CONTRIBUIÇÕES

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sexta-feira, 2 de julho de 2010

O FALSO PROFETA

O falso profeta é o pastor que agrada todo mundo. seu dever é dar testemunho de Deus, mas ele não O vê e O prefere, porque vê muitas outras coisas.
Segue seus pensamentos humanos, conserva-se interiormente calmo e seguro, evita habilmente tudo quanto o incomoda. Não espera senão poucas coisas ou mesmo nada da parte de Deus.
Pode calar-se, mesmo quando vê homens atravancando seus caminhos com pensamentos, opiniões, cálculos e sonhos falsos, por quererem viver sem Deus.
Retira-se sempre quando devia avançar. compraz-se em ser chamado pregador do Evangelho, condutor espiritual e servidor de Deus, mas só serve aos homens.
Sonha, às vezes, que fala em nome de Deus, mas não fala a não ser em nome da igreja, da opinião pública, das pessoas respeitáveis e da sua "pequena" pessoa.
Ele sabe que, desde agora e para sempre, os caminhos que não começam em Deus não são caminhos verdadeiros, mas não quer se incomodar nem incomodar os outros; por isso é que pensa e diz: "continuemos prudentemente e sempre alegres em nosso caminho atual; as coisas se arranjarão". Ele sabe que Deus quer tirar os homens da impiedade e que a luta espiritual deve ser travada. No entanto, prega a "paz", a paz entre Deus e o mundo perdido que está em nós e fora de nós. Como se tal paz existisse!
Sabe que seu dever consiste em proclamar que Deus quis uma nova vontade, uma nova vida, porém deixa reinar o espírito do medo, do engano, de Mamon, da violência - a muralha construída pelo povo (Ez 13.10), o muro oscilante e manchado. Ele disfarça-o pintando com as cores suaves e consoladoras da religião para o contentamento de todo mundo.
Eis aí o falso profeta!
Retirado do livro: A Proclamação do Evangelho
Karl Barth - Fonte Editorial - Pág. 13 e 14.

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