De acordo com o The Colossian Forum, a despeito de a adoração ser encarada hoje em dia apenas como algo que se vai em direção a Deus (expressão), ao longo da história ela sempre foi encarada também como a causadora de algo em nós (formação). “A adoração cristã é também uma prática formativa justamente porque a adoração também é um encontro ‘descendente’ no qual Deus é o atuante primário” (Fonte: http://www.colossianforum.org/2011/11/09/glossary-worship-expression-and-formation/). [N. do T.]
Por: James K.A. Smith. Copyright © Fors Clavigera . Original: An Open Letter to Praise Bands.
Tradução: Equipe Cante as Escrituras. Original: Carta Aberta aos Grupos de Louvor.
Permissões: Você está autorizado e incentivado a reproduzir e distribuir este material em qualquer formato, desde que informe o autor, seu ministério e o tradutor, não altere o conteúdo original e não o utilize para fins comerciais.
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